quarta-feira, 22 de dezembro de 2010


Cássio vai governar junto
O novo governador da Paraíba anuncia a equipe sem grandes surpresas. O poder de Cássio no governo era esperado, é justo, e foi confirmado, inclusive, com a nomeação de seu principal colaborador, Gustavo Nogueira.
O coletivo não tem tantos quadros e os nomes são os de sempre, com o acréscimo de nomes do mundo acadêmico e outros defensores ardorosos de RC. Tudo bem, tudo bom. Vamos torcer para que essa boa vontade seja traduzida em eficiência. E minha maior torcida é que Cássio leve uma pitada de amor para essa gente rancorosa. A alternativa é ser corrompido pelo ódio. Por enquanto, e creio que por bom tempo, é tudo céu de brigadeiro.

E o nome do PPS é...
Nonato Bandeira. Todo mundo sabe que Nonato é da cota pessoal de RC, mas foi anunciado como o nome do PPS, deixando o presidente, Bernardino, a ver navios. É bem verdade que Bernardino virou presidente do PPS em meio às confusões do partido, cuja direção nacional (a parte que define) é adepta das fofocas e avaliações estapafúrdias. Por isso, essa direção da PB, que ficou, vamos combinar, meio desmoralizada. Nonato é filiado, mas Bernardino esperava está no poder. O recado mais importante nisso tudo é que RC caminha para o domínio total do partido.

Iraê, é claro!
É a nova secretária de Política para as mulheres. É comprometida com a causa e isso é muito bom. Colocou sempre o seu mandato a serviço do movimento feminista. É boa escolha e, de quebra, pode perturbar lá pelo PMDB onde é tida como traidora e promete lutar para mudar a direção, os rumos do partido. Está bem posicionada e o governador, mestre na “arte” da cizânia, certamente terá interesse em ajudar nessa briga.

No ministério de política para as mulheres venceu uma tendência do PT.
No cenário nacional, a grande decepção foi o anúncio da nova Ministra de Política para as Mulheres. Uma decisão política que coloca uma deputada Ireny-PT-ES no lugar de Nilcéia Freire e deixa de lado todo o projeto construído até aqui. Ela simpatiza com a causa, mas não é feminista engajada. Nilcéia não foi ouvida, sequer. Resta agora a torcida.

E na terrinha, estou muito curiosa para saber quem serão os demais jornalistas escalados. Saberemos quais esforços foram recompensados. E claro, quem ficará com cara de tacho.

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Dia Mundial de Combate a Violência Contra a Mulher


Hoje, 25 de Novembro, é o dia mundial de combate à violencia contra a mulher. A data serve para dar visibilidade ao problema e sensisbilizar a todos. É um dia de luta. Mas, longe de resolver. A distribuiçao de material, o que normalmente se faz, ajuda um pouquinho. Mas, o necessário, é uma força tarefa que envolva todos os setores do governo e da sociedade, para que possamos erradicar esse mal. É como se faz para erradicar a miséria ou doenças. Nao podemos mais vacilar. Temos de entender que nenhuma sociedade é saudavel com o quadro de violencia crescente.
Repito sempre o lema: metade da humanidade é de mulheres, a outra metade sao os filhos de mulhres". E nao avancaremos enquanto a mulher for tratada como cidada de segunda classe.

Para denunciar, ligue 180
CNH para todos e todas
O governo da Paraíba cria programa para que carentes possam tirar carteira de motorista pagando quase nada de taxas. O projeto é importante. Venho defendendo há anos que não se pague para tirar a CNH. Na última campanha defendi essa tese do primeiro ao último dia de campanha. Mas, defendo uma lei para todo o país para que todos e todas possam ter acesso ao documento, com isenção de taxas. A iniciativa do governo paraibano é louvável, é um passo, e espero que seja ampliado pelo próximo governo, que até andou copiando a minha proposta no guia eleitoral.

Humildade
Tenho visto muita história sobre a tal transição. Uma das melhores discussões foi feita pela jornalista Beth Torres que destacou a importância da transição aconselhando Maranhão a fazer (pois é nobre) e aconselhando RC a ter humildade. Disse a jornalista, sintetizando o caminho para a transição “Ricardo tem que ter humildade na hora de fazer as solicitações, reduzir as críticas ao adversário e Maranhão tem a obrigação de entregar os dados”. Nisso tudo o mais difícil é humildade em RC. .

Um governo novo pode tudo

A grita pela transição é tão somente uma jogada política. Mesmo não logrando êxito fica sempre o consolo de saber que, com ou sem transição, um novo governo pode inovar em tudo, desmanchar tudo e fazer diferente em tudo. Quem sabe começando por não nomear ninguém, ninguém mesmo, sem concurso. Apenas os secretários, nada mais. Para isso teria de não cumprir as promessas feitas Paraíba afora. Quando iam cooptar alguém, sobretudo, os que estavam do outro lado, era a primeira coisa que prometiam. Se hoje são 30 mil os sem concurso, cumpridas as promessas de campanha, serão, necessariamente, 31 mil. Mas, dizem, “é um novo tempo”. Quem sabe. Pode ser.

Nada
A presidente eleita já avisou. Nada de reajuste para aposentados. Nada de aumento para os servidores públicos. Nada de reajuste do mínimo. Nada de PEC. Nada. Parece austeridade, mas é tão somente o Brasil Real, sem eleições nos próximos dois anos. E o pior é que ainda vai parecer algo correto. Aquele discurso para inglês ver. Dar uma canseira...

E Manuela D’ ávila poderá ser Ministra

Tudo vai a ser favor. É deputada. Saindo, abre uma vaga para acomodações. É do PC do B, portanto, contempla partido aliado. Namora o braço direito de Dilma, Dep. José Eduardo Cardoso. Embora tenha vida própria, forte defesa sempre ajuda. É mulher, ajuda na cota. E o mais importante: a presidente quer.

