domingo, 31 de outubro de 2010

Cássio Cunha Lima vence a eleição estadual

Sim, porque os votos e a campanha são de Cássio. RC é governador a partir da corrida e força de Cássio e em cima dos erros da campanha de Maranhão. Disse isso no fim do primeiro turno e dei a receita. Leia, novamente: http://migre.me/1TRr9 e a seguir destacamos pequeno trecho.

“ O fato é que a eleição está mais para quem arranjar simpatia, desprendimento, capacidade de aglutinar e proteger pequenos agentes desse processo. Quem tratar como importantes os detentores de grandes e pequenas somas de sufrágios, quem compreender os que não puderam ou não quiseram estar no palanque, quem aproveitar as ideias já lançadas e jogar, nessa política suja, uma pitadinha de amor. Esse será, provavelmente, o vencedor. Afinal, Quando uma criatura humana desperta para um grande sonho e sobre ele lança toda a força de sua alma, todo o universo conspira a seu favor (Goethe). Mas, a soberba, a má educação e a presunção podem ser a derrocada. Até o momento está convocada apenas a patota de sempre. E é por isso, que muitos vão optar para ir para casa dormir.”

O caminho foi este aí. Os pequenos tiveram importância para a campanha de RC, o que não se viu na campanha de Maranhão. Além disso, Cássio demonstrou força com o resultado de Campina Grande e agora vai com folga lutar por seu mandato de senador. CG, mais uma vez, definiu as eleições.

E Cássio ganhou também com o seu candidato a presidente, pelo menos em Campina (60%). A sua única derrota chama-se Cícero Lucena. Certamente precisará refazer esse caminho, pois Cícero é peça importante para além desta eleição.
No cenário nacional, o PMDB da Paraíba perde força, já que praticamente abandonou a campanha da petista.

Wilson Santiago, que reivindica a vaga de Cássio, não venceu sequer na sua terra. Na sua região demonstrou não ter força e tomou uma surra.

E o IBOPE está desmoralizado. Repito: As campanhas têm de ser proibidas. Talvez devessem ser controladas pela justiça eleitoral.

Parabéns à militância de RC. Parabéns para os seus eleitores.

Espero que RC faça o bem para a Paraíba

sábado, 30 de outubro de 2010

A chance perdida. Sem lembrar que o estado é laico, fomos às profundezas do atraso.

Sempre vejo campanhas políticas como uma oportunidade para o debate e a possibilidade de convencer as pessoas a pensarem uma sociedade melhor, com base em questões filosóficas. Talvez por isso, termino esta campanha com alto nível de frustração. E não importa quem perde ou quem ganha nesta análise. Perdemos todos e todas.

A imprensa (e as raras exceções não gritaram, apenas sussurraram), estava comprometida. Todos nós jornalistas tínhamos um lado. Os motivos são vários e ficam para outro artigo. Ninguém se importou com veracidade de notícia e nem em ouvir o lado acusado. As matérias foram jogadas nos sites do mesmo modo que vinham das assessorias. De um lado e de outro. Por aqui precisamos aprender outro jornalismo. Não consta em nenhum manual ou aula. Por vezes, fica surreal.

O ápice da loucura

Mas, o mais importante mesmo foi a chance perdida no debate político. O ápice dessa loucura coletiva foram as “denúncias” da religiosidade de um candidato. Com essa linha, foi perdida a oportunidade de ouro de derrotar o tal candidato com a sua própria trajetória. E havia muito para ser dito. Desde as irregularidades em compras suspeitas de terras, até sua conduta questionável diante de “companheiros” de partido e a dificuldade em cumprir acordos políticos.

Mais que isso. Há a violência contra ambulantes, a demissão em massa dos agentes de saúde, inclusive com denúncias de sindicâncias fraudulentas. E os fiteiros, com pontos há mais de trinta anos, removidos por tratores. Feirantes obrigados a pagar por reformas feitas pela prefeitura da capital. Igrejas sendo despejadas. E até viagens sem sentido, com dinheiro público, para a Europa. Isto sem falar da opção descarada de inventar uma mentira, como a da confraria, prejudicar vidas e nela permanecer, como se fora verdade.

