sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Vital para o Brasil

O Senador Vital do Rego Filho tem dado uma contribuição extraordinária para a Paraíba. Em seu primeiro mandato no Senado Federal, ocupou tantos espaços que nem mesmo aqueles oriundos de estados com tradições maiores conseguiram. É presidente da poderosa Comissão Mista de Orçamento, vice-líder do governo, integra 20 comissões do Senado, entre titularidades e suplências. Tem autoridade para intervir, inclusive, em copa do mundo, olimpíadas e paraolimpíadas, pois integra as comissões pertinentes. De quebra, é o corregedor da casa.

Mas, a sua grande contribuição está na capacidade de trabalho, na inquietação e em
transformar o seu mandato paraibano e em mandato nacional, como poucos parlamentares têm hoje no Brasil.

A discussão da distribuição dos Royalties do petróleo demonstrou bem essa abrangência. Vital teve coragem e encarou a discussão. Encontrou solução boa para todo o país e protegeu também os estados produtores, a fim de que nada, ou muito pouco, venham a perder. Propôs mudanças de modo suave, para que elas ocorram de forma gradativa. E o que é melhor: todos, isso mesmo, todos os estados brasileiros participarão do lucro. Só a nossa Paraíba ganha mais de 400 milhões já no próximo ano.

Fez o debate com humildade e encarou outro paraibano que, embora tenha o dever de defender o estado onde foi eleito, o lindo Rio, poderia ter feito pelo menos uma ressalva. Aqueles apegos afetivos que em geral todos temos quando se trata da terra natal. Só uma ressalva. Não o fez porque nem de longe demonstra qualquer apego à Paraíba. A terrinha ficou mesmo para trás.

Vital foi para a tribuna e encarou as perguntas, o debate, o ataque, tudo, enfim, direto da tribuna. Foi quase uma sabatina. Os senadores não têm muito o hábito de fazer desse modo. Em geral, esse debate fica nos bastidores e as respostas ficam para os técnicos, de modo burocrático.

Vital respondeu, ele mesmo, demonstrando conhecimento da causa. Ao final, o Brasil levou a melhor. Derrota para o outro paraibano, com mandato carioca/fluminense que pensa ser o Rio o centro do mundo. E o senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) dizendo: “Senador, Vossa Excelência, foi Vital para o Brasil”.

A batalha e a vitória de Vitalzinho no Senado passaram como uma lufada de vento por aqui. Afinal, estávamos entranhados no apelo chato do assume ou não assume o mandato de senador e na tentativa de fazer crer que a gestão de Campina Grande nada tinha a vê com a AACD, importante conquista para a Paraíba, que teve o mérito de quem articulou, porém não seria viável sem o compromisso de pagar a conta, assumido pelo prefeito Veneziano Vital do Rego.

Talvez, mas só talvez, haja até uns e outros torcendo para que o substitutivo dos royalties ainda naufrague, pois há ainda outras batalhas no Congresso em torno do tema.

Vital fez a sua parte e já partiu para outra tarefa igualmente importante. Voltou os olhos e a energia para o orçamento.

No feriado veio para a terrinha e convidou os deputados paraibanos para “irem às emendas”, na assembléia legislativa. Todos foram chamados, sem partidos, preferências, todos, puderam brigar junto com ele pela Paraíba. É assim que faz quando se tem um mandato paraibano e nacional, grande.


Vi pouco destaque ou não vi na proporção do tamanho dos fatos. A própria imprensa, que cobra discussões importantes, não destaca quando há ações dessa envergadura. Também ela está empenhada em outras pautas. Agora, a discussão “mais importante” tem sido quem deve ser o presidente do PSDB. Foi pautada assim e assim tem sido. Esquecem todos que o cargo não está vago.

Mas, temos sorte. A Paraíba tem sorte. Vitalzinho tem um mandato nacional. Entretanto, faz questão de ser Paraibano. E é de Campina Grande, de quem diz ser um “Office boy” em Brasília.

Que assim seja, senador!

Em tempo: Jamais poderá se vê Vital cabisbaixo, ensimesmado, a vítima, o coitadinho. O seu estilo é outro. E não raras vezes o adversário lança a pecha de arrogância. É nada! O caso é que Vital, mesmo na adversidade, tem altivez, uma espécie de lastro para a luta.

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Altitude 1000 e Ivan Angelo

Relendo coisas antigas encontrei um papel dobrado, coisa da década de 1980 quando eu lia muito poesia e crônicas, que sempre adorei. Ávida, apressada, no limiar da altitude 1000 de Brasília.
Como tínhamos liberdade naquele tempo ! E as opções para nós, tão jovens, eram infinitas. Vi em Brasília tanta gente boa: Cássia Eller, Rubi, Legião urbana, Capital Inicial, Zélia Cristina (hoje Ducan). Tanta gente...

Mas, voltando ao meu papelzinho dobrado, antigo. Eis que encontro um texto do maravilhoso Ivan Ângelo. Ficou ali em meio a outros papéis por tanto tempo, de um tempo lindo quando eu ainda tinha até mãe.

Reparto com vocês esse texto ímpar em um dia de muita saudade.

E se você não conhece Ivan Ângelo, não perca tempo. Vá atrás. É um autor incrível.

VAI
Ivan Angelo

Quer ir? Vai. Eu não vou segurar. Uma coisa que não dá certo é segurar uma pessoa contra a vontade, apelar pro lado emocional. De um jeito ou de outro isso vira contra a gente mais tarde: não fui porque você não deixou, ou: não fui porque você chorou. Sabe, existem umas harmonias em que é bom a gente não mexer. Estraga a música. Tem a hora dos violinos e tem a hora dos tambores.

Eu compreendo, compreendo perfeitamente. Olha, e até admito: você muda pra melhor. Fora de brincadeira, acho mesmo. Eu sei das minhas limitações, pensei muito nisso quando tava tentando te entender. É, é um defeito meu, considerar as pessoas em primeiro lugar. Concordo. Mas não tem mais jeito, eu sou assim. Paciência.

Sabe por que eu digo que você muda pra melhor? Ele faz tanta coisa melhor do que eu! Verdade. Tanta coisa que eu não aprendi por falta de tempo, de oportunidade - ora, pra que ficar me justificando? Não aprendi por falta de jeito, de talento, essa é que é a verdade. Eu sei ver as qualidades de uma pessoa, mesmo quando é um homem que vai roubar minha namorada. Roubar não: ganhar.

Compara. Ele dança muito bem, até chama a atenção. Campeão de natação, anda de bicicleta como um acrobata de circo, é bom de moto, sabe atirar, é fera no volante, caça e acha, monta a cavalo, mete o braço, pesca, veleja, mergulha... Não tem companhia melhor.

Eu danço mal, você sabe. Não consegui ultrapassar aquela fronteira larga entre a timidez e a ousadia, entre a discrição e o exibicionismo, que separa o mau e o bom bailarinos. Nunca fui muito além daquela fase em que uma amiga compadecida precisava sussurrar no meu ouvido: dois pra lá, dois pra cá.

Atravessar uma piscina eu atravesso, uma vez, duas talvez, mas três? Menino de cidade, e modesto, não tive córrego nem piscina. É com olhos invejosos que eu o vejo na água, afiado como se tivesse escamas. Moto? Meu Deus, quem sou eu. Pra ser bom nisso é preciso ter aquele ar de quem vai passar roncando na frente ou por cima de todo mundo - e esse ar ele tem.

O jeito como ele dirige um carro é humilhante. Já viajei com ele, encolhido e maravilhado. Você conhece o jeitão, essa coisa da velocidade. Não vou ter nunca aquela noção de tempo, a decisão, o domínio que ele tem. Cada um na sua. Eu troquei a volúpia de chegar rapidinho pelo prazer de estar a caminho. No amor também.

Aí é que eu tou perdido mesmo, no capítulo da coragem. Ele faz e acontece, já vi. Mas eu? Quantas vezes já levei desaforo pra casa. Levei e levo. Se um cachorro late pra mim na rua, vou lá e mordo ele? Eu não. Mudo de calçada.

Vai. Olha, não quero dizer que o que eu vou falar agora tenha importância pra você, que possa ter influído na sua decisão, mas ele tem mais dinheiro também, você sabe. Ele tem até, sabe?, aquele ar corajoso dos ricos, aquela confiança de entrar nos lugares. Eu não. Muito cristal me intimida. Os meus lugares são uns escondidos onde o garçom é amigo, o dono me confessa segredos, o cozinheiro acena lá do quadradinho e me reserva o melhor naco. É mais caloroso, mas não compensa o brilho, de jeito nenhum.

Ele é moderno, decidido. Num restaurante não te oferece primeiro a cadeira, não observa se você tá servida, não oferece mais vinho. Combina, não é?, com um tipo de feminismo. A mulher que se sente, peça o que quiser, sirva-se, chame o garçom quando precisar. Também não procura saber se você tá satisfeita. Eu sei que é assim que se usa agora. Até no amor. Já eu sou meio antigo, ultrapassado, gosto de umas cortesias.

Também não vou dizer que ele é melhor do que eu em tudo. Isso não. Eu sei por exemplo uns poemas de cor. Li alguns livros, sei fazer papagaio de papel, posso cozinhar uns dois ou três pratos com categoria, tenho certa paciência pra ouvir, sei uma ótima massagem pra dor nas costas, mastigo de boca fechada, levo jeito com crianças, conheço umas orquídeas, tenho facilidade pra descobrir onde colocar umas carícias, minhas camisas são lindas, sei umas coisas de cinema, não bato em mulher.

E não sou rancoroso. Leva a chave para o caso de querer voltar.

Ivan Ângelo nasceu em 1936 e é mineiro de Barbacena. Começou sua carreira de escritor aos 21 anos na revista de arte e cultura editada em Belo Horizonte, "Complemento". Publicou seu primeiro livro, "Homem sofrendo no quarto", em 1959, conquistando o prêmio "Cidade de Belo Horizonte". Em 1961, lançou "Duas faces", com sete dos contos premiados, alguns novos e dois do amigo Silviano Santiago. Mudou-se para São Paulo em 1965. A revolução iniciada em abril de 1964 inibe sua produção literária. Seu romance "A festa", iniciado em 1963, só foi concluído em 1975. Publicado no anos seguinte, conquistou o prêmio Jabuti. Outros livros do autor: "A casa de vidro", "A face horrível" (prêmio APCA-1986), "Amor?" (prêmio Jabuti - 1995), "O comprador de aventuras e outras crônicas", "História em ão e inha", "O ladrão de sonhos e outras histórias", "Pode me beijar se quiser" (prêmio APCA-1999), e "O vestido luminoso da princesa", entre outros. Mantém coluna semanal no Jornal da Tarde - São Paulo (SP). Seus livros já foram publicados na França, EUA, Alemanha e Áustria. Na área jornalística, trabalhou no Correio de Minas, Diário de Minas e O Tempo, como colunista; no Jornal da Tarde (SP) como editor, editor-executivo e secretário de redação, e colaborador das revistas Playboy e Veja.