Obs. A foto é de caras

E o governo proibiu o imoral overbooking

O tal overbooking consiste na venda de passagens em numero maior do que o disponível. Uma parcela não comparece, a companhia ganha duas vezes. Vendeu mais passagens do que possuía (para aquele vôo) e, de quebra, não viaja com poltronas vazias. Conta com a desistência ou remarcação de uma parcela. Quando todo mundo comparece é aquela confusão. Com o overbooking é comum os passageiros que sobraram, mesmo com os bilhetes comprados, terem de ser acomodados em outros vôos. Como aqui tem lei e norma que pega e as que não pegam, para viajar no final de ano, arrume muita paciência.

Eita! Campina imensa.
Pois é! Campina Grande fervilha para as eleições de 2012. É como se fosse amanha. Todo mundo se movimenta. Tem mais candidato que eleitor. Muita gente se lançando e sendo lançada, um alvoroço. E tem ponte que ainda está sendo erguida para um volume imenso de água passar. Até lá, a maioria grita, chora, esperneia, pensa que participa, mas de um lado e de outro, apenas meia dúzia, uma patota, toma a decisão final. E tem gente que, por mais que queira, nem candidato é.

terça-feira, 16 de novembro de 2010

PMDB forma superbloco

De olho na presidência da Câmara dos Deputados o PMDB liderou hoje, 16/11, a criação de um superbloco que inclui, além do PMDB , o PR, o PP, o PTB e o PSC, resultando na soma de 202 deputados. O número facilita qualquer negociação. O líder do PMDB, deputado Henrique Eduardo Alves (RN) informou que não há conflito com o PT, de quem o partido é aliado.
É o velho PMDB. Parceiro, mas devidamente organizado, para o que vier.


PPS e PSDB podem virar um só

As conversas para a fusão já começaram. Os coordenadores são Aluísio Nunes Ferreira, o senador campeão de votos (PSDB-SP) e Roberto Freire, presidente do PPS e agora deputado federal por São Paulo. Confirmada a junção dos dois, a bancada fica com 65 deputados e 13 senadores. O critério é definido lá em cima e os estados se adaptam.

Veneziano contra a chatice

Em entrevista ao programa do jornalista Luís Torres, Veneziano, tirou a cena política da chatice . Lembrou que Cássio pode sim ser candidato em 2014. Isso é lógico. O cenário muda e assim como Cícero era o candidato em 2010 e não foi, assim como Wellington não foi o senador, pode RC não ser o candidato de todo o mundo, inclusive de Cássio.

Mostrando a cara

Veneziano insinuou que a turma de RC, do “coletivo”, torce para que Cássio não seja confirmado Senador. Bom, aí, Vené espetou os homens ligados a RC e a turma reagiu. Achei bom. Estava tudo muito chato. Se você toca no ponto certo, a turma mostra a cara.
E a reação foi mal-educada (super). O sujeito, falando pelo grupo, mandou Veneziano “ juntar o que sobrou “.

Barbas de molho

Esse homem zangado é aquele do PT que fazia umas comidas sensacionais, em um restaurante do Boa Mesa? É o mesmo? No restaurante ele era muito educado. Eu adorava um molho de tamarindo e um purê de jerimum que tinha lá. Ainda é bom? Vou saber, era ótimo. Mas, parece que mudou o cozinheiro...

Voltando ao que interessa. Vale a pena a turma, que espuma pelo canto da boca, ter calma. Afinal, gostemos ou não, os que votaram e os que não votaram, RC é o governador de todos os paraibanos. E convém sua turma ter, pelo menos, educação.


Quase um milhão disse não, mas espera pra ver

Bom lembrar também que RC teve apenas uma parte da votação. Quase metade da população disse não (1.079.164 - sim e 930.331 – não). É necessário unificar o estado, juntando a todos, respeitando a todos e a todas.
Vai então um conselho,( que dizem, se fosse bom ninguém daria, vendia), é necessário juntar os que estão fora, os que sobraram. Ou pelo menos adotar uma postura republicana, de urbanidade. Uma certa polidez. Mais fácil para os que venceram.

RC ainda está enfezado

A fala do governador eleito também é enfezada, precisa melhorar. Comentando sobre parceria que pretende o prefeito de Campina, disse: “Não sou como uns que para prejudicar o governo prejudica o povo”. Um horror! Diria Vital do Rego, pai de Veneziano, mas que se dava com Cássio e Ronaldo.

Espelho
Vendo o governador eleito falar assim recordei da eleição de 2004. Fui candidata a prefeita de Campina Grande, pelo PSB.
RC, desrespeitando decisão partidária, aliou-se a Vené. Contra a candidatura do partido, mandou a ética às favas. Naquela época classificava Cássio de “governador das placas”.
No segundo turno apoiei Veneziano. Como ele baixou lá na casa do prefeito eleito, eu, educadamente, fui cumprimentá-lo. Bem, o resto vocês sabem. Enfezado estava, enfezado continuou. Parece que nada mudou, de lá para cá. A turma continua mal-educada, talvez se espelhando no líder.

Campina e seus filhos

Bom lembrar também que Veneziano é o prefeito dos campinenses. Então, turma, é bom baixar a bola. Lembrem-se: Campina não gosta de agressão aos seus filhos. Veja o que sucedeu com as agressões a Cássio. Os eleitores de Campina protegem os seus. Apoios aqui e ali são circunstanciais.

Em tempo: As críticas ainda nem começaram. Virão e nem só de Maranhistas, como alguns jornalistas(Ricardistas), apontam. Virão de colegas, de políticos, do povo. É normal e é bom se acostumarem. Isso é como apelido. Quando a turma descobre que o sujeito não gosta, repete até pegar.


Foto Rc 2004: paraibaonline

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Cargos de confiança terminam. Ou, pelo menos, deveriam

Soube de umas demissões. As mais destacadas foram a de uma senhora do DETRAN, eleitora de RC, e a de um parente de Cícero Lucena, também eleitor de RC. Ocorre que nos dois casos, as pessoas ocupavam cargo de confiança. Repito: cargo de confiança. Uma no DETRAN e o outro no gabinete de quem nele confiava, a ponto de nomeá-lo lá no Senado, em Brasília, em cargo que não requer concurso, mas sim confiança.

