sexta-feira, 8 de julho de 2011

Marina Silva quer um partido para "chamar de seu".

A ex-senadora e ex-candidata a presidência da república, Marina Silva, deixou o Partido Verde no comecinho do casamento. E na saída, como é comum nos divórcios, disse um monte e concluiu que “O resultado mais grave da perversão do sistema político é o afastamento das pessoas da Política com P maiúsculo, pela qual cada um pode ser parte das decisões públicas por meio de suas opiniões, sua palavra, suas propostas, seu voto bem informado e consciente”.

Ao acusar a todos e todas de terem se afastado da Política com P maiúsculo a ex-senadora comete um erro. Arvora-se no direito de rotular todo o mundo, sem exceções, a partir do modelo que encontrou no PV, partido que não conheço, não posso julgar, mas que tenho certeza tem erros e acertos, como todos nós que fazemos política.

A ex-candidata, que encontrou ampara para o sue projeto no PV preferiu afirmar que “a experiência no PV serviu para sentir até que ponto o sistema político brasileiro está empedernido e sem capacidade de abrir-se para sua própria renovação”. Que horror! Essa mulher não tirou nada de positivo desse partido. Não acredito!

Feito esse reparo, vamos ao que interesse. Marina, com o monte de votos que obteve, achou que o PV poderia ser seu. E aí esbarrou no pragmatismo dos que, com muita dificuldade, construíram o PV. Assim, não houve jeito. Marina sai e, claro, vai fazer outro partido, agora um partido para chamar de seu. E isso é, como diria o slogan de Marina, a cara do Brasil.

Há quem acredite que isso tudo é parte de um plano maior, gestado no Planalto, que, de um lado forjou, para a direita, o PDS(ops!,é PSD), e agora, para a esquerda, o partido de Marina, o PV do B, que começa como um movimento, o Verde e a cidadania. Bom tema.

No fim, é tudo a mesma coisa. Marina vai fundar novo partido, participar do mesmo sistema, fazer a mesma política, brigar pelos mesmos espaços, usar os mesmos agentes, incluindo, deputados eleitos pelo PV que correrão para o partido novo, sem a menor cerimônia. E sim, usará muita grana para realizar tudo isso. Nesse quesito, aliás, ela tem sorte, o seu mecenas, Guilherme Leal, o dono da Natura, tem muitaaaaa grana.O declarado é de 2,1 bilhões de dólares.

É isso aí! Como não quero ser injusta e chata como a Marina foi à sua saída, fica o registro. Ela é muito boa, o seu discurso é bom para a sociedade, o partido que ela vai criar é bom para a democracia (quanto mais, melhor) e eu, inclusive, votaria nela.

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