sábado, 16 de fevereiro de 2013

Algumas peças do tabuleiro estão postas, mas o jogo não foi jogado




O jogo para 2014 corre velozmente. Por meio de sua assessoria, o ex-prefeito de Campina Grande Veneziano Vital do Rego anuncia a criação de “grupos de trabalho para iniciar o projeto rumo a 2014”. Está convencido de que será o candidato do PMDB e por isso tenta sair do estágio de lamentação, após a derrota em Campina Grande.

No momento, parece organizar a turma. Faz reunião com jornalistas, liga para outros tantos passando o número novo do telefone e briga para provar que não deixou problemas na Prefeitura. Neste quesito experimenta um pouco do que sofreu a Prefeita Cozete. Ouve hoje o que disse de Cozete ontem. Mesmo ela sendo aliada naquela ocasião, a tão propalada lealdade não valeu.

A assessoria de imprensa ainda é Carlos Magno. Na entrevista que deu ao programa de rádio Polêmica PB, leia-se Gutemberg Cardoso, o ex-prefeito de Campina Grande estava acompanhado de Alex Azevedo, homem forte em suas duas gestões, mas que enfrenta resistências em meio aos aliados. Portanto, tudo como dantes, pelo menos em termos de equipe.

Há uns fazedores de tarefas, aqui e ali, mas no núcleo rígido são os homens de sempre: Alex Azevedo, Tico Lira, Alexandre Almeida, Gilson Lira, Carlos Magno, Salomão Augusto, Júlio César e, claro, o senador Vital do Rego Filho, que modifica o número cabalístico de sete. Notem que não há mulheres na equipe, não nas decisões.

E sempre vale lembrar: dentre tantas simbologias do sete (7), os princípios da Moral Pitagórica recomenda: Retidão de propósitos, tolerância na opinião, Inteligência para discernir, clemência para julgar, ser verdadeiro em palavras e atos, simpatia e equilíbrio.

O PMDB, ou melhor, o ex-prefeito Veneziano, já deu o pontapé inicial. E, sem dúvida, é o nome mais forte do partido para a empreitada. E de quebra tem irmão senador, mãe deputada federal, contraparente deputado estadual e a esposa, superintendente da Funasa. Meu Deus! O poder deve mesmo ser assim?

Do outro lado, Ricardo Coutinho (PSB), correu para Campina. Sabe que de CG podem vir os votos que definem a eleição. Tem sido assim nas últimas disputas. Na Rainha da Borborema, foi abraçado por Romero Rodrigues, atual prefeito que ganhou com a consagradora marca de 40 mil votos. Não fosse a capacidade de trabalho e a dedicação de Tatiana Medeiros na campanha, a diferença seria maior. Ricardo Coutinho hoje depende inteiramente de Cássio Cunha Lima. Sem o apoio deste não vence as eleições. Sujeito de difícil trato, nem mesmo os aliados o defendem de modo confortável. Havendo outra opção, não é ele o nome. Mas, será candidato de qualquer maneira.

Cássio Cunha Lima ainda espera. Vai definir a sua vida mais adiante. E isto define também o futuro do PSDB na Paraíba. É uma força importante que tem o senador Cícero Lucena e o deputado Ruy Carneiro, parlamentar que se comporta bem em Brasília. Cássio candidato, há quem aposte até na desistência de outras candidaturas, que migrariam para o Senado.

O PMDB luta pelo apoio do PT. O senador Vital do Rego mantém o seu estilo. Negocia por cima. Só respeita os grandes. Apenas na reta final chama os demais. Ocorre que o PT também tem planos. Afinal, saiu fortalecido das últimas eleições. Ganhou uma capital, a única do Nordeste para o partido. Não é pouca coisa. Pode querer a cabeça de chapa. Tem nomes, estrutura e, agora, máquina que garantem e lustram esta pretensão. E tem também a possibilidade de filiar Luciano Agra, prefeito injustiçado por Ricardo Coutinho e que foi fundamental para a vitória do PT na capital, João Pessoa.

Por fora, corre um que parecia azarão, até outro dia. O Ministro Aguinaldo Ribeiro. Tem uma legenda forte em nível nacional e sem entreves internos no estado. Sua família é dona do PP. (partido este que se juntou ao PT quando não se sabia que Cartaxo venceria as eleições). Ficou bem, portanto, com o PT nacional. Junto, Aguinaldo tem puxado outra família, os Gadelha, atualmente no PSC. Não definem mais eleições na Paraíba, mas tem uma imagem positiva e negociam sem grandes ambições. Alguns espaços tem sido suficiente.

Dentre as peças que se movem de acordo com o jogo, há o PEN, de Ricardo Marcelo. O presidente da Assembleia Legislativa tem se mantido em cima do muro nas últimas eleições. Não é carne, nem peixe. Mas, agora tem a responsabilidade de um partido.

Rômulo Gouveia, com o seu PSD, espera o sinal de Cássio. É do grupo. Tem as suas pretensões, mas dificilmente será obstáculo. O PR de Wellington Roberto tem um pré-acordo com o PMDB, do grupo de Veneziano. Não vota em Ricardo Coutinho, mas não ama ninguém e pode sim se arrumar em outros projetos.

Estas são as peças do tabuleiro levadas em conta pelos donos do poder por estas bandas. Poderemos ter candidaturas alternativas. Sem contar que os peões, em número maior que os demais, são a alma do xadrez. E de sua boa ou má colocação sai a definição da partida. O jogo ainda não foi jogado. Barbas de molho, pois! O conselho vale para todos.