Por mim acabava-se com cargo de confiança, seria tudo concurso. Mas, a regra vigente prevê confiança. Para conseguir a boquinha, essas pessoas integravam um projeto, votaram em determinado lado. Assim, na hora que descobriram que esse projeto não serve mais, deveriam ter a vergonha na cara e, antes de mudar de lado, pedir demissão. Se o projeto não lhes serve mais, também o carguinho não deveria servir.

Façam-me o favor: indigno, cretino, é essa gente não pedir demissão na hora em que decide trair a confiança dos que neles confiavam. Cargo à disposição, o gestor decidiriam se, tecnicamente, eram imprescindíveis. Apenas como cargos de confiança podem sair a qualquer momento. Ao término do mandato de quem nele confiou ou quando a confiança termina, seja por parte de quem admite, seja por parte de quem foi admitido. Simples assim. É que na torcida, às vezes, esquecemos de alguns princípios.


Ministro pode

Esse negócio de todo mundo, de repente, apoiar maranhão para Ministro está muito estranho. Até uns e outros que consideram Maranhão “velho” para ser governador, não pensam assim em se tratando de Ministério. Sei que é bom para a terrinha, mas está faltando uma parte nesse enredo. Pode ir atrás, que tem.

Playboy


A competente Celina Leão, deputada distrital eleita pelo PMN/DF, está nas páginas da playboy desta semana. Nas páginas de entrevistas e devidamente vestida, com o bom gosto que lhe é peculiar. Falando hoje, 12/11, com Celina, pelo telefone, ela deu muita risada quando informei que teve debate por aqui. Vereadora a favor e contra suas “poses” para a Playboy, que considerou Celina uma das três deputadas mais bonitas do país. Celina é também secretária geral do PMN do DF.

ONU Mulheres

O novo organismo tem como presidente a coerente Michelle Bachelet, ex-presidenta do Chile, que governou com 50% de ministros e 50% de ministras. Ao final do governo batia a casa dos 80% de aprovação. E lá não é o IBOPE que mede não. Em sua primeira articulação à frente do novo organismo internacional, Michele conseguiu, com a ajuda dos Estados Unidos, derrotar o Irã, que pretendia integrar o Conselho Diretor do órgão, apesar de mandar apedrejar mulheres em praça pública. O novo órgão vai lutar contra a violência e por maior participação das mulheres nas esferas de poder. A missão é promover a igualdade de gênero e a autonomia feminina em todo o mundo. Brasil, Argentina, Peru, Timor Leste, Chile, Estados Unidos, compõem o órgão, integrado por 41 países.

Lídia Moura
lidiamouras@uol.com.br
83-9924 6235

terça-feira, 9 de novembro de 2010

É sempre melhor a viola


Em entrevista ontem, 08/11, a uma TV na capital, Cássio demonstrou maturidade. Uns pestinhas avaliam que é apenas uma tática. Que seja, é melhor assim.
Muita coisa boa virá dessa postura que rechaça o ódio. A primeira é que talvez alguns correligionários e até jornalistas parem de espumar pelo canto da boca e sejam razoáveis para o debate que de fato importa: o futuro da Paraíba.

Com sua experiência, adquirida ora pelo amor, ora pela dor, Cássio chamou o feito à ordem e, pelo menos por enquanto, barra a guerra que começava a se desenhar. Cássio já aprendeu que a raiva tira o raciocínio.

Deixou de lado a continuidade da campanha. A fala do deputado Wellington Roberto sobre mentiras e traições foi dura, Cássio preferiu, e fez bem, passar ao largo e discutir outras coisas. Fez pauta nova.

Homem de partido declarou que é contra a CPMF, imposto cretino, que em sua vigência foi, inclusive, desviado do fim para o qual foi criado. A turma que prometeu não taxar já começa praticando estelionato político e a primeira providência, antes mesmo da posse, é começar um movimento pelo tal imposto. Cássio, como senador, não apoiará, marcando posição importante junto ao partido e à nação.

Também avisou que não é candidato a governador em 2014. Mesmo que mude de idéia mais adiante, até lá fica afastado do saco de maldades de um tal coletivo e deixa o governo correr sem a agonia da disputa entre “amigos”. É bom, para a população, que se privilegie a governabilidade. Mais uma vez contribui com RC.

Com essa postura Cássio faz lembrar que foi junto com Maranhão, por exemplo, que Ronaldo, Mariz e outros se uniram contra os usineiros, os mais atrasados, Ala Urna que sugava o povo, os que faziam política e viam o Estado como algo particular.
Foram vitoriosos nesse intento, mas não souberam manter o casamento. Talvez, quem sabe, no futuro possam ser amigos ou pelo menos manter relações de ex-civilizados.
Quanto a apoiar Maranhão para Ministro...

Bem, é esperto, sabe que não precisa se desgastar com a pequenez dos vetos, a turma do Governador de Pernambuco e do Ceará faz isso muito bem.

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Não está de nenhum modo provado que os novos sejam intelectualmente os mais novos, e os velhos os mais velhos


Caetano, com 68 anos, e Maria Gadú, com 23 anos, iniciaram turnê, lindamente, em Salvador. Ao interpretar Alegria, Alegria, segundo o jornal Folha de São Paulo, Caetano disse que iria cantar uma canção que fez quando tinha a idade de Maria Gadú.

Tudo lindo, como diria Caê. Ao final da apresentação, Caetano e Maria Gadú caminharam abraçados pelo palco e foram muito aplaudidos. O tempo de ambos é hoje. Talvez por entender o que disse o pensador Júlio Dantas, que relembro agora, insistindo, que o velho e o novo podem andar juntos e nem sempre o velho é velho e o moço é moço.

Juventude e velhice não se opõem; completam-se na harmonia universal dos seres e das coisas. A vida não é só o entusiasmo dos moços; nem só a reflexão dos velhos; não está apenas na audácia de uns, nem apenas na experiência dos outros; realiza-se pela magnífica integração das virtudes contrárias, sem a qual não seria possível, em todo o seu esplendor, a marcha da humanidade.