E na campanha, o candidato inaugurou as apreensões da Polícia Federal que estourou comitê com muito dinheiro, sabe-se-lá-pra-quê. Tem até cheque pré-datado nas denúncias mais recentes, ressalvando que copio a notícia de sites, que não sei se foram checadas.
E o outro candidato? Vou falar apenas do personagem dos tais panfletos. Em artigos anteriores já abordei problemas da outra campanha, a exemplo do artigo: Cuidado, patota! O Universo conspira. Confira. http://migre.me/1Sy0d . E dizem os sites, há dinheiro em cueca e tudo.

A defesa que não veio

Mas, voltemos ao panfleto falando de religião. Oportunidade perdida. Ainda assim, pensei: O candidato vai deitar e rolar. Vai defender as matizes religiosas
africanas. O provo negro, por conseguinte. Vai defender os artistas, a diversidade, as preferências religiosas como um direito inalienável do ser humano. Mas nada.

Ao contrário, assisto perplexa ao candidato indo à igreja, onde jamais esteve, ajoelhando e recebendo ‘a benção. Com todo o respeito, mas não era hora de demonstrar sua simpatia por esta ou aquela igreja. Mesmo porque ela não é verdadeira. E parece até que a carapuça serviu. A hora era de reafirmar que o estado é laico, o governo tem de ser laico e que uma sociedade não pode escolher seus representantes com base em religião.

Aliás, esse candidato pode até ser ateu, desde que defenda os interesses do povo. Afinal, ele não é candidato a papa ou ministro do evangelho ou rabino ou babalorixá ou sei lá eu. E se tivessem acusado esse homem de ser gay? O que teria sido. Não quero nem pensar.

Nas profundezas

A falta do debate e a opção do candidato de tentar ganhar a eleição a qualquer preço, nos levou para as profundezas do atraso. E já nas profundezas, sem chance de alcançarmos o paraíso, vem uma “carta ao povo de Deus” ( copiando idéia da atrasadíssima Dilma). Pronto. Agora só na próxima encarnação teremos uma chance de refazer o caminho.

Perdemos. E seja qual for o candidato que vença as eleições, de certo mesmo só temos a certeza de que vamos ter de começar tudo de novo. Voltamos à estaca-zero. E já recomeçando, porque esse princípio filosófico não pode esperar, O ESTADO É LAICO.

Tudo bem. Como diria meu poeta, Bala Barbosa, “ Às vezes voltar é seguir em frente. O sol sempre volta e define o dia”.

Menção honrosa

E no jornalismo, menção honrosa para o sempre jornalista Walter Santos, para Josival Pereira, que não abriu mão de discutir outros assuntos, que não fosse campanha; Paulo Santos, que mantém a serenidade, para Walter Galvão, que até mandou publicar a agenda das várias religiões, para Beth Torres – que é democrática, Gisa Veiga, que avaliou os debates com isenção, Helder Moura, que publica as porradas que a coluna leva e Tião Lucena, por seu impagável humor, que eu mesma, outrora, já interpretei mal.

Lídia Moura
lidiamouras@uol.com.br

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Iraê juntando gente

O rompimento da Deputada Iraê Lucena evolui para a dissidência. De acordo com o jornalista Luís Torres, Iraê decidiu permanecer no PMDB e lutar por uma mudança no comando do partido. O jornalista avisa também que “ o grupo contará com dissidentes do sertão, como o ex-prefeito Salomão Gadelha e ainda com forças que estão com Maranhão, mas que tem interesse no comando do PMDB, a exemplo dos Paulinos e do prefeito Veneziano Vital do Rego”. Será que Vené e Roberto Paulino integram esse “grupo”? Só acredito vendo. Por enquanto, a deputada inicia os trabalhos com Quinto de Santa Rita.

E Campina me surpreende.

Jovens da campanha de RC partem pra cima do deputado Wellingon Roberto e vereadores, em Campina Grande. A briga ocorrida em um restaurante, segundo testemunhas, contou com a participação de uma menina, muito jovem, que estava acompanhada de um tal Sancler, outro rapaz jovem. Brigas assim já são feias. Ainda mais porque o tal Sancler é um sujeito com passagem pela polícia federal por invasão de contas alheias.
Há pouco tempo a Polícia Federal prendeu Hackers envolvidos em um esquema de fraude. A quadrilha utilizava da prática de “spam” - e-mails indesejados enviados de forma indiscriminada - usando programas apropriados conhecidos como "cavalos de Tróia". Após se instalar nos computadores, ficavam a capturar informações sigilosas como senhas e contas bancárias. De posse das senhas e números de contas eles transferiam o dinheiro para contas de outras pessoas – laranjas - que recebia parte do dinheiro para cedê-las.
Ser pai e mãe, nesse mundo, não é fácil.

