sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Candidatura de Nonato (PPS): O blefe é perfeito, pois garantido pelos que esperam para ruminar.

Nonato Bandeira (PPS/PB) não tem como prioridade a candidatura de prefeito de João Pessoa. Também não ensaia rompimento, nem faz qualquer ação sem combinar com o número 1 do Coletivo RC, que é o próprio Ricardo (PSB), o governador.

O coletivo, ao contrário, está mais coeso do que nunca e tem tudo combinado, incluindo esse blefe, essa briga e essa divisão aparente. PSB/ PPS é uma coisa só por essas bandas, tanto que Nonato Bandeira é filiado ao PPS e não ao PSB. A manutenção de sua filiação por lá se deu apenas para garantir sempre um partido importante, com tempo de TV, na base e nas contas do PSB onde quer que o PSB vá.

O PPS de tamanho razoável, história idem, com representatividade nacional e verniz de esquerda serve bem para certos discursos. Por isso, foram lá em Brasília e combinaram, não com Roberto Freire, pois isso de nada adianta. Combinaram com Francisco Almeida, Rubens Bueno, Givaldo Siqueira. Vale registrar que o velho Almeida não é sequer membro titular da executiva do PPS. É suplente, mas é quem opera. Não é direção titular porque já chegou a um nível que opera, independentemente, do cargo que ocupa.

E a conversa do diz-o-que-eu-quero-ouvir-e-eu-finjo-que-acredito girou em torno de candidatura própria. Ora, a exigência que se apregoava e parece ter convencido inclusive Jungmann (que esteve por aqui ouvindo a todos) era de que haverá candidatura própria.

Assim, é que Nonato se apresenta tirando qualquer possibilidade de Janduhy Carneiro usar esta tese e construir uma candidatura verdadeiramente do PPS, não do coletivo Ricardo Coutinho (aliás, o PT tem muitas tendências e por lá RC construiu a sua. Mas, tão personalista que leva o seu próprio nome).

Janduhy Carneiro seria candidato longe do PSB. Nonato é candidato do coletivo e com isso a oposição que há no PPS fica sem espaço, sem voz e sem possibilidades. Lá na frente o PPS poderá negociar a vice, que obviamente não precisa ser Nonato. Este tem dito, como se tudo fosse verdade: “Eu não serei vice”. Claro, tem espaços mais importantes para ocupar.

E aí tudo segue conforme o combinado. PPS vice ou sem candidatura e Nonato de primeiro ministro, do coletivo, claro, pois não tem tutano para mais que isso. Feito isso, o coletivo terá atingido o seu objetivo. Cabeça de chapa (PSB) e vice (PPS) sem ter que abrir espaços para os outros partidos, incluindo o PTB. Engenhoso, devemos admitir.

No decorrer do processo, a candidatura do PPS poderá até se manter, mas como auxiliar da candidatura principal do coletivo, Estalizabel ou outro. Nonato serve para os debates. E pode ser raivoso, sem problemas, pois tem treinado muito. A Estelizabel não poderá fazê-lo. Tem uma história de vida que não lhe permite.

E o PPS lá em Brasília segue feliz. Nenhuma ideologia, nenhuma filosofia nisso, mas pragmático como sempre e parecendo até grande. Afinal, juntando-se com a turma do governador poderá sim eleger até deputado, que é o que verdadeiramente importa para que se continue com liderança na Câmara Federal, tempo de tv e grana do fundo partidário, que, dizem, ficou um período suspenso e o PPS passou um perrengue danado.

Resumo da ópera: Nonato é candidato apenas para que o PPS não fique independente (candidatura de verdade) ou mesmo faça valer a aliança nacional com o PSDB (como vice), o que poderia aproximar o partido de Cícero Lucena, o cara mais inteiro para as eleições de João Pessoa. E com a mesma cajadada ainda elimina a possiblidade de ter de repartir o poder dando a vice a quem nem da seita é.

Assim, o coletivo fecha a porteira e todo mundo dentro é de casa. Os outros ficam por ali, assim, assim, mugindo e sendo tangido para onde o tal coletivo quiser. Vez em quando recebem alimento, afinal, essa turma que garante o jogo não pode ficar sem ruminar.