Que se ganha em cavar um abismo entre mocidade e velhice, se uma é, fatalmente, o prolongamento da outra ? se o que passa de mão em mão é, afinal, o mesmo facho aceso, como na corrida ritual da Grécia antiga?

Se, bem vistas as coisas, não está de nenhum modo provado que os novos sejam intelectualmente os mais novos, e os velhos os mais velhos

Júlio Dantas - 1876 — 1962


E atenção: Essa turnê vem ao Recife. Em dezembro. Vale a pena!

domingo, 7 de novembro de 2010

De tudo se viu e ouviu após o resultado das eleições. o mais divertido foi ver os que pareciam isentos “soltarem a franga”. Para agradar ao novo (?) poder estadual, teve de tudo.

Mas, devagar com o andor
É desrespeitoso e preconceituoso o conceito de velho lançado contra o governador José Maranhão. Bom lembrar o provérbio: “Como canta o galo velho, assim cantará o novo”. E mais: há muitos jovens que têm atitudes reacionárias e idosos antenados com o seu tempo. O conceito de velho pela idade é puro preconceito. E uma curiosidade, qual é a idade do governador eleito? 15, 25, 35, 45, 50... O tempo passa para todos.

E a outra parte?
Muito se falou que parte da imprensa era controlada pelo governo. E a outra parte, quem controla? Serão livres, os que declaram voto em pleno exercício do jornalismo? Sei não viu! Parece que, no mínimo, usam o espaço privilegiado para fazer campanha e encostarem-se no poder do momento.

Cargos e funções
O governo em exercício contempla aliados e o que virá também. Assistir, dois anos antes do processo eleitoral, partidos se bandear e seus correligionários passarem a ocupar cargos na prefeitura. É normal e coerente com as alianças firmadas. Pior é quando se usa a cooptação de pessoas, como quando usurparam a direção do PSB lá atrás, com expedientes prá lá de sujos. Qualquer dia rememoro.

Dinheiro em pencas
Na reta final foi tanta gente presa com dinheiro, dos dois lados, que me perguntei: onde essa gente esconde tanta grana. E a quantidade de aviões e helicópteros, presos e voando, parecia coisa de cinema. Gente endinheirada. Parecia que todo mundo na Paraíba tinha avião.

Mundinho
Estranho demais o presidente do PSB de Campina Grande ter pedido demissão apenas após o término da eleição. Se RC tivesse perdido será que permaneceria com cargo de confiança na prefeitura? Veneziano se mostrou democrático e honrou acordos feitos para a sua eleição. Mas o tal homem ficou podia ter saído.

Liberdade religiosa
Importante as manifestações em defesa da liberdade religiosa. Senti falta desta ação durante a campanha. Achei meio assim: não falo sobre isso para não associarem a RC. O candidato também perdeu a oportunidade, repito, de defender as matizes religiosas africanas. O provo negro, por conseguinte; os artistas, a diversidade, as preferências religiosas como um direito inalienável do ser humano. Não o fez. Como Pedro, negou tudo. Preferiu uma carta hipócrita.

Podem se morder de raiva, mas sem Cássio RC perdia feio.

Tirando as bobagens pós campanha e o amadorismo dos que são pagos para falar bem e/ou mal, o que vale agora são as novas batalhas. Quem controlará os partidos e quem terá espaço no governo federal. E algumas pistas:

1. Maranhão não vestirá pijamas, é claro!
2. Cássio ficou mais forte para buscar a confirmação do mandato;
3. Cícero tem mandato e tem prestígio no PSDB nacional, portanto, não é carta fora. Cássio, estando senador, poderá atender melhor os caciques do partido. Aí, Cícero pode perder.
4. O prefeito de Campina Grande tem seu próprio lastro. Deputada federal e senador, mandato em curso na prefeitura. Pode se refazer.
5. RC continua arrogante, tem pouco talento para juntar os que dele desistiram, pensa que é dono do mundo, mas é o poder agora e isso conta horrores.
6. Tem ação na justiça que nem presta. E baixas podem vir. Vejam o caso Erenice;
7. Os pequenos podem ajudar ou atrapalhar;
8. Ganha agora e lá na frente quem juntar mais cabeças e eliminar possíveis empecilhos. Eduardo Campos soube fazer isso em PE. A sua oposição teve de sacrificar mandatos para formar a chapa.
9. Esqueci o mais importante: O PMDB é poder em nível nacional. E os "meninos" do PMDB da Paraíba estavam com Lula há tempos.

Lídia Moura
lidiamouras@uol.com.br / 9924 6235
Ainda louca para ir prá Bahia. Mas, vejam se não tenho razão. Olha o caminho de Gamboa até o Morro.

domingo, 31 de outubro de 2010

Cássio Cunha Lima vence a eleição estadual

Sim, porque os votos e a campanha são de Cássio. RC é governador a partir da corrida e força de Cássio e em cima dos erros da campanha de Maranhão. Disse isso no fim do primeiro turno e dei a receita. Leia, novamente: http://migre.me/1TRr9 e a seguir destacamos pequeno trecho.

“ O fato é que a eleição está mais para quem arranjar simpatia, desprendimento, capacidade de aglutinar e proteger pequenos agentes desse processo. Quem tratar como importantes os detentores de grandes e pequenas somas de sufrágios, quem compreender os que não puderam ou não quiseram estar no palanque, quem aproveitar as ideias já lançadas e jogar, nessa política suja, uma pitadinha de amor. Esse será, provavelmente, o vencedor. Afinal, Quando uma criatura humana desperta para um grande sonho e sobre ele lança toda a força de sua alma, todo o universo conspira a seu favor (Goethe). Mas, a soberba, a má educação e a presunção podem ser a derrocada. Até o momento está convocada apenas a patota de sempre. E é por isso, que muitos vão optar para ir para casa dormir.”

O caminho foi este aí. Os pequenos tiveram importância para a campanha de RC, o que não se viu na campanha de Maranhão. Além disso, Cássio demonstrou força com o resultado de Campina Grande e agora vai com folga lutar por seu mandato de senador. CG, mais uma vez, definiu as eleições.