Boi de piranha

O deputado Zenóbio Toscano foi o boi de piranha (aquele que vai para o sacrifício para livrar outros) da semana. Arguiu que a assinatura do Governador era falsa no projeto da PEC-300. É claro que sabia, que apenas o dono da assinatura pode questionar sua autenticidade perante a justiça. Mas, em época de eleição, vale até parecer ignóbil.

Sem título e sem classificação

Achei muito feio esse negócio de um candidato dizer que o outro é mentiroso. Não é apenas arrogância, é o cúmulo da falta de educação e respeito, com o eleitor, sobretudo.

E as campanhas descem a níveis insuportáveis

Feio também essa discussão idiota sobre religião e crença em meio à campanha. Vamos ao debate sobre a Paraíba, pelo amor de Deus!

Doris Day ou Frank Sinatra ou Paula Toller ou Diana Krall. Tudo de bom

Recomendo Fly me to the moon. Eis uma interpretação divina. Doris Day http://www.youtube.com/watch?v=j7bfudsfZjw&feature=fvst
Se você preferir tem Frank Sinatra:
http://www.youtube.com/watch?v=DC9oQoFk9Rs&feature=related
Ou Paula Toller http://www.youtube.com/watch?v=Bh_sJW_tvKs
OU Diana Krall http://www.youtube.com/watch?v=qVCgf6_M7i4

sábado, 23 de outubro de 2010

As águas profundas do porto escondem um tesouro.


O Complexo Industrial Portuário de Suape fica a 35 quilômetros de Recife e ocupa uma área de 13,5 mil hectares. Atrai investimentos nacionais e estrangeiros e se tornou garantia certa de arrecadação nas próximas décadas. O polo tem uma carteira de US$ 15 bilhões de investimentos, 96 grandes empresas, dez empreendimentos em implantação e mais US$ 10 bilhões (atenção, dólares) em novos negócios acertados até o final de 2010.

Suape se tornou um lugar de hipérboles e é a galinha dos ovos de ouro do governo de Pernambuco, que quer quintuplicar sua movimentação, chegando a milhões de toneladas de mercadorias por ano.

É também no Complexo de Suape que estão o Estaleiro Atlântico Sul, o maior da América Latina, e a Refinaria General Abreu e Lima, um dos maiores projetos em obras na área de petroquímica. Ao todo, foram criados 47,7 mil empregos na construção, 12,5 mil na operação e mais de 200 mil empregos indiretos.

Além disso, o Porto de Suape começa a assumir a posição de hub port (ou porto de transbordo), com cargas que chegam da Argentina, do Uruguai e de outros países da região, de onde são reexportadas para Estados Unidos e Europa. Com a conclusão das obras do segundo terminal de contêineres, Suape terá condições de fazer um volume muito maior de transbordo, a conexão entre cargas que chegam e saem, e atender ao mercado asiático, com foco na China e no Japão. Isto é o Eduardo Campos não quer repartir.

Maranhão quer criar um porto semelhante. O porto de águas profundas, com calado de 17 metros, o mais profundo da região. Navios que transportam 70 toneladas, por exemplo, exigem um calado de 13 metros. O de Suape tem apenas 14 metros. O nosso terá 17 metros de profundidade.

Temos o Porto de Cabedelo que pode e deve ser ampliado e modernizado, o que já está em andamento. O calado do porto de cabedelo, por exemplo, vai passar de 9 metros para 11 metros, a fim de receber navios de maior porte. O projeto do governo anterior, que Maranhão está executando, não foi além devido às limitações naturais.

O Porto de águas profundas requer investimentos, projetos e até áreas maiores, assim como o de Suape, no vizinho Pernambuco, que só de área tem quase 14 mil hectares.
Disse o candidato: “O atual Governo demonstra um profundo desprezo com as condições de funcionamento do Porto de Cabedelo, além de não perceber a importância que tem o Porto de Suape (PE) para a Paraíba”. Estas palavras foram ditas durante comício em Cabedelo, na noite de 23/10/10, pelo candidato do PSB ao governo do Estado e distribuídas com as devidas aspas, por sua assessoria. É verdade, o Porto de Suape é ótimo. Para se ter uma ideia, atualmente, 21% dos produtos importados e exportados da Paraíba passam pelo Porto de Suape, em Pernambuco, que fica também com a grana, os impostos, os empregos, a movimentação de sua economia. Nós apenas pagamos para passar por lá.