Lídia Moura

sábado, 14 de janeiro de 2012

Herói

Tenho um herói. Um homem que admiro por sua imensa capacidade de amar e perdoar.
Ele passou 26 anos preso, sofreu torturas, abusos, foi separado de sua família, não viu os filhos crescerem. Mesmo com enorme capacidade intelectual e com conhecimento acadêmico foi obrigado a quebrar pedras enquanto o seu povo era perseguido, morto, mutilado por uma minoria branca, que impôs um regime fétido chamado aparthaid.

O meu herói é negro. Lindo. Tem um sorriso de criança, dança, comemora. Jamais permitiu que o ódio atrapalhasse o seu raciocínio.

Na prisão aprendeu a língua do opressor para entender o raciocínio do inimigo.
Quando saiu da prisão, em 1990, virou presidente do seu país (1994-1999), a África do Sul. Mas, jamais perseguiu um branco. Ao contrário, promoveu a paz, juntou o seu povo. Discordou e enfrentou os companheiros que defendiam a guerra. Ganhou o Nobel da Paz, dividindo o prêmio com o representante dos que o oprimiram.

Evitou mais conflitos, mas teve firmeza contra os brancos que teimavam em defender uma paz de mentira, sem enfrentar os crimes cometidos em função de uma dominação estúpida.
Ao terminar o seu mandato de presidente não foi à reeleição. Entendia que sua missão estava cumprida e o poder não lhe seduzia. Repetia que se o seu partido/organização, o CNA, não fora capaz de preparar um sucessor, perder a eleição seria uma consequência natural.
Seguiu em frente. E vive com aquela sabedoria própria dos seres especiais. Leva uma vida simples aos 94 anos, com uma lucidez de quem compreende exatamente o que é filosofia. Um herói da humanidade.

Relembro fatos esparsos e que nem de longe comtemplam a grandeza de NELSON Rolihlahla MANDELA, para pedir uma reflexão ao colega jornalista Luís Torres, que nesta semana comparou esse guerreiro, na acepção maior da palavra, a um vereador de João Pessoa, que tem lutado incansavelmente para ser aceito na seita (um tal coletivo) que governa, e multo mal, a linda cidade de João Pessoa.

O moço citado por Luís tem uma história acanhadinha. Ainda não conseguiu mostrar a que veio nem mesmo a uma cidade, que dirá a um país, ao mundo, à humanidade, como fez Mandela, que diria: Nunca, nunca e nunca de novo, prezado.

Controla-te Luís, por favor! Nós que fazemos jornalismo temos muita responsabilidade. Tudo fica registrado. O que escrevemos hoje, em geral, vira história amanhã. Não podemos esculhambar a história, as memórias, trajetórias como as de Mandela.
Eu mesma vivo mandando torpedos para os raivosos pedindo que se mirem no exemplo de Mandela e deixem de lado a raiva, mas daí a reduzir esse herói da humanidade e compará-lo a quem vive tentando sobreviver na corda bamba de um espaço de poder para lá de paroquial... Tenhamos paciência!

Quero acreditar que Bala Barbosa tenha razão. A explicação é simples. Luís Torres entende muito de Bruno F, mas nada de Nelson Mandela.

E aproveitando uma crença de Mandela, mando uma sugestão ao nobre vereador, que pode propor ações e defender condutas de governo para melhorar a vida das pessoas. Segue:
“A educação é a mais poderosa arma pela qual se pode mudar o mundo” . Com merenda podre, fedorenta e fechamento de escolas não chegaremos lá.

A propósito, o prefeito de João Pessoa já lê Mandela. Citou em sua carta renúncia (à reeleição). Falta seguir o exemplo, na gestão, pelo menos.

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

PMDB define Tatiana Medeiros como pré-candidata a prefeita de Campina Grande

O PMDB de Campina Grande esteve reunido na tarde desta quarta-feira, dia 11 de janeiro de 2012, na residência do Vice-Prefeito de Campina Grande, José Luiz Júnior, em João Pessoa, oportunidade em que foram apresentados os resultados de duas pesquisas encomendadas pelo partido para definir sua candidatura a Prefeito de Campina Grande nas eleições 2012.



Estiveram presentes à reunião Veneziano Vital do Rêgo, José Luiz Júnior, Alex Azevedo, Tatiana Medeiros, Metuselá Agra e Walter Brito Neto. Na oportunidade, foram apresentados os números das pesquisas encomendadas aos institutos Datavox e Opinião, que apresentaram o nome da médica Tatiana Medeiros como a preferencial para ser a pré-candidata do partido para o pleito deste ano.