E Cássio ganhou também com o seu candidato a presidente, pelo menos em Campina (60%). A sua única derrota chama-se Cícero Lucena. Certamente precisará refazer esse caminho, pois Cícero é peça importante para além desta eleição.
No cenário nacional, o PMDB da Paraíba perde força, já que praticamente abandonou a campanha da petista.

Wilson Santiago, que reivindica a vaga de Cássio, não venceu sequer na sua terra. Na sua região demonstrou não ter força e tomou uma surra.

E o IBOPE está desmoralizado. Repito: As campanhas têm de ser proibidas. Talvez devessem ser controladas pela justiça eleitoral.

Parabéns à militância de RC. Parabéns para os seus eleitores.

Espero que RC faça o bem para a Paraíba

sábado, 30 de outubro de 2010

A chance perdida. Sem lembrar que o estado é laico, fomos às profundezas do atraso.

Sempre vejo campanhas políticas como uma oportunidade para o debate e a possibilidade de convencer as pessoas a pensarem uma sociedade melhor, com base em questões filosóficas. Talvez por isso, termino esta campanha com alto nível de frustração. E não importa quem perde ou quem ganha nesta análise. Perdemos todos e todas.

A imprensa (e as raras exceções não gritaram, apenas sussurraram), estava comprometida. Todos nós jornalistas tínhamos um lado. Os motivos são vários e ficam para outro artigo. Ninguém se importou com veracidade de notícia e nem em ouvir o lado acusado. As matérias foram jogadas nos sites do mesmo modo que vinham das assessorias. De um lado e de outro. Por aqui precisamos aprender outro jornalismo. Não consta em nenhum manual ou aula. Por vezes, fica surreal.

O ápice da loucura

Mas, o mais importante mesmo foi a chance perdida no debate político. O ápice dessa loucura coletiva foram as “denúncias” da religiosidade de um candidato. Com essa linha, foi perdida a oportunidade de ouro de derrotar o tal candidato com a sua própria trajetória. E havia muito para ser dito. Desde as irregularidades em compras suspeitas de terras, até sua conduta questionável diante de “companheiros” de partido e a dificuldade em cumprir acordos políticos.

Mais que isso. Há a violência contra ambulantes, a demissão em massa dos agentes de saúde, inclusive com denúncias de sindicâncias fraudulentas. E os fiteiros, com pontos há mais de trinta anos, removidos por tratores. Feirantes obrigados a pagar por reformas feitas pela prefeitura da capital. Igrejas sendo despejadas. E até viagens sem sentido, com dinheiro público, para a Europa. Isto sem falar da opção descarada de inventar uma mentira, como a da confraria, prejudicar vidas e nela permanecer, como se fora verdade.

E na campanha, o candidato inaugurou as apreensões da Polícia Federal que estourou comitê com muito dinheiro, sabe-se-lá-pra-quê. Tem até cheque pré-datado nas denúncias mais recentes, ressalvando que copio a notícia de sites, que não sei se foram checadas.
E o outro candidato? Vou falar apenas do personagem dos tais panfletos. Em artigos anteriores já abordei problemas da outra campanha, a exemplo do artigo: Cuidado, patota! O Universo conspira. Confira. http://migre.me/1Sy0d . E dizem os sites, há dinheiro em cueca e tudo.

A defesa que não veio

Mas, voltemos ao panfleto falando de religião. Oportunidade perdida. Ainda assim, pensei: O candidato vai deitar e rolar. Vai defender as matizes religiosas
africanas. O provo negro, por conseguinte. Vai defender os artistas, a diversidade, as preferências religiosas como um direito inalienável do ser humano. Mas nada.

Ao contrário, assisto perplexa ao candidato indo à igreja, onde jamais esteve, ajoelhando e recebendo ‘a benção. Com todo o respeito, mas não era hora de demonstrar sua simpatia por esta ou aquela igreja. Mesmo porque ela não é verdadeira. E parece até que a carapuça serviu. A hora era de reafirmar que o estado é laico, o governo tem de ser laico e que uma sociedade não pode escolher seus representantes com base em religião.

Aliás, esse candidato pode até ser ateu, desde que defenda os interesses do povo. Afinal, ele não é candidato a papa ou ministro do evangelho ou rabino ou babalorixá ou sei lá eu. E se tivessem acusado esse homem de ser gay? O que teria sido. Não quero nem pensar.

Nas profundezas

A falta do debate e a opção do candidato de tentar ganhar a eleição a qualquer preço, nos levou para as profundezas do atraso. E já nas profundezas, sem chance de alcançarmos o paraíso, vem uma “carta ao povo de Deus” ( copiando idéia da atrasadíssima Dilma). Pronto. Agora só na próxima encarnação teremos uma chance de refazer o caminho.

Perdemos. E seja qual for o candidato que vença as eleições, de certo mesmo só temos a certeza de que vamos ter de começar tudo de novo. Voltamos à estaca-zero. E já recomeçando, porque esse princípio filosófico não pode esperar, O ESTADO É LAICO.

Tudo bem. Como diria meu poeta, Bala Barbosa, “ Às vezes voltar é seguir em frente. O sol sempre volta e define o dia”.

Menção honrosa

E no jornalismo, menção honrosa para o sempre jornalista Walter Santos, para Josival Pereira, que não abriu mão de discutir outros assuntos, que não fosse campanha; Paulo Santos, que mantém a serenidade, para Walter Galvão, que até mandou publicar a agenda das várias religiões, para Beth Torres – que é democrática, Gisa Veiga, que avaliou os debates com isenção, Helder Moura, que publica as porradas que a coluna leva e Tião Lucena, por seu impagável humor, que eu mesma, outrora, já interpretei mal.

Lídia Moura
lidiamouras@uol.com.br

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Iraê juntando gente

O rompimento da Deputada Iraê Lucena evolui para a dissidência. De acordo com o jornalista Luís Torres, Iraê decidiu permanecer no PMDB e lutar por uma mudança no comando do partido. O jornalista avisa também que “ o grupo contará com dissidentes do sertão, como o ex-prefeito Salomão Gadelha e ainda com forças que estão com Maranhão, mas que tem interesse no comando do PMDB, a exemplo dos Paulinos e do prefeito Veneziano Vital do Rego”. Será que Vené e Roberto Paulino integram esse “grupo”? Só acredito vendo. Por enquanto, a deputada inicia os trabalhos com Quinto de Santa Rita.