E não sei vocês, mas eu não quero ser colônia de Pernambuco não. O fato é que parece haver um acordo. Nada de porto de águas profundas por aqui. Ainda, segundo release distribuído pela assessoria, disse o candidato “o porto de águas profundas requer um investimento caríssimo de R$ 5 bilhões e que demanda mais de uma década de obras”. Certo, certíssimo! Cinco ( R$ 5) bilhões circulando por aqui é tudo que se quer. Dez anos de obras? Maravilha!. Isso é emprego que nem presta minha gente.

É melhor que olimpíadas e copa do mundo. Porque depois, atentem, ficamos com arrecadação nas próximas décadas. Carteira de US$ 15 bilhões de investimentos, 96 grandes empresas ( no mínimo), dezenas de empreendimentos e mais US$ 10 bilhões (atenção, dólares) em novos negócios. Quem sabe a gente até faça como os colegas de Pernambuco, que em setembro último resolveram fazer um mirantezinho de 40 metros de altura, com visão para todo o complexo do porto. Orçado em 8 milhões de reais, o projeto prevê a edificação de um memorial que vai contar com museu, biblioteca, auditório e galeria de arte. Tudo isso no porto de águas profundas deles, que já engloba e traz benefícios diretos para sete municípios, incluindo Recife, a capital da Corte.

É isso que não se quer repartir. E no acordo por apoio para ganhar as eleições, vale tudo. Até mesmo tergiversar (a palavras está na moda, mas tem outra melhor), que não se ama Cabedelo.

Eu quero os dois portos, com funções e características diferentes, mas que farão a Paraíba bombar de empregos, novos investimentos e ser transformada em um grande polo de desenvolvimento.

Ah!, o dinheiro para os investimentos virá do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e Banco Mundial (BIRD). Já está combinado. E com 07 deputados federais eleitos e um senador isto será moleza, independentemente de quem ganhe para presidente.

Lídia Moura Jornalista
www.bloglidiamoura.blogsport.com
lidiamouras@uol.com.br

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Cícero, Marco Túlio Cícero e os autistas.

Em junho de 2010, o PMN – Partido da Mobilização Nacional, realizou em João Pessoa um encontro estadual da legenda, com a participação da direção nacional. Naquela ocasião foram convidados vários parlamentares, os presidentes de todas as legendas, agentes políticos, deputados, além do prefeito de Campina Grande, Veneziano Vital do Rego e do governador José Maranhão. Cícero Lucena foi convidado, assim como Efrain Moraes e Roberto Cavalcante.

A intenção era uma grande discussão já que o PMN começava a definir a sua estratégia para as eleições 2010. Precisava ouvir a todos. Vários comparecerem, outros ignoraram. Dos senadores apenas Roberto Cavalcante compareceu. Cícero Lucena explicou que, em respeito a Cássio, não poderia ir. Afinal, o momento era delicado, Cássio perdera o mandato e Maranhão assumira em seu lugar. Telefonou, falou comigo e com a secretária nacional do PMN, Dra Telma Ribeiro.

O evento era importante, pois Cícero era naquela ocasião pré-candidato (ou pelos menos tentava ser) e todos os partidos são importantes para possíveis alianças. O PMN era um desses.

Faço essa narrativa para pontuar que Cícero foi correto sempre. Foi correto com o seu partido, com Cássio, com seus correligionários e com os amigos. No partido travou uma batalha para ser candidato. Não conseguiu e foi exposto em praça pública. Agonizou. Como aceitar que não apenas estava privado de ser candidato pelo partido que preside, sendo ele um senador, mas também e, principalmente, aceitar a decisão do apoio ao seu maior adversário.

O adversário foi o sujeito que denunciou, perseguiu. De modo mesquinho desfez até homenagens ao seu pai, conferida pela Câmara de Vereadores. Foi o que enviou papéis e denúncias para o TCE, TCU, Polícia Federal. Esteve por trás de todas as mazelas processuais enfrentadas por Cícero (a afirmação é do próprio) culminando com sua prisão, o que para um homem de bem ( E Cícero é sim um homem de bem) marca a vida para sempre.