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Cícero tem razão

Cícero tem razão. O mínimo que Cássio tem de fazer é votar nele como ele votou em Cássio. Esta é a lógica da reciprocidade, da decência, da independência e até da compensação. Afinal, Cássio impediu a candidatura de Cícero quando este desejava ser o candidato do PSDB ao governo do estado, em 2010. Desejava e podia.

Naquela ocasião Cícero recuou. Deixou que Cássio levasse adiante o seu plano contra Maranhão. Empurrado pelo desejo de vingança, Cássio usou uma peça que funcionava contra Maranhão. RC fora alçado à condição de prefeito pelo PMDB com o mesmo desejo, o de vingança, contra Cássio e contra o próprio Cícero. Sim, na eleição de 2004, Maranhão via em Cícero um inimigo, por causa de Cássio e de Ronaldo.

O plano deu certo em parte. Maranhão foi derrotado, RC eleito. Cássio sagrou-se senador. Embora o jogo jurídico-político não tenha permitido a sua posse, ainda.

A Defesa - Curiosamente, não se vê qualquer movimentação do governador que ele apoiou e que se dizia amigo do governo federal. O seu partido, o PSB, tem peso no governo federal, no congresso nacional. Mas, nada se vê em defesa de Cássio. Aliás, muito feio o gesto de RC no episódio da AACD. Seria justo, coerente e sério que Cássio fosse representando o governo. Por que não foi assim? Porque RC tem tentado transformar Cássio em mero cabo eleitoral seu.

Cícero, ao contrário, manteve o seu apoio a Cássio sempre. Articulou manifestação dos senadores do PSDB e viabilizou o acesso burocrático de Cássio ao Senado Federal mesmo sendo Cássio, por enquanto, apenas um eleitor, claro, agora com o diferencial do diploma, conferido pelo TRE-PB, de senador eleito. Mas, para o Senado Federal, apenas um eleitor.

Dedo em riste - Estranhamente, Cássio, ao invés de pagar a conta, pede mais crédito. Diplomado, meteu o dedo, outra vez, na cara de Cícero e esbravejou que não vai “admitir que a eleição em João Pessoa atrapalhe a aliança com Ricardo”. Como assim, senador?

Então, podemos supor que Vossa Excelência vai articular para que o governador apoie o candidato do seu partido, o Cícero?

Essa é a equação justa. Que não vai ocorrer porque ninguém nesse jogo opera para juntar. Todos lutam, correm, batem pé, em prol da cizânia. Assim sendo, melhor cada um para um lado. Cícero, certamente, será candidato. E para ter a legenda não depende de Cássio. O apoio seria bom e justo. Se não vier, problema de Cássio, que cedo ou tarde pagará por esse gesto.

Cícero estará na disputa e além de todos os atributos necessários a um candidato, tem algo a mais. Paciência, calma, disciplina. Enquanto os dedos passam por seu rosto, os gritos ecoam misturados aos cuspes, Cícero passa leve, acima, sem ódio e sem se misturar com os inimigos do povo.

Cícero já aprendeu que uma eleição é muito mais do que ganhar ou perder. Maranhão dar de ombros para o ódio. A roda da política gira sem parar. Há vários agentes, além do Cássio, jogando esse jogo. E o resultado? Não importa. Só será vitorioso aquele que ao final for uma pessoa melhor.

Em tempo: O senado é casa difícil. Já vi muito senador inexperiente ficar sem espaço
apenas por ter metido o dedo na cara de servidor. Avalie na cara do presidente e dos pares. Sei não, isso pode ser ruim para quem chega, sobretudo, no último trem, após longa e, sejamos justos, difícil jornada. Jornada que, aliás, ainda não se completou.

domingo, 23 de outubro de 2011

A AACD conquistada por Cássio e Veneziano para as crianças da Paraíba

Pela via da política, Cássio Cunha Lima, negociou a instalação de uma unidade da AACD – Associação de Assistência à Criança Deficiente, em Campina Grande. A unidade não será custeada, nem os serviços serão prestados, nos moldes das demais existentes no Brasil. Ou seja, com recursos da própria AACD, arrecadados no Teleton ou em outras doações.

A unidade de Campina Grande será construída pela AACD, com os recursos arrecadas pelo Teleton, mas será mantida pela prefeitura de Campina Grande, através da Secretaria de Saúde, que terá de prover os recursos, sejam do SUS ou próprios, para fazer funcionar e manter a unidade, com a habilitação de todos os serviços. Por isso, Cássio não pode excluir a prefeitura e o prefeito Veneziano dessa ação política que resultou, Graças a Deus, na instalação de uma AACD em Campina Grande.

Cássio Cunha Lima também poderia ter deixado de fora o governo, pois apenas o terreno poderia ser dado também pela prefeitura. Mas, Cássio, aliado do governador da Paraíba, deu um jeito de incluir o governo no projeto. E assim, o governo vai dar o terreno. E só.

Desse modo, é necessário esclarecer que era legítimo Cássio participar do Teleton. Era legítimo também Veneziano participar, pois é o atual prefeito e é na cidade que ele administra que será instalada a unidade. Cássio sabe disso. Não diz, mas sabe. Sem veneziano nada feito porque a AACD talvez não tivesse o interesse em instalar aqui, poderia fazer em qualquer outra parte do Brasil. Fez aqui porque o povo de Campina Grande vai arcar com a conta. Ainda assim, é muito importante esse equipamento em nossa cidade.

Veneziano fez certo em topar o projeto. Cássio foi feliz ao buscar essa saída. Tudo certo. Também é certo que Veneziano coloque em sua prestação de contas a AACD como conquista e como parte de seu trabalho. Afinal, poderia recusar essa modalidade onde a prefeitura arca com as despesas. Não o fez porque tem compromisso com sua cidade.

No palco do Telecon tivemos o prefeito de Campina Grande, que falou bem, explicou tudo, esclareceu, sem ofender, que o governo da Paraíba dará apenas o terreno, o resto é com a prefeitura. Cássio ficou fora do holofote. E foi injusto.

Fosse coerente, o governador teria mandado Cássio representá-lo. Afinal, foi de Cássio a idéia, a negociação política. Poderia e deveria falar em nome do governo. Mas, o que se viu foi o governador apenas mencionar Cássio, que ficou na platéia como se fora um mero cabo eleitoral do governador. E antes disso, tivemos ainda a cena grosseira de uma senhora da comitiva do governo abanando dinheiro, louca para aparecer, comprando os bonequinhos do Teleton, com uma nota de cem.

A cena inteira nunca poderá ser usada. É horrorosa. Mas, o retrato com o sorriso ladeado pelos bonequinhos vai servir mais adiante. Tem nada não, é pouco diante do que ganhamos: assistência para as crianças deficientes.

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Na semana da criança cenas de ultraje, ao vivo, na Tv.

E a televisão mostrou uma criança de 13 anos sendo estuprada. Não vi o programa, obviamente. E demorei a acreditar nesse fato, até que li a peça do Ministério Público em que foi descrita a exploração da miséria humana, como bem classificou o Procurador Duciran Farena.

O estado brasileiro tem mecanismos para coibir tais aberrações. E creio, vai responder à altura. Ainda assim, o crime de exibir uma criança sendo violentada foi cometido. Todos puderam, na hora do almoço, assistir a esse filme de terror.

E o que pode fazer a sociedade contra tudo isso. Por mais amigos que sejamos do apresentador em questão. Por mais que outros admirem o seu trabalho. Por mais que tantos estejam do seu lado na política e na vida, o homem errou e atentou contra todos nós. E não podemos compactuar com tal loucura.

Assisto pouco à televisão. E jamais vejo esse tipo de programa. Por isso, não sei dizer da conduta da tv e do programa no dia seguinte. Mas, o certo é que o dono da TV correio, seus diretores e diretoras, funcionários, apresentador, devem vir a público pedir desculpas à vítima, à sua família, aos telespectadores, ao povo paraibano.

O Ministério Público agiu rápido. O Procurador lembrou que “A infelicidade de um crime não torna o corpo da vítima objeto do domínio público para que os réus dele possam servir-se com fins lucrativos”, defende o procurador da República, Duciran Farena, que subscreve a ação.

E esse homem, apresentador-político, deixou de lado todos os princípios humanos e ajudou a humilhar ainda mais essa vida. Sim, porque ela teve de reviver tudo, o bandido a reconheceu, seus amigos, vizinhos, gente de toda a sorte soube de sua dor. Esse foi o presente ofertado por este programa em plena semana da criança.

Isso nem de longe é jornalismo. Esse homem seguramente não tem filhas, pois imagine se isso fosse feito com uma filha sua. Além da tragédia vivida pela menina, o crime levou a outro crime que é a exibição desse ultraje em cadeia estadual, podendo ser exibido em cadeia nacional? Com sua filha não pode, claro, apenas com as filhas de outros.

Como jornalista estou envergonhada desse vale tudo. E embora não tenha nada a ver com o fato, peço desculpas à vítima e seus familiares, pelo fato de a minha profissão ter descido a níveis degradantes e, talvez, irrecuperáveis em nosso estado.

domingo, 18 de setembro de 2011

Os capangas de ontem e de hoje

Sim, nós temos capangas. Do mesmo modo que faziam o trabalho sujo para o patrão e o patrãozinho nos tempos do Brasil Colônia, hoje repetem a dose. Ficou mais difícil empunhar a espingarda. Por isso, passam o dia rodando pelas redes sociais, em muitos casos, enchendo a cara para criarem coragem e atacar a vítima.

É isso! Mesmo no mundo virtual, são frouxos. Ficam escondidos. Alguns mostram um retrato, geralmente, sorridente. Vendem uma boa imagem em busca da sonhada credibilidade. Outros criam nomes e retratos falsos. Capanga é assim, fazer o quê?
Sim, são todos covardes. Essa é também a característica principal dos capangas. Só agiam por trás de armas e/ou via emboscadas. Hoje utilizam mentiras, calúnias, difamação, agressões de toda ordem. Mas, assim como os seus antecessores, são apenas criminosos.

Os capangas servem a patrões e patrõezinhos, como outrora. Não têm vida própria e sentem o que o chefe sente ou sentiria. Sim, porque às vezes dói nos capangas antes de doer no chefe.

Alguns têm histórico que justifica a “profissão”. Não têm talento para nada. Daí, desde o primeiro emprego até sempre, foram encostados e pendurados em algum cargo comissionado. Claro, não trabalham. Estão na eterna defesa do patrão e matam e morrem pelo “líder”.