E Campina me surpreende.

Jovens da campanha de RC partem pra cima do deputado Wellingon Roberto e vereadores, em Campina Grande. A briga ocorrida em um restaurante, segundo testemunhas, contou com a participação de uma menina, muito jovem, que estava acompanhada de um tal Sancler, outro rapaz jovem. Brigas assim já são feias. Ainda mais porque o tal Sancler é um sujeito com passagem pela polícia federal por invasão de contas alheias.
Há pouco tempo a Polícia Federal prendeu Hackers envolvidos em um esquema de fraude. A quadrilha utilizava da prática de “spam” - e-mails indesejados enviados de forma indiscriminada - usando programas apropriados conhecidos como "cavalos de Tróia". Após se instalar nos computadores, ficavam a capturar informações sigilosas como senhas e contas bancárias. De posse das senhas e números de contas eles transferiam o dinheiro para contas de outras pessoas – laranjas - que recebia parte do dinheiro para cedê-las.
Ser pai e mãe, nesse mundo, não é fácil.

Boi de piranha

O deputado Zenóbio Toscano foi o boi de piranha (aquele que vai para o sacrifício para livrar outros) da semana. Arguiu que a assinatura do Governador era falsa no projeto da PEC-300. É claro que sabia, que apenas o dono da assinatura pode questionar sua autenticidade perante a justiça. Mas, em época de eleição, vale até parecer ignóbil.

Sem título e sem classificação

Achei muito feio esse negócio de um candidato dizer que o outro é mentiroso. Não é apenas arrogância, é o cúmulo da falta de educação e respeito, com o eleitor, sobretudo.

E as campanhas descem a níveis insuportáveis

Feio também essa discussão idiota sobre religião e crença em meio à campanha. Vamos ao debate sobre a Paraíba, pelo amor de Deus!

Doris Day ou Frank Sinatra ou Paula Toller ou Diana Krall. Tudo de bom

Recomendo Fly me to the moon. Eis uma interpretação divina. Doris Day http://www.youtube.com/watch?v=j7bfudsfZjw&feature=fvst
Se você preferir tem Frank Sinatra:
http://www.youtube.com/watch?v=DC9oQoFk9Rs&feature=related
Ou Paula Toller http://www.youtube.com/watch?v=Bh_sJW_tvKs
OU Diana Krall http://www.youtube.com/watch?v=qVCgf6_M7i4

sábado, 23 de outubro de 2010

As águas profundas do porto escondem um tesouro.


O Complexo Industrial Portuário de Suape fica a 35 quilômetros de Recife e ocupa uma área de 13,5 mil hectares. Atrai investimentos nacionais e estrangeiros e se tornou garantia certa de arrecadação nas próximas décadas. O polo tem uma carteira de US$ 15 bilhões de investimentos, 96 grandes empresas, dez empreendimentos em implantação e mais US$ 10 bilhões (atenção, dólares) em novos negócios acertados até o final de 2010.

Suape se tornou um lugar de hipérboles e é a galinha dos ovos de ouro do governo de Pernambuco, que quer quintuplicar sua movimentação, chegando a milhões de toneladas de mercadorias por ano.

É também no Complexo de Suape que estão o Estaleiro Atlântico Sul, o maior da América Latina, e a Refinaria General Abreu e Lima, um dos maiores projetos em obras na área de petroquímica. Ao todo, foram criados 47,7 mil empregos na construção, 12,5 mil na operação e mais de 200 mil empregos indiretos.

Além disso, o Porto de Suape começa a assumir a posição de hub port (ou porto de transbordo), com cargas que chegam da Argentina, do Uruguai e de outros países da região, de onde são reexportadas para Estados Unidos e Europa. Com a conclusão das obras do segundo terminal de contêineres, Suape terá condições de fazer um volume muito maior de transbordo, a conexão entre cargas que chegam e saem, e atender ao mercado asiático, com foco na China e no Japão. Isto é o Eduardo Campos não quer repartir.

Maranhão quer criar um porto semelhante. O porto de águas profundas, com calado de 17 metros, o mais profundo da região. Navios que transportam 70 toneladas, por exemplo, exigem um calado de 13 metros. O de Suape tem apenas 14 metros. O nosso terá 17 metros de profundidade.

Temos o Porto de Cabedelo que pode e deve ser ampliado e modernizado, o que já está em andamento. O calado do porto de cabedelo, por exemplo, vai passar de 9 metros para 11 metros, a fim de receber navios de maior porte. O projeto do governo anterior, que Maranhão está executando, não foi além devido às limitações naturais.

O Porto de águas profundas requer investimentos, projetos e até áreas maiores, assim como o de Suape, no vizinho Pernambuco, que só de área tem quase 14 mil hectares.
Disse o candidato: “O atual Governo demonstra um profundo desprezo com as condições de funcionamento do Porto de Cabedelo, além de não perceber a importância que tem o Porto de Suape (PE) para a Paraíba”. Estas palavras foram ditas durante comício em Cabedelo, na noite de 23/10/10, pelo candidato do PSB ao governo do Estado e distribuídas com as devidas aspas, por sua assessoria. É verdade, o Porto de Suape é ótimo. Para se ter uma ideia, atualmente, 21% dos produtos importados e exportados da Paraíba passam pelo Porto de Suape, em Pernambuco, que fica também com a grana, os impostos, os empregos, a movimentação de sua economia. Nós apenas pagamos para passar por lá.

E não sei vocês, mas eu não quero ser colônia de Pernambuco não. O fato é que parece haver um acordo. Nada de porto de águas profundas por aqui. Ainda, segundo release distribuído pela assessoria, disse o candidato “o porto de águas profundas requer um investimento caríssimo de R$ 5 bilhões e que demanda mais de uma década de obras”. Certo, certíssimo! Cinco ( R$ 5) bilhões circulando por aqui é tudo que se quer. Dez anos de obras? Maravilha!. Isso é emprego que nem presta minha gente.