Os fatos acima são razão suficiente para que os seus amigos e correligionários jamais apoiassem o seu maior inimigo, ainda que este fosse a carta na manga. Avalie quando se trata de um candidato fraquinho, arrogante, vendedor de ilusões, de gestão rota, ignorante em questões importantes para a economia do estado, como minérios e portos. Hábil com parte das palavras, sobretudo quando não sabe a resposta, e um mestre na cizânia.

Fácil não é. Mas, Cícero manteve-se firme, no PSDB, e gritando que votaria em Cássio para o Senado. E assim foi.

Agora restam dois candidatos. O seu inimigo e o outro. E é apenas isto: Cicero não tem condição moral de caminhar com o seu algoz. Não tenho procuração ou contatos com Cícero, mas sei que a sua maior cicatriz foi feita por esse sujeito, que sequer se arrependeu. Não pediu perdão. Não se importa.

Por tudo isso, choca ver o vice do inimigo de Cícero tomando satisfações por sua posição. São autistas, criaram um mundo particular e é com esse mundinho que interagem. Ainda assim vale a pena lembrar: Cícero sentiu muita dor. Foi alijado, desconsiderado, humilhado. Mas, é bravo. Aguentou. Talvez inspirado no outro Cícero que diante de seus assassinos naquele 7 de Dezembro de 43 a.C. disse simplesmente: "Não há nada correto no que estás a fazer, soldado, mas tenta matar-me corretamente". Inclinou a cabeça para facilitar a tarefa.

Não resistiu. Teve dignidade diante dos algozes e até hoje é lembrado pelas palavras do próprio inimigo. “Era um homem sábio. Um homem sábio que amava a sua pátria”

Esta talvez seja a maior razão do paraibano Cícero. Por amor à Paraíba não poderá votar no seu inimigo.

Em tempo: Votar em Zé Maranhão e Tudo o que fizer é fichinha...
Lídia Moura

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Que saudade de Dom José Maria Pires.


Era um padre ocupado. Muito ocupado. Tão ocupado que não lhe sobrava tempo para gravar vídeos, para aparecer. Antes, preferia enfrentar as injustiças. E ajudou tantos e tantas a fugirem, quando a morte imposta pela ditadura batia à porta, que foi assim uma espécie de anjo protetor.

Adepto da Não violência liderava lutas, sempre pregando o diálogo, a persistência. Defendia a desobediência às leis e ordens superiores, mas só aquelas prejudiciais à vida do povo. Os estudantes, vítimas de um momento político tenebroso, viam no Arcebispo o grande exemplo. Por isso, era sempre convidado para ser o paraninfo geral dos universitários. Nunca pediram sua saída. Ao contrário, tê-lo por essas bandas, sabiam, era a prova da existência de milagres.

Quando achou que já era hora, Dom Pelé recolheu-se discretamente. Voltou para a sua terra natal, depois de muitos anos na Paraíba. De lá continua a dar exemplos, conselhos, instiga a luta por melhores dias. Ataca as injustiças.

E o que temos agora?
- Um bispo adepto da fanfarrice. Distante do povo, louco por um lugar ao sol no mundo das celebridades. E aí vale tudo. Já se aliou aos promotores de corrida de jegues para mandar mensagens tentando influenciar a eleição de Campina Grande em 2008. Já proibiu ornamentação de igreja, xingou deputado de caca, cocô de gato. Atacou movimentos legítimos da sociedade civil organizada, como o grito dos excluídos.

Lembra-me aquelas moças com quase nada de talento que adotam nome de fruta e se danam a rebolar por aí. E olha que o homem é poliglota, toca violão e dizem: gosta de festas, de passeios de barcos, lanchas, jet sky. Oriundo de família rica tem hábitos requintados, dizem. Não sei se é tudo isso. Graças a Deus passo longe de gente com o perfil desse padre.

A última dele foi postar um vídeo na internet acusando um partido de “implantar cultura da morte”. Uma tolice. Mas, saiu em todos os grandes jornais do país. O arcebispo conseguiu o que queria. Aparecer. Pena que junto levou a Paraíba. Ah! sim, porque sempre fica a impressão de que o Bispo nos representa. Somos atrasados assim?
Discordo de candidatos e candidatas em vários pontos. Mas, por mim podem dizer o que quiserem. Assim deve ser em um país livre. Discordo e não voto neles. Simples assim.