Alguns têm até tradição no ramo. Tem parentes próximos que já puxaram o gatilho.
Sabem o que o pensa o líder e já respondem às críticas na bucha. Por isso, nem precisam de muito contato com o chefe. E isso é visto de maneira positiva. Assim, o chefe, o patrão, está sempre limpo. “Não fui eu, não vi, não concordo”.

O capanga das redes sociais, assim como no Brasil colônia, assume toda a culpa. De tempos em tempos o chefe até se irrita e manda o dito cujo sumir por uns dias.
Mas, chefe bom, traz o meliante de volta. Dar o seu jeito. Oferece recompensas aqui e ali. Convida para as festas. Leve para almoçar um dia. Elogia quando dá. Garante emprego e renda.

O capanga pode até evoluir para a profissão de pistoleiro. Afinal, têm a capacidade de odiar a vítima facilmente. Não precisa nem conhecer. Assim como o pistoleiro, ao receber a encomenda de matar, já odeia por antecipação.

Mas, anotem: pelas redes têm outras figuras, de categoria mais baixa, mas também a serviço. São sublocações dos capangas. Esses se aproximam dos capangas e adulam os caras. No twitter tem uma tática curiosa. Tentam te seguir para mandar recados diretos. Quando você os bloqueia eles começam a seguir os seus seguidores e, dia após dia, lançam lorotas contra você, primeiro abertas, depois na forma de DM. Esses coitados não chegam até os chefes, mas tão somente até os capangas.

Fique atento, pois ao mandarem suas mensagens para você tentam encontrar o interlocutor que necessitam para sobreviver.

Essa gente, nos dois casos, carrega, como diria, o genial Genival Veloso de França, “uma sacola de truques”, mas não tem a epistemologia necessária para a luta, para a compreensão da saga, da estrutura do poder a que servem. Esses jagunços são chamados apenas para uma parcela da tarefa. Por isso, fatalmente, ficarão pelo meio do caminho. Graças a Deus!

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Ainda sobre a mosca na sopa


Toinho do Sopão errou, outra vez. Sem compreender o que dissera Tião Lucena, partiu para cima, com a intenção de resolver com tapas o que poderia resolver em um debate, oportuno e produtivo, contra o preconceito. Entendeu (errado) Toinho, que Tião estivesse a ofender sua senhora (Dona Nilda) quando optou por usar o termo “dita-cuja” em artigo de sua autoria, fabricado no exercício de seu oficio de opinar sobre as ações das personalidades da politica.

Em 27 de maio de 2011 escrevi neste blog que Toinho do Sopão precisava de assessoria capacitada. Naquela ocasião caia em armadilhas de entrar em debates sem muita importância para a sociedade, deixando de lado a temática de interesse da parcela significativa que o elegeu para tomar assento na assembleia legislativa, na condição de campeão de votos. Caiu outra vez em truques, desta vez, dos letrados.

Pois bem, Toinho talvez não saiba o que significa dita-cuja, como bem destacou o próprio Tião e tantos outros jornalistas e seguidores. Entendeu como ofensa. Fosse como entendeu o deputado, seria compreensível a sua revolta. Os homens simples, como Toinho, tem certo zelo pela mulher, a dele e as outras. Dificilmente, se vê um homem simples a fazer referências pejorativas às mulheres.

Tião recorreu ao dicionário Aurélio para explicar, e bem, que dita-cuja, não é nada, nada mesmo. Não é “mulher de rua” ou algo similar, como entendeu Toinho em sua singeleza ou na sua condição de analfabeto, como sentenciou Tião. Mas...
Mas, é preciso refletir um pouco. Tião, eu ou qualquer outro colega que escreve por ofício, usaríamos tal termo fosse a “dita-cuja” a mulher do deputado Ricardo Marcelo, por exemplo?. Ou se a “dita-cuja” fosse a mulher do governador? Duvido!

Duvido! Pois para estas usamos Senhora, Madame, Doutora etc. Para estas não usamos o dita-cuja, pois pode ser entendido como descreve Antônio Houaiss, também em Dicionário:
Dito-cujo - Regionalismo: Brasil. Uso: informal, jocoso.
ser de que já se falou, quando não se quer, não se sabe ou não se pode dizer seu nome; cujo, fulano, sujeito. fem.: dita-cuja; pl.: ditos-cujos

Desculpem! colegas que entendem de outro modo, mas dita-cuja é jocoso, pejorativo, inadequado para referência a uma mulher que se sabe quem é, se conhece o nome e se pode dizer o nome.

De todo modo, nada justifica a reação de Toinho do Sopão. Poderia ele ter respondido de outro modo ou mesmo deixar de lado, pois algumas abordagens nem valem a pena. Muitas vezes, não creio que seja o caso de Tião, apenas atendem às exigências de chefetes ou de articuladores maquiavélicos que não respeitam ninguém.

Toinho caiu, novamente, nas armadilhas, nos truques armados e prontos para abocanhar homens e mulheres de bem. Vociferou, ameaçou, gritou, empunhou o murro, infelizmente.
Talvez devesse ter respondido apenas:
Dita-cuja é a mãe! E justificado: “Digo por não saber o nome da distinta senhora. Não conheço e não posso dizer o nome.”

Já que dita-cuja não é nada demais, ninguém se importaria, não é mesmo?
Quanto às peias prometidas, baixa a bola Toinho!

Ainda que dita-cuja fosse o que você pensa que é dita-cuja, não é assim que se não.resolve. Nós jornalistas somos assim, uns bichos chatos mesmo, mas não é nada pessoal Somos provocadores por natureza. E quando achamos um que dar cabimento, vira prato cheio. No fim você é a mosca na sopa de muita gente.

Vai lá e pede desculpas a Tião pelo xingamento. Tenho certeza de que ele, bem humorado como é, vai dar risada de tudo isso e aproveitar para pedir desculpas por qualquer dano que tenha causado à imagem de sua senhora. Segue em frente, de preferência perguntando quando não souber. Mas não esquece que em muitos momentos, as palavras são de prata e o silêncio é de ouro.

Mais uma do sensacional Raymundo Asfora
Raymundo Asfora que não deixava barato diante da seleção da sociedade, letrada ou não, como quando indagado se iria entrar em festa com mulheres que trouxera da rua e cuja reputação era “discutível”. O diálogo foi mais ou menos assim:
- Asfora, você não pode entrar com essas mulheres, pois temos dúvida da reputação delas. Ao que Asfora respondeu:
Dúvida? Dúvida se pode ter dessas que aí estão no salão. Estas aqui não deixam dúvidas. São mesmo.

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

São muitos, se valem até do fétido racismo, mas não podem voar. Graças a Deus!

Assisti, estarrecida, a uma seqüência de ataques e agressões, via twitter, parte delas, inclusive, com conotação racista e de ataques à honra das mulheres, por meio de trocadilhos com siglas.

Esses ataques, por isso o meu espanto, partiram de um diretor da Companhia de Desenvolvimento de Recursos Minerais da Paraíba (CDRM). Melhor nem dizer o nome senão fica famoso. Pela conduta nas redes sociais, este é, em tese, um dos seus grandes objetivos.

Esse sujeito, pago pelo Estado, passa horas no twitter fiscalizando, entrando em conversa que não foi chamado, dirigindo respostas até quando não falam com ele. Até aí, é possível agüentar. Poderíamos dizer que falta para o tal sujeito a compreensão de ética, educação, essas coisas básicas na vida de uma pessoa. Aliás, pela linguagem chula, com o uso rotineiro de xingamentos e palavrões, não há adjetivos na língua Pátria capaz de caracterizá-lo com precisão.

O problema é que o sujeito não se satisfaz e parte para o ataque gratuitamente, envolvendo pessoas e instituições honradas. Figurinha fácil no twitter, o cara parece não trabalhar. Ainda assim fui catar na internet referências sobre a criatura. E eis que esbarro na seguinte apresentação:

“É completamente parcial, não corrige o que escreve, nem se desculpa se afeta alguém. Fala o que sente e disso ele não abre mão. Hoje trabalha com publicidade, consultoria e dar (Sic) palestras sobre temas do cotidiano, com muita competência”.

Além da “humildade” acima citada, também ostenta, com orgulho, que, ao ofender, não se desculpa.

É, minha gente! Assim vive o Estado da Paraíba. Com toda esta “competência” a ocupar cargos no governo.

E para completar essa seqüência dantesca, duas personagens entraram apoiando o tal sujeito. Um deles, passo porque não vale a pena. Mas, entre tantas asneiras inventou que eu sou a principal “acionista” de um portal da Internet. Mentiu. Os donos/sócios me convidaram para escrever uma coluna. Sou jornalista. É normal.

O outro assina Cunha Lima e ostenta isto com muito orgulho. Desse não encontrei nadinha, nem um mísero curriculozinho. Nada. Amigos me informaram que foi aposentado precocemente. E o chefe político da família negou conhecê-lo.

Bem, o mais triste nisso tudo é que o governo tem patrocinado essa gente, agraciando-os com funções públicas e tempo livre para invadir o twitter com linguagem rasteira, debates estéreis, agressões, ofensas, mentiras, tolices, sabujice. E o odor ficando insuportável.

Essa gente já vem de governos anteriores e os empregos públicos, diz um internauta, começam com arranjos do pai de um, que já teve boquinha, para usar a linguagem deles. É da cozinha do poder.

Todo mundo ligado ao ex-governador Cássio Cunha Lima que, aliás, diz não concordar com tais práticas, embora uma parte da boiada tenha por hábito agir assim, e apenas assim.

Não concorda, talvez por isso saia sempre ileso, mesmo quando o trabalho sujo de atacar a honra de pessoas, de usar de misoginia, racismo e rambém deslealdade, é executado. Não desce ao esgoto, é verdade, mas talvez devesse deixar um desses por lá. Não estender a mão aos tais quando estes se agarram à borda em busca de ar fresco.

Não há o que fazer. As ofensas e o crime de racismo remeteremos à justiça, a fim de que esta se pronuncie. Na política, o jeito é trabalhar dobrado para que um dia, quem sabe, possamos ficar livres de tais práticas.

Não temas (...)
Nossa sorte nessa guerra
Eles são muitos
Mas não podem voar...





segunda-feira, 25 de julho de 2011

O que se pede é o democrático benefício da dúvida


A jornalista Sandra Medeiros( HOMENS DE PRETO)enviou importante comentário sobre a última postagem. Como o blog apresenta instabilidade estamos publicando o texto de Sandra, jornalista de primeirissimo time, que lança importante tese. Segue o comentário:

No último artigo postado em seu blog , a jornalista Lídia Moura faz uma pertinente e corajosa avaliação sobre intenção do Deputado Estadual Toinho do Sopão postular a candidatura de prefeito da capital paraibana. Tal declaração gerou protestos de todos os lados, de politicos, jornalistas, aspones, dirigente de partido.