É melhor que olimpíadas e copa do mundo. Porque depois, atentem, ficamos com arrecadação nas próximas décadas. Carteira de US$ 15 bilhões de investimentos, 96 grandes empresas ( no mínimo), dezenas de empreendimentos e mais US$ 10 bilhões (atenção, dólares) em novos negócios. Quem sabe a gente até faça como os colegas de Pernambuco, que em setembro último resolveram fazer um mirantezinho de 40 metros de altura, com visão para todo o complexo do porto. Orçado em 8 milhões de reais, o projeto prevê a edificação de um memorial que vai contar com museu, biblioteca, auditório e galeria de arte. Tudo isso no porto de águas profundas deles, que já engloba e traz benefícios diretos para sete municípios, incluindo Recife, a capital da Corte.

É isso que não se quer repartir. E no acordo por apoio para ganhar as eleições, vale tudo. Até mesmo tergiversar (a palavras está na moda, mas tem outra melhor), que não se ama Cabedelo.

Eu quero os dois portos, com funções e características diferentes, mas que farão a Paraíba bombar de empregos, novos investimentos e ser transformada em um grande polo de desenvolvimento.

Ah!, o dinheiro para os investimentos virá do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e Banco Mundial (BIRD). Já está combinado. E com 07 deputados federais eleitos e um senador isto será moleza, independentemente de quem ganhe para presidente.

Lídia Moura Jornalista
www.bloglidiamoura.blogsport.com
lidiamouras@uol.com.br

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Cícero, Marco Túlio Cícero e os autistas.

Em junho de 2010, o PMN – Partido da Mobilização Nacional, realizou em João Pessoa um encontro estadual da legenda, com a participação da direção nacional. Naquela ocasião foram convidados vários parlamentares, os presidentes de todas as legendas, agentes políticos, deputados, além do prefeito de Campina Grande, Veneziano Vital do Rego e do governador José Maranhão. Cícero Lucena foi convidado, assim como Efrain Moraes e Roberto Cavalcante.

A intenção era uma grande discussão já que o PMN começava a definir a sua estratégia para as eleições 2010. Precisava ouvir a todos. Vários comparecerem, outros ignoraram. Dos senadores apenas Roberto Cavalcante compareceu. Cícero Lucena explicou que, em respeito a Cássio, não poderia ir. Afinal, o momento era delicado, Cássio perdera o mandato e Maranhão assumira em seu lugar. Telefonou, falou comigo e com a secretária nacional do PMN, Dra Telma Ribeiro.

O evento era importante, pois Cícero era naquela ocasião pré-candidato (ou pelos menos tentava ser) e todos os partidos são importantes para possíveis alianças. O PMN era um desses.

Faço essa narrativa para pontuar que Cícero foi correto sempre. Foi correto com o seu partido, com Cássio, com seus correligionários e com os amigos. No partido travou uma batalha para ser candidato. Não conseguiu e foi exposto em praça pública. Agonizou. Como aceitar que não apenas estava privado de ser candidato pelo partido que preside, sendo ele um senador, mas também e, principalmente, aceitar a decisão do apoio ao seu maior adversário.

O adversário foi o sujeito que denunciou, perseguiu. De modo mesquinho desfez até homenagens ao seu pai, conferida pela Câmara de Vereadores. Foi o que enviou papéis e denúncias para o TCE, TCU, Polícia Federal. Esteve por trás de todas as mazelas processuais enfrentadas por Cícero (a afirmação é do próprio) culminando com sua prisão, o que para um homem de bem ( E Cícero é sim um homem de bem) marca a vida para sempre.

Os fatos acima são razão suficiente para que os seus amigos e correligionários jamais apoiassem o seu maior inimigo, ainda que este fosse a carta na manga. Avalie quando se trata de um candidato fraquinho, arrogante, vendedor de ilusões, de gestão rota, ignorante em questões importantes para a economia do estado, como minérios e portos. Hábil com parte das palavras, sobretudo quando não sabe a resposta, e um mestre na cizânia.

Fácil não é. Mas, Cícero manteve-se firme, no PSDB, e gritando que votaria em Cássio para o Senado. E assim foi.

Agora restam dois candidatos. O seu inimigo e o outro. E é apenas isto: Cicero não tem condição moral de caminhar com o seu algoz. Não tenho procuração ou contatos com Cícero, mas sei que a sua maior cicatriz foi feita por esse sujeito, que sequer se arrependeu. Não pediu perdão. Não se importa.

Por tudo isso, choca ver o vice do inimigo de Cícero tomando satisfações por sua posição. São autistas, criaram um mundo particular e é com esse mundinho que interagem. Ainda assim vale a pena lembrar: Cícero sentiu muita dor. Foi alijado, desconsiderado, humilhado. Mas, é bravo. Aguentou. Talvez inspirado no outro Cícero que diante de seus assassinos naquele 7 de Dezembro de 43 a.C. disse simplesmente: "Não há nada correto no que estás a fazer, soldado, mas tenta matar-me corretamente". Inclinou a cabeça para facilitar a tarefa.

Não resistiu. Teve dignidade diante dos algozes e até hoje é lembrado pelas palavras do próprio inimigo. “Era um homem sábio. Um homem sábio que amava a sua pátria”

Esta talvez seja a maior razão do paraibano Cícero. Por amor à Paraíba não poderá votar no seu inimigo.

Em tempo: Votar em Zé Maranhão e Tudo o que fizer é fichinha...
Lídia Moura

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Que saudade de Dom José Maria Pires.


Era um padre ocupado. Muito ocupado. Tão ocupado que não lhe sobrava tempo para gravar vídeos, para aparecer. Antes, preferia enfrentar as injustiças. E ajudou tantos e tantas a fugirem, quando a morte imposta pela ditadura batia à porta, que foi assim uma espécie de anjo protetor.

