quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Ainda sobre a mosca na sopa


Toinho do Sopão errou, outra vez. Sem compreender o que dissera Tião Lucena, partiu para cima, com a intenção de resolver com tapas o que poderia resolver em um debate, oportuno e produtivo, contra o preconceito. Entendeu (errado) Toinho, que Tião estivesse a ofender sua senhora (Dona Nilda) quando optou por usar o termo “dita-cuja” em artigo de sua autoria, fabricado no exercício de seu oficio de opinar sobre as ações das personalidades da politica.

Em 27 de maio de 2011 escrevi neste blog que Toinho do Sopão precisava de assessoria capacitada. Naquela ocasião caia em armadilhas de entrar em debates sem muita importância para a sociedade, deixando de lado a temática de interesse da parcela significativa que o elegeu para tomar assento na assembleia legislativa, na condição de campeão de votos. Caiu outra vez em truques, desta vez, dos letrados.

Pois bem, Toinho talvez não saiba o que significa dita-cuja, como bem destacou o próprio Tião e tantos outros jornalistas e seguidores. Entendeu como ofensa. Fosse como entendeu o deputado, seria compreensível a sua revolta. Os homens simples, como Toinho, tem certo zelo pela mulher, a dele e as outras. Dificilmente, se vê um homem simples a fazer referências pejorativas às mulheres.

Tião recorreu ao dicionário Aurélio para explicar, e bem, que dita-cuja, não é nada, nada mesmo. Não é “mulher de rua” ou algo similar, como entendeu Toinho em sua singeleza ou na sua condição de analfabeto, como sentenciou Tião. Mas...
Mas, é preciso refletir um pouco. Tião, eu ou qualquer outro colega que escreve por ofício, usaríamos tal termo fosse a “dita-cuja” a mulher do deputado Ricardo Marcelo, por exemplo?. Ou se a “dita-cuja” fosse a mulher do governador? Duvido!

Duvido! Pois para estas usamos Senhora, Madame, Doutora etc. Para estas não usamos o dita-cuja, pois pode ser entendido como descreve Antônio Houaiss, também em Dicionário:
Dito-cujo - Regionalismo: Brasil. Uso: informal, jocoso.
ser de que já se falou, quando não se quer, não se sabe ou não se pode dizer seu nome; cujo, fulano, sujeito. fem.: dita-cuja; pl.: ditos-cujos

Desculpem! colegas que entendem de outro modo, mas dita-cuja é jocoso, pejorativo, inadequado para referência a uma mulher que se sabe quem é, se conhece o nome e se pode dizer o nome.

De todo modo, nada justifica a reação de Toinho do Sopão. Poderia ele ter respondido de outro modo ou mesmo deixar de lado, pois algumas abordagens nem valem a pena. Muitas vezes, não creio que seja o caso de Tião, apenas atendem às exigências de chefetes ou de articuladores maquiavélicos que não respeitam ninguém.

Toinho caiu, novamente, nas armadilhas, nos truques armados e prontos para abocanhar homens e mulheres de bem. Vociferou, ameaçou, gritou, empunhou o murro, infelizmente.
Talvez devesse ter respondido apenas:
Dita-cuja é a mãe! E justificado: “Digo por não saber o nome da distinta senhora. Não conheço e não posso dizer o nome.”

Já que dita-cuja não é nada demais, ninguém se importaria, não é mesmo?
Quanto às peias prometidas, baixa a bola Toinho!

Ainda que dita-cuja fosse o que você pensa que é dita-cuja, não é assim que se não.resolve. Nós jornalistas somos assim, uns bichos chatos mesmo, mas não é nada pessoal Somos provocadores por natureza. E quando achamos um que dar cabimento, vira prato cheio. No fim você é a mosca na sopa de muita gente.

Vai lá e pede desculpas a Tião pelo xingamento. Tenho certeza de que ele, bem humorado como é, vai dar risada de tudo isso e aproveitar para pedir desculpas por qualquer dano que tenha causado à imagem de sua senhora. Segue em frente, de preferência perguntando quando não souber. Mas não esquece que em muitos momentos, as palavras são de prata e o silêncio é de ouro.