Com uma expressiva votação de 57 mil votos (o mais votado do Estado), Toinho causou espécie na tal " elite paraibana", que de pronto rechaçou a pretensão do deputado, considerando-a descabida, fora de questão. Há que se perguntar a razão de tão veementes protestos contra tamanha "ousadia".

Afinal, Toinho é um homem simples, do povo, sem dinheiro, redutos eleitorias, com baixa escolaridade. Mas espera um momento...e o ex-presidente Lula veio de classe social? Não são situações similares? Sei que muitos irão torcer o nariz e vociferar: "mas eles são muito diferentes, o Lula veio da força sindical, tinha liderança, carisma"! Contudo, guardadas as devidas proporções, Toinho, exercendo um mandato legítimo tem o mesmo direito que os demais de postular o cargo de prefeito. Por que não conceder a ele também o democrático benefício da dúvida?

Sandra Medeiros

sexta-feira, 22 de julho de 2011

Toinho para prefeito. E a elite surtou.

A elite paraibana pirou. Foi um alvoroço. De madama a aspirante a rico todos inconformados com a ousadia de um homem simples. É bem verdade que muitos desses não têm um pau para dar em um cachorro, mas são amigos do poder e tudo pode se ajeitar em uma hora dessas.

Quem sabe não são escalados para um arrumadinho que resulte em uns trocados? Quem sabe não são chamados numa dessas reformas, que sempre acontecem, e descolam um cargo legal, com bom salário e, sobretudo, prestigio nas rodas, nem tem altas, mas rodas sociais.

Teve protesto. Mangação em programa de TV, depoimentos via imprensa, Reprimenda de dirigente sabujo, ingerências, jornalista escalado para desancar o ousado.

E o que fez demais esse homem simples?
- Disse que é candidato a prefeito de sua cidade, a capital da Paraíba.
A elite, então, surtou.
- Prefeito?
-Jamais!

Foi a resposta para Toinho do Sopão, deputado estadual mais votado do estado, com seus 57 mil votos, sem dinheiro, sem esquemas, sem padrinhos políticos.

Ele serve para deputado, para integrar bancada, para votar nos projetos e interesses do governo. Na eleição todo mundo queria tirar retrato com ele. Mas, para ser candidato a prefeito, nem vem.

E veio até o prefeito para dizer que ele tinha de ter programa, empatia popular.
- Como assim? E Toinho não tem não?
Ah! Tem sim e tem até independência. Afinal, não é funcionário de nenhum coletivo.

Na sequencia falou o vice-governador, que não se sabe se é PSDB ou PSD. Não é do partido de Toinho, mas, dizem, é o dono da legenda no Estado. Deu pito em Toinho e em quem defende a candidatura deste.

Vieram também alguns coleguinhas e interpretaram como bem quiseram quando Toinho disse que podia ser melhor que Lula. Aí deu a gota. A turma não perdoou. Melhor que Lula, isso não. Pois, acho que pode sim. Vejamos:

Toinho veio das camadas populares. Tem pouco estudo. Defende o povo humilde. Parece com Lula, pois não?

E como pode ser melhor?
Não pode permitir mensalão em seu governo e alegar que não sabia;
Não deve lotear o governo, sem observar critérios técnicos que resultou em situações como a que se vê hoje no Ministério dos Transportes;

Não pode escalar uma turma que desmoralizou instituições como os Correios;
Não pode arranjar negócios para o filho ficar milionário da noite para o dia;
Não pode distribuir passaporte diplomático para toda a família e tentar manter mesmo após o término de seu mandato;

Não pode usar as instituições públicas contra os adversários;
Não pode atentar contra os adversários usando dossiês fajutos;
Não pode se juntar com o que há de pior na política brasileira apenas para garantir o poder;

Não pode ter um Zé que ainda hoje opera no submundo de um projeto que é para 50 anos;
Não pode ter em sua vota Valdomiros, Zés, Delúbios, Silvinhos, Marcos Valérios etc
Não pode usar companheiros para transportar dólares em cuecas;
Não pode acreditar que, pelo poder, tudo pode.

E quanto a ser melhor que o governador, isso é moleza. Duvido que Toinho derrube fiteiro, bata em professor, contrate ONG suspeita que copia nome de entidade séria para enganar a todos nos serviços de saúde. Duvido que aniquile com agente de saúde. Demita por questões políticas e, em seguida, contrate os seus; tire de policiais direitos adquiridos. Atente contra a tradição democrática da defensoria pública etc etc.

Observando esses e outros critérios éticos, creio que Toinho do Sopão, e qualquer outro cidadão, pode sim ser candidato. E a escolha deve ser feita pelo povo, que, certamente, sabe o que é melhor para a sua cidade, o seu estado e o seu país.

O preconceito grita, mas de música a prefeito, o povo tem o direito de decidir. E, cá entre nós, é bom demais vê essa elite besta, que pensa ser sofisticada, tendo de engolir uma candidatura popular fora do seu controle.

Quero ouvir Toinho, falando bem ou mal. Dizendo o que eu gosto ou o que detesto. A partir daí, que se estabeleça o debate, como deve ser, para que o povo, e apenas ele, possa escolher.

sexta-feira, 8 de julho de 2011

Marina Silva quer um partido para "chamar de seu".

A ex-senadora e ex-candidata a presidência da república, Marina Silva, deixou o Partido Verde no comecinho do casamento. E na saída, como é comum nos divórcios, disse um monte e concluiu que “O resultado mais grave da perversão do sistema político é o afastamento das pessoas da Política com P maiúsculo, pela qual cada um pode ser parte das decisões públicas por meio de suas opiniões, sua palavra, suas propostas, seu voto bem informado e consciente”.

Ao acusar a todos e todas de terem se afastado da Política com P maiúsculo a ex-senadora comete um erro. Arvora-se no direito de rotular todo o mundo, sem exceções, a partir do modelo que encontrou no PV, partido que não conheço, não posso julgar, mas que tenho certeza tem erros e acertos, como todos nós que fazemos política.

A ex-candidata, que encontrou ampara para o sue projeto no PV preferiu afirmar que “a experiência no PV serviu para sentir até que ponto o sistema político brasileiro está empedernido e sem capacidade de abrir-se para sua própria renovação”. Que horror! Essa mulher não tirou nada de positivo desse partido. Não acredito!

Feito esse reparo, vamos ao que interesse. Marina, com o monte de votos que obteve, achou que o PV poderia ser seu. E aí esbarrou no pragmatismo dos que, com muita dificuldade, construíram o PV. Assim, não houve jeito. Marina sai e, claro, vai fazer outro partido, agora um partido para chamar de seu. E isso é, como diria o slogan de Marina, a cara do Brasil.

Há quem acredite que isso tudo é parte de um plano maior, gestado no Planalto, que, de um lado forjou, para a direita, o PDS(ops!,é PSD), e agora, para a esquerda, o partido de Marina, o PV do B, que começa como um movimento, o Verde e a cidadania. Bom tema.

No fim, é tudo a mesma coisa. Marina vai fundar novo partido, participar do mesmo sistema, fazer a mesma política, brigar pelos mesmos espaços, usar os mesmos agentes, incluindo, deputados eleitos pelo PV que correrão para o partido novo, sem a menor cerimônia. E sim, usará muita grana para realizar tudo isso. Nesse quesito, aliás, ela tem sorte, o seu mecenas, Guilherme Leal, o dono da Natura, tem muitaaaaa grana.O declarado é de 2,1 bilhões de dólares.

É isso aí! Como não quero ser injusta e chata como a Marina foi à sua saída, fica o registro. Ela é muito boa, o seu discurso é bom para a sociedade, o partido que ela vai criar é bom para a democracia (quanto mais, melhor) e eu, inclusive, votaria nela.

domingo, 26 de junho de 2011

Governo faz mobilização contra a PEC 300

A luta pela unificação dos salários dos policiais já tem, segundo, a cobrapol, a adesão de 460 parlamentares

O governo federal já está trabalhando para derrotar a aprovação da PEC 300, que unifica os salários das polícias estaduais. Aliás, a luta é para evitar que a Proposta de Emenda Constitucional seja levada a plenário.
O perigo está no fato de que 460 parlamentares já aderiram ao movimento liderado pela Confederação Brasileira de Trabalhadores Policiais Civis (Cobrapol).

Um grupo de policiais civis, militares e bombeiros militares programa para o próximo dia 05 de julho uma manifestação em Brasília para entregar um documento, assinado pelos 460 parlamentares, pedindo que a matéria seja colocada em votação em segundo turno. Os líderes do movimento prevêem que mais parlamentares assinarão o documento nos próximos dias.

O certo é que o parlamentar que se posicionar contrário à PEC pode ter dificuldades com o eleitorado, prova disto é a reação da sociedade às investidas e agressões do governador do Rio aos bombeiros, que terminou com o recuo do governador ante as manifestações populares de apoio aos bombeiros que, convenhamos, no Rio, tem um salário vergonhoso.
Na Paraíba, foi aprovada Lei que garantiu esse direito aos policiais. Mas, o governo que propôs pagar perdeu as eleições e o que assumiu tratou de buscar anulação desse direito.

No plano federal, o governo luta contra a aprovação da PEC argumentando que representaria um impacto der R$ 50 bilhões anuais ao Orçamento.

A PEC 300 já esteve em pauta em março de 2010 e foi aprovada em uma primeira votação, com várias modificações. Os líderes do movimento não discutem os valores dos salários, mas querem um valor único para todo o país. A projeção é que esses salários teriam variação de 3,5 mil para cargos básicos, até 7 mil para os cargos de confiança.

O governo tem maioria para derrotar esses trabalhadores. Mas, veremos como se comporta cada parlamentar. No caso da Paraíba, aqueles que estavam junto com o governo que aprovou a PEC no estado têm o dever de manter seu apoio, bem como os que foram contra, o dever de lutar pela não aprovação no Congresso. Isso, claro, se houver coerência.

Caso optem pela politicagem, poderão inverter tudo. Afinal, os que estavam com Maranhão (a favor da PEC) estão agora com Dilma (Os meninos filhos – Hugo Mota, Wilsinho etc.) e os que foram contra Maranhão (contra a PEC) - Romero, Efraim Filho etc. - estão contra Dilma, que não quer a PEC de jeito nenhum.