Após a apresentação dos números, o Prefeito de Campina Grande, Veneziano Vital do Rêgo, pediu a todos os presentes “compreensão, discernimento e engajamento em torno do projeto do PMDB para continuar com as mudanças que transformaram Campina Grande em uma cidade bem melhor para se viver”.







Campina Grande, 11 de janeiro de 2012







Partido do Movimento Democrático Brasileiro – PMDB

terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Quando Helder construía RC ninguém reclamou por isenção

Soube, pelas comemorações de comissionados do governo da Paraíba, via twitter, que o jornalista Helder Moura foi demitido do sistema correio de comunicação, sistema que pertence ao empresário Roberto Cavalcanti. Nada demais não fossem as razões motivações políticas e a exigência do governador e de se staff (o coletivo) que, segundo dizem, pediu a cabeça de um oponente qualificado e que construiu, ao longo de mais de duas décadas, muita credibilidade junto à opinião pública.

Helder tinha e tem lado sim. Todos sabem que ele, por suas próprias e compreensíveis razões, não vota e não tem simpatia pela família Cunha Lima. Helder é de Campina e tem razões para isto. Cabe a ele relatar, se desejar. Eu as conheço e compreendo Helder.

Também optou no meio da caminhada a ser oposição ao Sr. Ricardo Coutinho, hoje governador, e que foi prefeito com o apoio, voto e campanha sistemática de Helder a seu favor. Naquele momento ninguém reclamou da "falta de isenção" de Helder.

Mas, vamos pensar bem: o que é a isenção que se reclama? A isenção é não ter opinião, lado, teses? Não, a isenção que se pede, pelo menos a que eu reclamo, é dar espaço para o outro lado, é dizer a verdade e só a verdade. Quando acusar ter provas do crime, mas ainda assim, dar espaço para a defesa do outro, de preferência na mesma notícia.

E isto, sou testemunha, Helder fazia. Eu mesma, em dado momento, fiquei aborrecida com ele, mas lá estava o espaço.


Sabemos, no entanto, que a isenção não é o problema. Enquanto esse mesmo Helder descia o sarrafo nos opositores de RC candidato a prefeito, apoiado por Maranhão e pelo sistema correio, tudo bem. Mas, quando esse mesmo estilo aponta para RC, aí não vale.

Vamos combinar, quem desses aí, que acusam de falta de isenção, na folha ou nela querendo entrar, liga para isenção!?. O problema é autoritarismo. É a busca pela obediência, é o desejo de subjugar. É a necessidade de vingança. E para tal usam o poder público, o dinheiro público, em acordos comerciais com os sistemas de comunicação. E tudo é simples, assim:

O sistema vai continuar sem isenção defendendo(hoje) cegamente o governo RC, como tem feito. E vai atacar os opositores da mesma forma como Helder já serviu, lá atrás, para atacar o Cássio, que antes era inimigo. E outros que atravessavam no caminho do então candidato RC.

O fato é que o outro lado, comum e óbvio no jornalismo minimamente sério, está sendo abolido. Inventam agora que a notícia, mentirosa ou não, é publicada e depois que se corra atrás da resposta. E a turma que demitiu Helder tem ainda o critério de não permitir que o oponente tenha voz. Até a mulher do homem anuncia pelas redes sociais a chamada limpeza. Fazer o que? Em terra de cego...

O sistema correio perdeu a oportunidade de manter, pelo menos, o contraditório, uma voz fora do cabresto. Optou pela entrega total.

Nós, leitores, ouvintes e telespectadores temos de fazer uma listinha e olhar para a notícia dada tirando sempre 80%, pois essa parte é a cota do patrocínio. Os outros 20% usam, ora para manter minimamente a dignidade, ora para pressionar e garantir que o pagamento fique em dia.

Neste cenário ou em qualquer outro não há o que comemorar. Demissão de jornalista, a pedido, é sempre um atraso, um mal para a sociedade. E mostra toda a nossa fragilidade enquanto sistema democrático.

Há muito o que aprender e na escola do governador é impossível. Estamos fadados ao fracasso, às trevas, ao atraso do jornalismo e de tudo que envolve o bom debate. Dizem, há um tolo de plantão, que se autoproclama a mão-de-ferro, o dedo em riste em nome do governo.

Pobre diabo! Não sabe ele que tudo passa.





Em tempo: Disponibilizei, por telefone e via email, para a comunicação do governo e da prefeitura, todo o espaço para este blog e onde quer que eu escreva. Nunca obtive resposta. Claro, me julgaram pelo que são.