Mais uma do sensacional Raymundo Asfora
Raymundo Asfora que não deixava barato diante da seleção da sociedade, letrada ou não, como quando indagado se iria entrar em festa com mulheres que trouxera da rua e cuja reputação era “discutível”. O diálogo foi mais ou menos assim:
- Asfora, você não pode entrar com essas mulheres, pois temos dúvida da reputação delas. Ao que Asfora respondeu:
Dúvida? Dúvida se pode ter dessas que aí estão no salão. Estas aqui não deixam dúvidas. São mesmo.

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

São muitos, se valem até do fétido racismo, mas não podem voar. Graças a Deus!

Assisti, estarrecida, a uma seqüência de ataques e agressões, via twitter, parte delas, inclusive, com conotação racista e de ataques à honra das mulheres, por meio de trocadilhos com siglas.

Esses ataques, por isso o meu espanto, partiram de um diretor da Companhia de Desenvolvimento de Recursos Minerais da Paraíba (CDRM). Melhor nem dizer o nome senão fica famoso. Pela conduta nas redes sociais, este é, em tese, um dos seus grandes objetivos.

Esse sujeito, pago pelo Estado, passa horas no twitter fiscalizando, entrando em conversa que não foi chamado, dirigindo respostas até quando não falam com ele. Até aí, é possível agüentar. Poderíamos dizer que falta para o tal sujeito a compreensão de ética, educação, essas coisas básicas na vida de uma pessoa. Aliás, pela linguagem chula, com o uso rotineiro de xingamentos e palavrões, não há adjetivos na língua Pátria capaz de caracterizá-lo com precisão.

O problema é que o sujeito não se satisfaz e parte para o ataque gratuitamente, envolvendo pessoas e instituições honradas. Figurinha fácil no twitter, o cara parece não trabalhar. Ainda assim fui catar na internet referências sobre a criatura. E eis que esbarro na seguinte apresentação:

“É completamente parcial, não corrige o que escreve, nem se desculpa se afeta alguém. Fala o que sente e disso ele não abre mão. Hoje trabalha com publicidade, consultoria e dar (Sic) palestras sobre temas do cotidiano, com muita competência”.

Além da “humildade” acima citada, também ostenta, com orgulho, que, ao ofender, não se desculpa.

É, minha gente! Assim vive o Estado da Paraíba. Com toda esta “competência” a ocupar cargos no governo.

E para completar essa seqüência dantesca, duas personagens entraram apoiando o tal sujeito. Um deles, passo porque não vale a pena. Mas, entre tantas asneiras inventou que eu sou a principal “acionista” de um portal da Internet. Mentiu. Os donos/sócios me convidaram para escrever uma coluna. Sou jornalista. É normal.

O outro assina Cunha Lima e ostenta isto com muito orgulho. Desse não encontrei nadinha, nem um mísero curriculozinho. Nada. Amigos me informaram que foi aposentado precocemente. E o chefe político da família negou conhecê-lo.

Bem, o mais triste nisso tudo é que o governo tem patrocinado essa gente, agraciando-os com funções públicas e tempo livre para invadir o twitter com linguagem rasteira, debates estéreis, agressões, ofensas, mentiras, tolices, sabujice. E o odor ficando insuportável.

Essa gente já vem de governos anteriores e os empregos públicos, diz um internauta, começam com arranjos do pai de um, que já teve boquinha, para usar a linguagem deles. É da cozinha do poder.

Todo mundo ligado ao ex-governador Cássio Cunha Lima que, aliás, diz não concordar com tais práticas, embora uma parte da boiada tenha por hábito agir assim, e apenas assim.

Não concorda, talvez por isso saia sempre ileso, mesmo quando o trabalho sujo de atacar a honra de pessoas, de usar de misoginia, racismo e rambém deslealdade, é executado. Não desce ao esgoto, é verdade, mas talvez devesse deixar um desses por lá. Não estender a mão aos tais quando estes se agarram à borda em busca de ar fresco.

Não há o que fazer. As ofensas e o crime de racismo remeteremos à justiça, a fim de que esta se pronuncie. Na política, o jeito é trabalhar dobrado para que um dia, quem sabe, possamos ficar livres de tais práticas.

Não temas (...)
Nossa sorte nessa guerra
Eles são muitos
Mas não podem voar...