A única coisa certa é que os salários iniciais dos policiais militares em todo o país integram um quadro vergonhoso. A exceção é para o Distrito Federal (R$ 4.129,73), ocupando a primeira posição e Sergipe, na segunda colocação (R$ 3.012,00).
A Paraíba está na zona de rebaixamento na 23ª posição (R$ 1.297,88), à frente apenas de Rondônia (1.215,00), Pará (1.251,00), Rio Grande do Sul (1.172,00) e a vergonha nacional, última posição, Rio de Janeiro (1.137,49).

Fonte: Cobrapol

terça-feira, 14 de junho de 2011

Só se for sacanagem

Nesta quarta-feira, 15/06, o senador eleito, Cássio Cunha Lima, espera poder comemorar, finalmente, o direito de tomar posse no Senado Federal. O caso está na pauta do STF.

Conversei com um advogado, que deixa a paixão de lado, e pedir uma opinião livre. A resposta foi a de que o ex-governador será autorizado a tomar posse. Não há, segundo esse advogado, outro caminho possível. A não ser que...

A força de Wilson Santiago seja de fato hercúlea e perpasse as dimensões da lei superando a normalidade. Só se for “sacanagem” (perdoem pelo termo), mas foi essa a expressão que o doutor usou.

Pois bem, mas se é assim porque W. Santiago e W.Santiaguinho ( o filho) riem tanto, tem tanta certeza? Das duas uma: ou são assim mesmo ou estão de sacanagem, com a cara de todos nós.

Amanhã saberemos. Se o milagre de Cássio se confirmar haverá festa, em pleno São João, na Rainha da Borborema. Agora, se o milagre dos Santiago vigar, temos de entender esse negócio de sacanagem em tribunal, ainda mais na Corte Suprema.

OBS: Estamos, eu e o senador, em lados opostos na política, e me perdoem os mais aguerridos, mas o cara ter 1 milhão de votos e não assumir, é ... sacanagem!

Foto: MAISPB

quarta-feira, 8 de junho de 2011

PMN-PB realiza plenária no dia 11 de junho

Evento conta com a participação da direção nacional do partido

O PMN – Partido da Mobilização Nacional realiza no dia 11 de junho/2011 encontro estadual com representantes dos diretórios municipais, pré-candidatos para as eleições 2012, novos dirigentes municipais e filiados. A plenária estadual acontecerá no Hotel Netuanah – AV. Cabo Branco, João Pessoa, às 8h30, e contará com a presença de membros da direção nacional do partido.

O evento definirá os critérios para as candidaturas e alianças nas eleições municipais, comunicando, dentre outras resoluções nacionais, a proibição de alianças com o PSD, partido criado, recentemente, para driblar a legislação brasileira no que se refere à troca de legenda pelos ocupantes de mandatos.

Durante o evento serão apresentados novos dirigentes municipais em cidades onde foram criados os diretórios do PMN, além de substituições de várias cidades, especialmente, naquelas onde os dirigentes deixaram de acompanhar as candidaturas do PMN em 2010 e optaram por candidatos de outras legendas.

O partido está em campanha para lançar o maior número de candidatos para as eleições municipais e intensifica o convite para novas filiações.


Durante a plenária será apresentada a nova força da juventude estadual do PMN,com a criação da coordenação estadual da juventude ligada ao PMN Jovem Nacional. A juventude PMN PB terá como coordenador Alcimar Martins(foto)

De acordo com a presidenta estadual da legenda, a jornalista Lídia Moura, o PMN tem registrado um importante crescimento, resultado do trabalho iniciado em 2007, com o objetivo de levar o partido a todos os municípios da Paraíba.

O encontro reafirma a independência do partido no estado e o alinhamento com os objetivos nacionais do partido, sobretudo no que se refere à ampliação da bancada na Câmara Federal. “Temos sido parceiros do PMN nacional neste objetivo. Por isso, é intolerável a manutenção de dirigentes e militantes que optaram por trair o objetivo partidário, afirma Lídia Moura.

A direção estadual do PMN está convidando novos quadros e dando oportunidades para antigos e novos militantes em várias cidades. Ainda, segundo a presidenta do PMN-PB serão apresentadas novas direções para Patos, Cabedelo, Rio Tinto, Caaporã, Lagoa Seca, Serra Branca, Soledade e outras. Também haverá mudanças no Diretório de João Pessoa devido ao ingresso de novos membros, resultando em ampliação da direção partidária.
Informações para a imprensa: 9924 6235

segunda-feira, 6 de junho de 2011

As águas profundas do porto escondem um tesouro.

O Complexo Industrial Portuário de Suape fica a 35 quilômetros de Recife e ocupa uma área de 13,5 mil hectares. Atrai investimentos nacionais e estrangeiros e se tornou garantia certa de arrecadação nas próximas décadas. O polo tem uma carteira de US$ 15 bilhões de investimentos, 96 grandes empresas, dez empreendimentos em implantação e mais US$ 10 bilhões (atenção, dólares) em novos negócios acertados até o final de 2010.

Suape se tornou um lugar de hipérboles e é a galinha dos ovos de ouro do governo de Pernambuco, que quer quintuplicar sua movimentação, chegando a milhões de toneladas de mercadorias por ano.

É também no Complexo de Suape que estão o Estaleiro Atlântico Sul, o maior da América Latina, e a Refinaria General Abreu e Lima, um dos maiores projetos em obras na área de petroquímica. Ao todo, foram criados 47,7 mil empregos na construção, 12,5 mil na operação e mais de 200 mil empregos indiretos.

Além disso, o Porto de Suape começa a assumir a posição de hub port (ou porto de transbordo), com cargas que chegam da Argentina, do Uruguai e de outros países da região, de onde são reexportadas para Estados Unidos e Europa. Com a conclusão das obras do segundo terminal de contêineres, Suape terá condições de fazer um volume muito maior de transbordo, a conexão entre cargas que chegam e saem, e atender ao mercado asiático, com foco na China e no Japão. Isto é o Eduardo Campos não quer repartir.

Maranhão quer (queria) criar um porto semelhante. O porto de águas profundas, com calado de 17 metros, o mais profundo da região. Navios que transportam 70 toneladas, por exemplo, exigem um calado de 13 metros. O de Suape tem apenas 14 metros. O nosso terá (teria)17 metros de profundidade.

Temos o Porto de Cabedelo que pode e deve ser ampliado e modernizado, o que já está (estava) em andamento. O calado do porto de cabedelo, por exemplo, vai passar de 9 metros para 11 metros, a fim de receber navios de maior porte. O projeto do governo anterior, que Maranhão está executando, não foi além devido às limitações naturais.

O Porto de águas profundas requer investimentos, projetos e até áreas maiores, assim como o de Suape, no vizinho Pernambuco, que só de área tem quase 14 mil hectares.
Disse o candidato: “O atual Governo demonstra um profundo desprezo com as condições de funcionamento do Porto de Cabedelo, além de não perceber a importância que tem o Porto de Suape (PE) para a Paraíba”. Estas palavras foram ditas durante comício em Cabedelo, na noite de 23/10/10, pelo candidato do PSB ao governo do Estado e distribuídas com as devidas aspas, por sua assessoria. É verdade, o Porto de Suape é ótimo. Para se ter uma ideia, atualmente, 21% dos produtos importados e exportados da Paraíba passam pelo Porto de Suape, em Pernambuco, que fica também com a grana, os impostos, os empregos, a movimentação de sua economia. Nós apenas pagamos para passar por lá.

E não sei vocês, mas eu não quero ser colônia de Pernambuco não. O fato é que parece haver um acordo. Nada de porto de águas profundas por aqui. Ainda, segundo release distribuído pela assessoria, disse o candidato “o porto de águas profundas requer um investimento caríssimo de R$ 5 bilhões e que demanda mais de uma década de obras”. Certo, certíssimo! Cinco ( R$ 5) bilhões circulando por aqui é tudo que se quer. Dez anos de obras? Maravilha!. Isso é emprego que nem presta minha gente.

É melhor que olimpíadas e copa do mundo. Porque depois, atentem, ficamos com arrecadação nas próximas décadas. Carteira de US$ 15 bilhões de investimentos, 96 grandes empresas ( no mínimo), dezenas de empreendimentos e mais US$ 10 bilhões (atenção, dólares) em novos negócios. Quem sabe a gente até faça como os colegas de Pernambuco, que em setembro último resolveram fazer um mirantezinho de 40 metros de altura, com visão para todo o complexo do porto. Orçado em 8 milhões de reais, o projeto prevê a edificação de um memorial que vai contar com museu, biblioteca, auditório e galeria de arte. Tudo isso no porto de águas profundas deles, que já engloba e traz benefícios diretos para sete municípios, incluindo Recife, a capital da Corte.

É isso que não se quer repartir. E no acordo por apoio para ganhar as eleições, vale tudo. Até mesmo tergiversar (a palavras está na moda, mas tem outra melhor), que não se ama Cabedelo.

Eu quero os dois portos, com funções e características diferentes, mas que farão a Paraíba bombar de empregos, novos investimentos e ser transformada em um grande polo de desenvolvimento.

Ah!, o dinheiro para os investimentos virá do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e Banco Mundial (BIRD). Já está combinado. E com 07 deputados federais eleitos e um senador isto será moleza, independentemente de quem ganhe para presidente.

Lídia Moura Jornalista
www.bloglidiamoura.blogsport.com
lidiamouras@uol.com.br
Postado por Lídia Moura às 16:18:00 2 comentários
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QUARTA-FEIRA, 20 DE OUTUBRO DE 2010

terça-feira, 31 de maio de 2011

O que querem os professores paraibanos?

Você pode pensar que os professores da rede estadual, em greve há um mês, desejam gordos salários, privilégios incríveis, redução de suas responsabilidades. Mas, saiba que a greve é apenas para o governo da Paraíba cumprir a lei e pagar o piso da categoria. Para 30 horas, R$890 Reais.

Ao invés do diálogo, no entanto, o governo optou por seqüestrar ou assaltar, como dizem os professores, o salário. Cortou gratificações e descontou os dias parados. Aí começou uma ilegalidade, os salários pagos em maio são referentes ao mês anterior, portanto, antes da greve. Não poderia haver os descontos.

Sem o dinheiro da feira houve desespero entre os pais e mães de família, que foram ao Palácio da Redenção. Outra vez, o governo opta por se afastar do diálogo e parte para a violência. As cenas são grotescas. Professoras e professores levando pancadas em pleno palácio do governo. Nada justifica essa selvageria.

O Palácio, antes de ser do governo, é do povo. O controle excessivo, a não circulação das pessoas por ali já é uma aberração, em dias normais. Em dias de greve impedir a entrada de trabalhadores e sindicalistas é um absurdo.

E essa gente que hoje usa gov.com é celebridade? Que leseira! Tolice! Muitos, até ontem, não tinham um pau para dar em um cachorro. Agora, até o telefone dessa turma é segredo de Estado. Que munganga!