O Bispo até tem direito de dizer o que quiser. Este é um país livre. Mas, daí a priorizar ações para campanhas contra este ou aquele partido ou candidato, é falta do que fazer. E pior: ignora as reais necessidades do povo. Talvez isso tenha levado diversas entidades a assinarem documento afirmando que o Bispo “tem demonstrado atitudes que não condizem com sua função de pastor, cuja missão é reunir o rebanho e não espalhar a cizânia, como vem fazendo contra os pobres, na Paraíba".

Fico muito à vontade, pois não voto na candidata que o bispo ataca. Mas, qual é a diferença desse bispo para aqueles que postam vídeos atacando religiões? Dos que chutam santas? O homem tem acesso à mídia e desrespeita as pessoas que escolhem, livremente, determinado candidato ou candidata.

Em tempo: O aborto é um problema de saúde pública. 500 mil mulheres fazem aborto por ano no Brasil. 50 mil morrem em consequência de abortamentos. No Sistema Único de Saúde são atendidas cerca de 240 mil internações por abortamento/ano, a um custo unitário, mínimo, de R$ 125,00, totalizando R$ 29,7 milhões. É, portanto, um problema de saúde pública. Claro, que envolve filosofia, religião, mas de cada pessoa, individualmente. Por isso, é que deve ser assim:

A mulher decide. O estado garante. E a sociedade respeita.

E o Bispo deve procurar uma ocupação. Tem tempo demais. Talvez devesse trabalhar. Pelo menos pelos pobres do nosso estado.
Lídia Moura

domingo, 10 de outubro de 2010

Pesquisas

A discussão sobre pesquisas é boa. Leia pequene debate com o colega Josival Pereira -Grande Jornalista

Josival Pereira
Pesquisas, influência e proibição
A ex-candidata à deputada estadual Lídia Moura envia e-mail comentando texto de ontem arguindo ponderações sobre as pesquisas. Apesar de reconhecer que os ‘acertos parecem razoáveis’, ela tem outras avaliações e posições firmadas em relação ao assunto.

Em suma, Lídia Moura entende que, como uma pesquisa atua diretamente sobre os resultados, influencia e pode ser decisiva para uma eleição, os erros deveriam ser perto do nada.

Noutro ponto, citando o exemplo do Acre, onde as pesquisas apontavam ampla vantagem em favor dos irmãos Tião e Jorge Viana e a diferença final do apurado nas urnas foi mínima, Lídia sustenta que, deste modo, as pesquisas prejudicam porque interferem na arrecadação, no ânimo da militância, no apoio da direção partidária nacional e desmotiva os próprios candidatos.

Em conseqüência de sua análise, Lídia Moura pugna pelo fim da divulgação de pesquisas eleitorais.

Ponto - O comentário de Lídia Moura é a demonstração de que, pelo menos entre políticos e profissionais de marketing e comunicação, o assunto pesquisa eleitoral não vai se esgotar tão cedo, sobretudo, pelas incongruências apresentadas nos resultados em alguns Estados.

Contraponto - Não se desconhece os erros nem a necessidade de aperfeiçoamento das pesquisas, mas proibir a divulgação parece radical demais e fere direitos de informar e à informação. Quanto à influência, veja-se que, se fosse tanto assim, os resultados seriam outros. No Acre e na Paraíba.

Pequena correção: Fui candidata em 2010 a deputada federal - PMN 3333

Contraponto - O contraponto do meu amigo Josival mostra que minha tese está correta. Não fosse a influência das pesquisas, no Acre, Tião Bocalon seria o governador. Isto era o que mostravam as pesquisas para consumo interno e que os meios de comunicação não mostram.

Deixar pesquisas influenciarem não é liberdade de expressão. proibi-las é impor limites para campanhas eleitorais. Do mesmo modo que não pode dar camisetas, bones. Não pode "expressar" através de outdoor e outros. Ainda aceito a possibilidade de os Tribunais eleitorais serem os responsa´veis pela campanha. O que também é temerário, pois os tribunais são feitos de homens e mulheres com suscetibilidades.