Adepto da Não violência liderava lutas, sempre pregando o diálogo, a persistência. Defendia a desobediência às leis e ordens superiores, mas só aquelas prejudiciais à vida do povo. Os estudantes, vítimas de um momento político tenebroso, viam no Arcebispo o grande exemplo. Por isso, era sempre convidado para ser o paraninfo geral dos universitários. Nunca pediram sua saída. Ao contrário, tê-lo por essas bandas, sabiam, era a prova da existência de milagres.

Quando achou que já era hora, Dom Pelé recolheu-se discretamente. Voltou para a sua terra natal, depois de muitos anos na Paraíba. De lá continua a dar exemplos, conselhos, instiga a luta por melhores dias. Ataca as injustiças.

E o que temos agora?
- Um bispo adepto da fanfarrice. Distante do povo, louco por um lugar ao sol no mundo das celebridades. E aí vale tudo. Já se aliou aos promotores de corrida de jegues para mandar mensagens tentando influenciar a eleição de Campina Grande em 2008. Já proibiu ornamentação de igreja, xingou deputado de caca, cocô de gato. Atacou movimentos legítimos da sociedade civil organizada, como o grito dos excluídos.

Lembra-me aquelas moças com quase nada de talento que adotam nome de fruta e se danam a rebolar por aí. E olha que o homem é poliglota, toca violão e dizem: gosta de festas, de passeios de barcos, lanchas, jet sky. Oriundo de família rica tem hábitos requintados, dizem. Não sei se é tudo isso. Graças a Deus passo longe de gente com o perfil desse padre.

A última dele foi postar um vídeo na internet acusando um partido de “implantar cultura da morte”. Uma tolice. Mas, saiu em todos os grandes jornais do país. O arcebispo conseguiu o que queria. Aparecer. Pena que junto levou a Paraíba. Ah! sim, porque sempre fica a impressão de que o Bispo nos representa. Somos atrasados assim?
Discordo de candidatos e candidatas em vários pontos. Mas, por mim podem dizer o que quiserem. Assim deve ser em um país livre. Discordo e não voto neles. Simples assim.

O Bispo até tem direito de dizer o que quiser. Este é um país livre. Mas, daí a priorizar ações para campanhas contra este ou aquele partido ou candidato, é falta do que fazer. E pior: ignora as reais necessidades do povo. Talvez isso tenha levado diversas entidades a assinarem documento afirmando que o Bispo “tem demonstrado atitudes que não condizem com sua função de pastor, cuja missão é reunir o rebanho e não espalhar a cizânia, como vem fazendo contra os pobres, na Paraíba".

Fico muito à vontade, pois não voto na candidata que o bispo ataca. Mas, qual é a diferença desse bispo para aqueles que postam vídeos atacando religiões? Dos que chutam santas? O homem tem acesso à mídia e desrespeita as pessoas que escolhem, livremente, determinado candidato ou candidata.

Em tempo: O aborto é um problema de saúde pública. 500 mil mulheres fazem aborto por ano no Brasil. 50 mil morrem em consequência de abortamentos. No Sistema Único de Saúde são atendidas cerca de 240 mil internações por abortamento/ano, a um custo unitário, mínimo, de R$ 125,00, totalizando R$ 29,7 milhões. É, portanto, um problema de saúde pública. Claro, que envolve filosofia, religião, mas de cada pessoa, individualmente. Por isso, é que deve ser assim:

A mulher decide. O estado garante. E a sociedade respeita.

E o Bispo deve procurar uma ocupação. Tem tempo demais. Talvez devesse trabalhar. Pelo menos pelos pobres do nosso estado.
Lídia Moura

domingo, 10 de outubro de 2010

Pesquisas

A discussão sobre pesquisas é boa. Leia pequene debate com o colega Josival Pereira -Grande Jornalista

Josival Pereira
Pesquisas, influência e proibição
A ex-candidata à deputada estadual Lídia Moura envia e-mail comentando texto de ontem arguindo ponderações sobre as pesquisas. Apesar de reconhecer que os ‘acertos parecem razoáveis’, ela tem outras avaliações e posições firmadas em relação ao assunto.

Em suma, Lídia Moura entende que, como uma pesquisa atua diretamente sobre os resultados, influencia e pode ser decisiva para uma eleição, os erros deveriam ser perto do nada.

Noutro ponto, citando o exemplo do Acre, onde as pesquisas apontavam ampla vantagem em favor dos irmãos Tião e Jorge Viana e a diferença final do apurado nas urnas foi mínima, Lídia sustenta que, deste modo, as pesquisas prejudicam porque interferem na arrecadação, no ânimo da militância, no apoio da direção partidária nacional e desmotiva os próprios candidatos.

Em conseqüência de sua análise, Lídia Moura pugna pelo fim da divulgação de pesquisas eleitorais.

Ponto - O comentário de Lídia Moura é a demonstração de que, pelo menos entre políticos e profissionais de marketing e comunicação, o assunto pesquisa eleitoral não vai se esgotar tão cedo, sobretudo, pelas incongruências apresentadas nos resultados em alguns Estados.

Contraponto - Não se desconhece os erros nem a necessidade de aperfeiçoamento das pesquisas, mas proibir a divulgação parece radical demais e fere direitos de informar e à informação. Quanto à influência, veja-se que, se fosse tanto assim, os resultados seriam outros. No Acre e na Paraíba.

Pequena correção: Fui candidata em 2010 a deputada federal - PMN 3333

Contraponto - O contraponto do meu amigo Josival mostra que minha tese está correta. Não fosse a influência das pesquisas, no Acre, Tião Bocalon seria o governador. Isto era o que mostravam as pesquisas para consumo interno e que os meios de comunicação não mostram.

Deixar pesquisas influenciarem não é liberdade de expressão. proibi-las é impor limites para campanhas eleitorais. Do mesmo modo que não pode dar camisetas, bones. Não pode "expressar" através de outdoor e outros. Ainda aceito a possibilidade de os Tribunais eleitorais serem os responsa´veis pela campanha. O que também é temerário, pois os tribunais são feitos de homens e mulheres com suscetibilidades.