Houvesse atitudes desarrazoadas dos grevistas, representantes do governo tinham de chamar o sindicato e pacificarem, juntos, a situação. Ser governo não é impor sua autoridade, mas, antes, é submeter-se às necessidades do povo. E humildemente, argumentar, convencer, e não descer a pancada.

Ainda assim, os professores aceitaram sair do palácio que, repito, lhes pertence. Não pertence à RC ou qualquer outro que por ali passar.

E o que quer o sindicato? Segundo Paulo Tavares, do comando da greve e diretor do SINTEP-PB, a categoria quer:
- O pagamento do piso – 890 reais.
- A devolução dos salários que lhes foram tirados ilegalmente;
- O retorno, até dezembro, do pagamento das gratificações. Note-se que o Sindicato dar prazo até dezembro/2011. Não é para hoje.
- E o pagamento linear dos salários para toda a categoria, sem diferenças para os que estão fora da sala de aula.

De acordo com o sindicalista, Paulo Tavares, com a negociação, categoria volta ao trabalho e repõe os dias parados, sem prejuízos para os alunos.

Lutando por salários de R$890 reais não apenas professores devem se mobilizar. Mas, toda a sociedade deveria apoiar esse movimento.

Mesmo que se cumpra a lei e o piso seja pago, estamos falando de um salário ínfimo, que não serve para os formadores do futuro da sociedade.

As crianças, os jovens, mestres e demais funcionários da rede estadual já pagam um preço alto por integrarem uma rede estadual degradada por condições terríveis, a começar pela merenda (podre e fedorenta) servida, e já denunciada, que se tornou vergonha nacional.

Esse movimento, portanto, é de todos nós. Ficar contra ele, só para os que não têm consciência do seu dever de cidadão e cidadã.
Bater em professor e professora, seja em qual circunstância for, é a barbárie.

sexta-feira, 27 de maio de 2011

Uma armadinha para Toinho do Bolo e do Sopão

Alguém precisa auxiliar o deputado Toinho do Sopão, que, aliás, eu conheci como Toinho do Bolo. O mandato de Toinho é importante para a sociedade. Afinal, foi o mais votado do estado, a partir da vontade popular. Não tinha nenhum esquema, mas tão somente o trabalho de dar comida para o povo, o que não é pouca coisa.

Creio que o deputado tenha uma assessoria, remunerada pela assembléia Legislativa. Assim, é urgente a atuação dessa assessoria para direcionar a atuação do parlamentar.
A primeira lição para o deputado é entender que quem tem vida pública, exerce mandato, não pode falar sem pensar, nem tampouco dizer o que lhe vem à cabeça. É preciso fazer análises do contexto, compreender o que passa em sua volta, negociar, receber, humildemente, informações que podem mudar sua opinião.

Outra lição importante e não trazer a própria vida como única referência. Também sou de um tempo onde se começava a trabalhar muito cedo. Eu mesma comecei aos 14 anos. Mas, se o deputado se considera exemplo de acerto, o mesmo não se pode dizer da maioria que deixou de estudar para trabalhar.

Não perdemos a vida, fomos em frente. Eu, por exemplo, trabalhei e estudei. Entretanto, nenhuma criança deve trabalhar, pois esse é um tempo de estudar, adquirir conhecimento, brincar, vadiar, ser menino e menina, simplesmente.

Não conheço profundamente a vida do deputado. Mas, teria ele estudado o suficiente para uma formação ideal? Ou será que o seu tempo foi gasto com o trabalho, apenas?
No quesito pancada nem há o que discutir. Não leva a nada, deputado! Ao contrário, pode gerar revolta, raiva, ódio. Lá na frente, essas crianças podem escolher o caminho da violência, da opressão. E Paulo Freire já sentenciava: “O pior opressor é aquele que foi oprimido”.

Sugiro, pois, que debata e legisle contra a merenda podre nas escolas, contra o desvio de verbas públicas, contra a violência, contra as pancadas que o Governo desfere no povo todos os dias, inclusive nas crianças, com a ausência de políticas públicas que contemplem uma infância saudável e com oportunidades.

Discutir o indiscutível é a armadinha que preparam para Vossa Excelência. Fuja dela e volte para a razão de seu mandato: a defesa do povo paraibano.
O resto não serve nem como notícia, sendo esta a intenção.

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Veneziano usa a boa educação e manda convites

Veneziano é muito educado. Tanto que quando me contrapus a ele sentia dificuldade para certas pancadas. Ele sempre reagia com educação, até quando eu me excedia.
Não é fingimento. De fato, o prefeito assimilou os ensinamentos de Dona Nilda e de Vital. Assim, é que cumpriu sua obrigação e, com educação, convidou o governador do Estado e o Senador eleito, Cássio Cunha Lima, para o maior e melhor São João do mundo. Para isso, combinou com Vitalzinho, é claro. Não contrariou o irmão não, apenas o convenceu.

É bem certo que Cássio não precisa de convites para participar do São João em sua terra. Mas, formalmente, faz diferença. Com a atitude, Veneziano sobe um degrau nessa discussão tão reduzida. Empresta educação, no mínimo, para um governador tão mal- educado, com tantas demonstrações tacanhas, no trato com o poder e com os adversários.

Mas, não é apenas educação que leva Veneziano a essa decisão. Ele marca pontos também na política, na boa imagem, na humildade. Características que, aliás, o eleitor e a eleitora adoram. Evita também que o governador, que não é de Campina e nem conhece o povo, seja desagravado pela oposição.

Além disso, abre espaços para dizer e mostrar que a festa será grandiosa, independentemente, da ausência de apoio do governo estadual.
A fala ponderada, serena, demonstra também, dentro do jogo político, que não há desespero. Afinal, Veneziano, duas vezes prefeito de Campina Grande, tem pelo menos meia dúzia de opções para a disputa em que tentará eleger o sucessor ou a sucessora. Tem, portanto, motivos para sorrir, festejar.

Fica fácil manter a compostura, ainda mais quando já se é dotado da boa educação.

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Uma cadeira no Senado. A diversidade e o idioma

O que vale uma cadeira no Senado?
E várias manobras têm adiado a posse do senador eleito Cássio Cunha Lima que já perdeu 04 meses de mandato. Já perdeu também espaços, haja vista que o Senado Federal se organiza nos primeiros três meses. Mas, é claro, que, ao assumir e sendo de um partido grande, terá sim espaços, talvez não tão nobres, mas terá.
Enquanto esse dia não chega, os adversários se organizam. E este é o maior prejuízo. Faz diferença em todos os setores da política. O nível de influência é reduzido, a briga no PSDB fica desequilibrada. O espaço como aliado de RC é um com mandato e outro sem.

Já tratei aqui em várias ocasiões sobre o mandato em si, nem vou voltar ao tema. A posse virá. O ocupante do mandato, Wilson Santiago, também sabe disso, mas integra um jogo que vai além de sua decisão pessoal. É do PMDB, adversário de RC, e tem apoio do Planalto, haja vista que a sua saída representa uma cadeira para o PSDB, de Serra, de Aécio e, sobretudo, de Alckmin, principal problema do PT, que quer, a qualquer preço, tomar São Paulo.

O jogo é grande e dizem, em Brasília, envolve gente graúda dos vários poderes. O eleitor é a maior arma de Cássio. Entretanto, esse eleitor só decide em tempos de eleição. No resto, o jogo é jogado pelos ocupantes do poder.

A luta é pelos direitos humanos, como toda cidadã e todo cidadão
Todos, mulheres e homens, têm direito à felicidade e de transitar pela sociedade, sem restrições. Assim, é que os direitos civis dos homossexuais são indiscutíveis. Eu vou dar um tempo. Não discuto mais sobre este direito. São direitos humanos. E ponto. Quem tiver suas restrições deve se educar. Respeitar. Afinal, direitos humanos não são passíveis de escolha, aceitar ou não. São direitos. Fim.


Somos pessoas. E a opção sexual, que é um traço da personalidade de cada um e cada uma, é algo que compete apenas à pessoa decidir.

A língua que sofre
A língua de um povo talvez seja a sua maior identidade. Não é à toa que povos dominantes, quando se apropriam de outro, tratam logo de banir a língua, o idioma.
Exemplos disso são os Bascos, na Espanha, que durante muito tempo foram proibidos de falar seu idioma, de batizar seus filhos com nomes bascos. O povo Curdo, cuja maioria vive na Turquia, também tem seu idioma proibido. Esses e outros povos resistem, bravamente, para que o idioma permaneça vivo e forte.


Enquanto isso, o Ministério da educação adota livro que rasga a gramática e diz não à língua mãe. Introduz um conceito atrasado de nivelar por baixo. Opta por não educar. É mais fácil.

A idéia de “não constranger” constrange toda uma nação. Fico imaginando se essa gente enfrentasse a adversidade de uma luta em defesa do seu idioma. Certamente, haveria acordo fácil para adotar a língua do agressor.


A autora do tal livro, Heloísa Ramos, saiu do anonimato para ensinar que falar errado está certo. A pretexto de defender o que classifica de fala popular, a autora diz que “nós pode” pode sim ser falado. Poder até pode, professora, mas, não devemos.

Nessa mesma linha, temos um Ministro da Educação que fala cabeçário e não cabeçalho. Veja você mesmo: http://veja.abril.com.br/blog/augusto-nunes/tag/heloisa-ramos/

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Os cachorros graúdos estão se mordendo. Bom para o povo.


O grupo São Braz foi multado em R$ 7,5 milhões. Não pagou e ainda teve a multa anulada. O escândalo foi revelado pelo Jornal Correio da Paraíba, neste momento aliado do Governo RC.

Segundo o jornal, a dívida decorre de ICMS não pago no período de 2005 até 2007. O fiscal da Receita, Newton Arnaud Sobrinho, lavrou o auto de infração que foi anulado pelo então secretário da Receita, Nailton Rodrigues Ramalho.

Tudo isso quem nos conta são os meninos do Correio, sistema que já matou e morreu por Maranhão e agora mata e morre pelo atual governador, Ricardo Coutinho, adversário de José Maranhão, o que os leva a denunciar atos do governo anterior, governo que já defendeu.

Antes que você antipatize com esse fato, atente: isso é muito bom para o povo. Essa turma brigando é ótimo.

Continuemos, para entender. A revelação do imposto não pago veio à tona após a denúncia que virou escândalo nacional (veja detalhes abaixo) da merenda escolar, terceirizada, de péssima qualidade, cara, podre.

Ainda, segundo o Sistema Correio, aliado do governo RC e inimigo do Sistema Paraíba (Grupo São Braz) a denúncia da merenda podre só foi feita porque o bolo da verba publicitária do estado, não foi repartida, apesar de milionária.

Aliás, este quesito da verba publicitária é capítulo à parte e já houve até divulgação dos vencedores. Nomes de jornalistas, radialistas, empresários, sabujos, além de empresas e, valores, antes mesmo da licitação realizada.

Toda essa baixaria é ótima para o povo. Traz à tona os meandros do poder. Mostra a ausência de isenção dos sistemas de comunicação, obriga alguns (não todos) jornalistas a mostrarem a cara no jogo do interesse financeiro que possuem. E o melhor de tudo: revela o sofrimento do povo, o pesadelo que são os serviços públicos e como é humilhante estudar em escola pública, consumir a merenda, precisar de médico, no sistema de saúde, esperar e depender de um governo que, simplesmente, teria de cumprir, mas não cumpre o seu papel.

Assim, nós, os mortais, haveremos de ter uma leve esperança. Na briga de cachorro graúdo pode ser que o Ministério Público e a justiça tomem partido e fiquem com o povo. Pode ser que um promotor, isento e sem amarras, pegue todo mundo.
E, em meio a tudo isso, a torcida é para que o debate aconteça sobre o que de fato importa:

Está errado terceirizar a merenda.

Está errado oferecer lavagem em lugar de comida.

Está errado fazer de conta que não há problemas no que foi denunciado e revelado, independentemente, das razões que levaram a isto.

Está errado também isentar grandes empresas de pagamento de dívidas milionárias.

Está errado favorecer fora das regras e normas vigentes.


De todo modo, estamos no lucro. Se a turma estivesse amiga, Sistema Paraíba e Governo, nós jamais saberíamos, nem da merenda podre, nem do ICMS fraudado.



Tomar a merenda das crianças é crime de lesa-pátria

Procurei por toda a parte a repercussão das denúncias de irregularidades no fornecimento da merenda escolar na cidade de João Pessoa, reportagem que foi ao ar no Fantástico, programa da Rede Globo de Televisão. Achei tímida a cobertura no Estado. Muito bate-boca, defesas, acusações, mas pouca informação para o povo.
Houve até quem falasse em armação. Tese que, aliás, cai por terra quando aparece um prefeito com cara patibular (em tese), dizendo que em dois meses vai cancelar a terceirização da merenda e a prefeitura será responsável por todo o processo. Alguns pontos merecem destaque:

1. A terceirização não é recomendada pelo Ministério Público. Quem terceiriza deixa de receber a verba do governo federal. No caso de João Pessoa algo em torno de 2 milhões de reais. Qual a razão que leva um governo a deixar de lado a recomendação do MP e ainda dispensar verbas?

2. “Recentemente, em 9 de fevereiro, a Promotoria de Defesa dos Direitos da Educação entrou na Justiça com uma ação civil pública apontando irregularidades na merenda de João Pessoa. São réus o prefeito Luciano Agra e a SP Alimentação”. A armação seria do Ministério Público?

3. As imagens mostram um carro comum levando as carnes que deveriam estar acondicionadas em carros refrigerados, próprios para esse transporte. E essa parte da armação, teria sido combinada com os funcionários a entrega daquele modo?

4. O Ministério da Educação (MEC) determina o que deve ter no prato dos
estudantes. A merenda precisa suprir, no mínimo, 20% das necessidades nutricionais diárias e ter pelo menos três porções de frutas e hortaliças por semana. Armaram para servir Mugunzá (eu gosto, mas tem pouco valor nutritivo) e um macarrão que, cá entre nós, o filho do prefeito, se filho houver, comeria aquilo? E o filho do governador? Será que arriscariam a saúde do menino?

5. Uma das empresas investigadas é a SP Alimentação. O dono, Eloizo Durães, chegou a ser preso ano passado, acusado de pagar propina a dois vereadores de
Limeira, interior paulista. Entre as 13 cidades atendidas pela empresa, estão quatro capitais: São Paulo, Recife, São Luís e João Pessoa. Em janeiro, o Ministério Público recomendou à prefeitura que o contrato com a SP Alimentação não fosse prorrogado. Mas isso não aconteceu. Armaram para que o inocente e ingênuo prefeito assinasse tal contrato, com empresa encalacrada com a justiça?

Eis aí alguns fatos que bastam. Para uma imprensa livre, bastam. Para outra parcela, vale mais ajudar as autoridades a explicar, deixando de lado até mesmo sua indignação de saber que esse crime é contra crianças. É um crime de Lesa-Pátria, como disse Alexandre Garcia. Esses e essas estão sabotando o futuro do país.

Impressiona também saber que um prato com arroz, feijão, carne, salada, acompanhado de suco, sai por 0,80. Se for frango o valor cai para 0,60. As nossas crianças não merecem esse investimento?

Uns chamam de crime, outros de falhas. Mas, o fato é que providências têm de ser tomadas em beneficio das crianças de João pessoa. E ponto.

O fato é grave. Portanto, Viola no saco, mangas arregaçadas, desculpas ao povo e providências já. É a única coisa que cabe.

OBS: Tentamos colher a versão da prefeitura e do prefeito Luciano Agra. Ligamos, duas vezes, para a secretária de Comunicação, Marly Lúcio, enviamos email, cobramos, com outro email, o pronunciamento. Entretanto, nenhuma resposta foi dada. Esperamos por uma semana.

Após a denúncia do fantástico sobre a merenda podre, fedorenta, cara e inadequada das escolas de João Pessoa...
O competentíssimo Luis Torres afirma que negociações entre o Sistema Paraíba e o Governo Ricardo Coutinho estão em curso. Segundo o jornalista em breve as notícias vão parar. Diz o jornalista:
“Chegará um tempo, e esse tempo está mais próximo do que se imagina, (...) que vocês (o povo) serão trocados por gordas verbas publicitárias, que de gestão em gestão conferem ao Sistema Paraíba o título de maior cliente do governo”. E completa: Se vocês ainda não sabem, não se enganem: as conversas sobre a substituição já estão em curso. “Aproveitem, então, enquanto tem tempo”.

Fiquei intrigada. Como Luís Torres já foi servidor do Sistema deve saber do que fala. Mas, minha intriga pior é no seguinte sentido. E os fazedores da comunicação que antes eram críticos e hoje são mansos, também recebem as tais verbas?

Bem, por enquanto, o jornalista parece estar errado apenas quanto às acomodações. Antes, o coletivo vai denunciar o sistema Paraíba, que não disputa eleições e não precisa de votos. Portanto, está levando a melhor nessa queda de braço.

Em tempo: E se você não entendeu porque a questão poderá ser resolvida pelo governo do estado, é simples: a prefeitura é uma sucursal do governo, dominada pela mesma seita/coletivo que está no governo. Oremos, pois!

Esclarecendo: Essa denominação Coletivo Ricardo Coutinho vem desde os tempos do PT. O PT, como se sabe, tinha e tem várias correntes: DS-Democriacia Socialista: Libelu – Liberdade e Luta; Articulação – que é a majoritária – a de Lula; Movimento PT; PT de Lutas e de massas; Construindo um novo Brasil (essa mais recente); Novos Rumos, PT Amplo, Unidade na luta etc.
Note que as várias correntes têm nomes gerais, sem personalismos. Mas, o coletivo RC não. Este tem o nome do chefe e é voltado inteiramente para o chefe.

Ilustrações:
1. Obra de Raquel Schembri
2. Robson Pires

quarta-feira, 11 de maio de 2011

Verba extra para os partidos


Incremento no fundo partidário livra grandes legendas de dívidas
Os maiores partidos políticos do país fecharam o ano de 2010 com verdadeiros rombos em suas contas. O ano eleitoral deixou no PT, pós campanha Dilma, um déficit de R$ 16 milhões, segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral. Já o PSDB fechou o ano com déficit de quase R$ 12 milhões.

Apesar das dívidas milionárias, ninguém perderá o sono. O Congresso Nacional conseguiu dar um jeitinho: elevou, em janeiro/2011, em 100 milhões os repasses da União para o Fundo Partidário. Desse modo, o PT receberá 16,8 milhões extras neste ano, oriundos do incremento do Fundo Partidário, já aprovados pela Comissão Mista de Orçamento do Congresso. Detalhe: não será debatido pelo plenário. O PSDB receberá R$ 12 milhões, verba suficiente para pagar as contas e ainda sobrar um troco.

Em 2011, o Orçamento da União destinará R$ 265 milhões para o Fundo Partidário, ao invés dos R$ 165 milhões previstos. Além disso, constam da previsão orçamentária mais R$ 36 milhões, referentes à arrecadação de multas previstas na legislação eleitoral, como as pagas por eleitores em situação irregular e as devidas em condenação judicial por partidos políticos e candidatos.

AplicaçãoA lei diz que os recursos oriundos do Fundo Partidário devem ser aplicados na manutenção das sedes e serviços do partido, sendo permitido o pagamento de pessoal até o limite máximo de 50% do total recebido. Pode também ser aplicados na propaganda doutrinária e política; no alistamento e campanhas eleitorais; na criação e manutenção de instituto ou fundação de pesquisa e de doutrinação e educação política, no valor mínimo de 20% do total recebido.

Os recursos também poderão ser utilizados na criação e manutenção de programas de promoção e difusão da participação política das mulheres, conforme percentual fixado pela direção partidária, com o mínimo de cinco por cento do total.
Na prestação de contas devem ser discriminadas as despesas realizadas com recursos do Fundo Partidário. A Justiça Eleitoral pode, a qualquer tempo, investigar sobre a aplicação dos recursos.

Com informações TSE/Senado Federal

Ministra devolve dinheiro e permanece no cargo


A Ministra da Cultura, Ana de Holanda, anunciou nesta quarta-feira, que não vai deixar o cargo, como dito anteriormente.

Sofrendo desgaste no governo, Ana de Holanda, esteve em São Paulo, na assembléia Legislativa, para reunião com a classe artística. Após a reunião, a Ministra pediu escolta, da sala em que se encontrava até o carro, para evitar os jornalistas. Houve tumulto, jornalista agredido pela polícia, uma confusão.

Tudo para não responder às incomodas perguntas, como, por exemplo, diárias pagas para a Ministra em datas que antecedem a eventos no Rio de Janeiro e a autorização para sua sobrinha, Bebel Gilberto, captar 1,9 milhões de recursos para sua 1ª turnê brasileira. A artista atua muito no exterior.

Ana de Holanda é irmã de Miúcha, mãe de Bebel. E é também irmã do compositor Chico Buarque, um dos maiores entusiastas da campanha de Dilma. Segundo o MINC, não houve favorecimentos à sobrinha da Ministra.
A ministra vai devolver o dinheiro das diárias. Recebeu em quatro meses R$ 35,5 mil reais.

Foto: JC

Ainda hoje, apanhado sobre o caso da merenda escolar de João Pessoa.

domingo, 1 de maio de 2011

Cícero, o paciente
Cícero Lucena sai na frente na disputa interna pela permanência no comando do PSDB. O senador já estava muito bem, pois tem mandato direto sem os percalços da justiça, está à frente da poderosa 1ª secretaria (para quem conhece Brasília, isto não é pouco) e tem prestigio no PSDB em nível nacional, conquistado em anos e anos de trabalho partidário. Trabalho burocrático e chato, que poucos querem desenvolver.
Cícero fez e é um nome de peso na esfera partidária.

Mas, precisava mais. Há o senador eleito Cássio e havia um vice-governador, que voou em um click ao embarcar na fraude encabeçada por Kassab, o PSD. Fraude porque a Lei só permite migrar de partido, para os que têm mandato, quando há notória diferença ideológica. Não é o caso, pois o PSD nem ideologia tem e sabemos bem como, e porque, foi criado.


Mas, Cícero teve paciência. Sabia que a vaidade de Rômulo Gouveia não permitiria que ele continuasse como coadjuvante diante de uma chance de ser a estrela. Esperou e o vice-governador se mandou. Rômulo já tentara esse voo antes quando ameaçou ir para o PPS. Naquela ocasião Cássio era governador. Agora, a coisa é diferente. O resultado é que o PSDB não é mais governo e Cícero e companhia estão à vontade na oposição. Ficou livre de um problema.

Há, então, o senador Cássio. E novamente, Cícero parece ter paciência. Cássio terá de tomar uma decisão rapidamente. Cícero pode esperar. Cássio tem a eleição de Campina Grande pela frente. Não pode falhar e perder pela terceira vez. Cícero tem a de João Pessoa e menos problemas. Tem o domínio do partido na capital e no Estado, tem mais de um provável candidato ou candidata, além dele próprio, e tem importantes aliados. Todos, aliás, estão contra o coletivo. PMDB e PT, inclusive.

Em Campina, o candidato de Cássio é Romero. Está filiado ao PSDB, mas há que se avaliar se é vantagem. Romero, o candidato de Cássio, só permanecerá no PSDB se houver uma chance de acordo. Por isso, Cássio diz só conversar com Sérgio Guerra junto. Não havendo acordo, vai migrar para o PSD, partido que, aliás, pode abrigar também o filho do senador, mas apenas por estratégia. O menino não é o candidato, não tem vocação para esta confusão. Dizem que é empresário bem sucedido, apesar de jovem, e navega em outras águas. Só irá para o sacrifício se todos os planos falharem.

O quadro acima e a reação do senador eleito Cássio, reação de muita raiva, mostram que Cícero está com uma ligeira vantagem e de quebra tem usado o regulamento.


A democracia do penico
Eu esperei uma eternidade, mas o assunto ‘forró de plástico” continuou lá. O enfoque é uma chatice, uma aberração, um absurdo. Acho que pensam, como diria aquela “filósofa”, que nosso ouvido é penico.

Gostar ou não dessa ou daquela banda não é a questão. Eu, particularmente, não gosto nem do nome de algumas, mas respeito todas elas. Aliás, respeito o povo que delas gosta. É assim que é em uma democracia. E ademais, é muita arrogância querermos agora determinar o que é bom ou ruim. O povo tem o direito de fazer as suas escolhas. Para preservar determinada cultura devemos dar acesso a todas as informações para que a sociedade faça suas escolhas, livremente. E nem sempre o resultado é bom para os nossos conceitos.

Chico César é a trilha sonora de grandes acontecimentos de minha vida e sei, que da vida de muita gente boa ou até algumas bem ruizinhas (nem só dos bons se vive), mas errou e errou feio ao rotular, apontar, discriminar. E mesmo um poeta grandioso como
Chico César precisa refazer seus conceitos.
A diversidade é mais que um direito. É um conceito de vida. Precisa aprender. Do contrário, continuará sendo usado por quem faz uma democracia de encher penicos.


O São João do mundo
A primeira correção que quero fazer: O São João não é de Campina Grande. É da Paraíba, é de João Pessoa, é do mundo. A festa já foi tema de documentários internacionais. Entrou nas maiores redes de televisão do mundo. É tema recorrente no nosso noticiário nacional. A única dúvida, na verdade, brincadeira, é se temos o maior aqui ou o maior é de Caruaru. Nunca fui à festa de lá. Por isso, não sei dizer. Nem vou à Caruaru para não dar o cabimento da dúvida.

Dito isso, é um absurdo o governo do Estado fazer pirraça e negar apoio ao maior e melhor São João do Mundo. Não é inteligente. A festa rende dividendos para o turismo do estado e do país. O príncipe que casou na Inglaterra gastou 80 milhões com a festança, mas recolheram 2 bilhões na movimentação turística. Quem vai queimar a monarquia. Ela rende e rende muito. Esta deveria ser a visão por aqui. Mas, a politicagem ainda é a tônica. RC não é o primeiro a usar o expediente e sem será o último.

E depois, o governo não está no comando em Campina Grande. E nem estará. De um lado há o seu maior concorrente para a eleição de 2014, Veneziano. E do outro está Cássio, por enquanto um aliado, que se estiver sem opção, como aconteceu em 2010 é melhor para RC. Foi assim que ele ganhou 64% dos votos de Campina, doados por um Cássio sem opção e precisando sobreviver.

1. Não adianta: CG só votou nesse homem porque Cássio pediu. O voto de confiança foi dado, mas Campina é especialista em tirar quando acha que foi traída. Barbas de molho!

2.Em tempo: Esse negócio de achar que o RC está beneficiando Pernambuco é bobagem. Ele não tem prestígio para isto. Nem faz diferença.

3.Faltou espaço para abordar a trajetória de uma moça muito competente que, em apenas dois anos, fez carreira meteórica na Paraíba.

4. Veneziano teve, mas não deveria, a humildade de esperar por duas horas para ser atendido pelo governador do Estado.


Ilustração - Fonte ClavedoSul

terça-feira, 12 de abril de 2011

O preço da alcatra está pela hora da morte. Mas, o PSD está pronto.

O PSD foi gestado no Planalto. A presidenta, pessoalmente, orientou o governador do Amazonas, Omar Aziz (PMN) e o Senador Sérgio Petecão (PMN-AC) para migrarem rumo à sigla que junta gente oriunda, principalmente, do DEM, do PSDB, PMDB e do PMN, este último, embora considerado pequeno, foi incluído na lista por ter tido a audácia de fazer campanha abertamente pró-Serra. Lançou comitês, imprimiu material, editou resoluções e, principalmente, foi um dos poucos partidos que permaneceram com Alckmin, em São Paulo.


A ata será assinada nesta quarta-feira, 13, em Brasília. É o segundo lançamento, mas este é que vale. Quem assinar é fundador e poderá escapar, talvez, da perda de mandato, pois está incluído na lei que permite mudança de legenda “por mudança de postura ideológica”. Como o PSD não tem nenhuma ideologia (vide decalque que circula na internet) cabe aos juízes acreditarem ou não em tal justificativa. Muita água ainda vai rolar. Afinal, quem assina também passa a responder.

Em Brasília, há piadas codificadas dizendo que tem uns que levaram 3,5 kg de alcatra, outros 5 kg. E além do gordo churrasco, uma montanha de emendas e verbas para seus estados. Se é verdade? Não sei, vai saber.

O PPS, que está perdendo um monte de prefeitos e vereadores para o novo-velho PSD, ingressou como uma ADIN – Ação Direta de Inconstitucionalidade. O PMN assina junto e vai requerer alguns mandatos na justiça. Com essa ação os mais cautelosos sequer vão migrar, por enquanto, afinal perder mandato assim é ruim para o negócio em que se transformou a política.
O Kassab, embora tenha articulado e negociado, pessoalmente, com os parlamentares, governador e vices, não vai presidir a legenda, tarefa que caberá à senadora Kátia Abreu (TO). E vamos combinar, a criação do PSD foi um golpe de mestre. Receita fácil.

RC vai implantar a carteira de motorista social
Palmas para o governo que adota proposta defendida por nós à exaustão no horário eleitoral 2010. Aliás, defendo que a carteira nacional de habilitação deve ser gratuita em todo o país e para todos e todas. Na Paraíba não será assim, mas já é um bom começo. E eu fiquei feliz que a nossa idéia tenha resultado em projeto de governo.

Cássio e a posse
Sem dúvida, goste você ou não, Cássio é senador. Tomará posse em breve e vai dar trabalho para Cícero. Tem o apoio de Sérgio Guerra, que é seu parceiro. Afinal, Guerra era senador virou deputado por falta de opção e tem muita gente para acomodar. Mas, Cícero pode dar seus pulos e o PSDB é enorme, na legenda tocam várias bandas e leva a vantagem de estar há mais tempo pela casa. Cássio chega agora, terá que se estabelecer, mas tem a vantagem da alta popularidade e com aquela coisa que alguns eleitores adoram, principalmente, as eleitoras: Um homem injustiçado.

RC e Cássio não vão romper


Há um colega jornalista que pelo menos três vezes por semana afirma, reafirma, elenca fatos e prova, aliviado, que RC e Cássio não vão romper. Queria poder livrá-lo dessa tarefa enfadonha. Como não posso vou ajudar reforçando sua ladainha: Cássio e RC não vão romper. Por agora não é preciso. Cássio vai continuar convivendo bem com a turma. É questão de inteligência e economia de energia.



A presidência de Lula desviou dinheiro. É que diz o TCU

O TCU diz que a presidência de Lula usou de superfaturamento e pagamento por serviços fantasmas em contratos firmados para a impressão de 5 milhões de cartilhas de propaganda, entre 2003 e 2005.


Ainda de acordo com o TCU, o montante desviado, entre itens superfaturados e não entregues ao governo,é de cerca de R$ 10 milhões.

Já foram aplicadas multas de R$ 2,6 milhões a gráficas, agências de publicidade e a parte do núcleo que comandava a área de comunicação do governo.
Como tiraram a dinheirama dos cofres públicos - A partir de 2003, a Secretaria de Comunicação de Governo adquiriu cartilhas para divulgar ações do governo. Normalmente, o material deveria ter sido entregue ao governo e depois distribuído. Cerca de 1 milhão de cartilhas, segundo a Secom, teriam sido distribuídas aos diretórios do PT sem passar por controle oficial. Segundo o TCU, os investigados não conseguiram comprovar que as cartilhas tenham sido entregues ao PT.


A turma está encalacrada, mas cabe recurso. E claro, por enquanto, nada de pegar Lula. Obviamente, porque ele não sabia de nada disso.

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