Não se poderá negar que o Prefeito Veneziano trabalhou muito
por Campina Grande. Nenhuma posição política de hoje pode esconder que Campina
Grande tinha setores mergulhados no atraso da falta de estrutura e
investimentos. Nenhum de nós, críticos ou não do governo Veneziano, poderá
deixar de reconhecer que foram quase 3000 ações e/ou obras em benefício de uma
Campina melhor.
A UPA, o Hospital da Criança, pavimentação de ruas, cerca de
10 concursos públicos, implantação de planos de cargos e carreiras, academias
populares, recuperação de creches e escolas, a implantação do Centro de
Referência da Mulher, o esgotamento sanitário de Galante, além de obras como o
Complexo Esportivo Plínio Lemos ainda na primeira gestão, apenas para citar
parte do trabalho do Prefeito Veneziano.
Tudo isso é importante e está aí para a análise e avaliação
popular, que poderá considerar muito ou pouco, relevante ou nem tanto. O
governo finda, Veneziano não fez o sucessor. Tivesse feito, findaria também. A
hora, pois, em qualquer dos resultados seria de entregar o governo, prestar
contas e sair para outros projetos. O choro de alguns e algumas, a lamentação,
o superdimensionamento da derrota, demonstram um apego que não é saudável e um
inconformismo que carece de reflexão, no mínimo.
O que explica essa agonia pública em torno da prefeitura?
Como explicar essa arrogância de achar que outros não farão o que Campina
precisa? Só eu sei?
Como explicar notícia encaminhada pela assessoria do prefeito
dando conta de algo que será inaugurado em fevereiro? Como assim? Já será outro
governo. A impessoalidade do poder nos ensina que obras iniciadas em governos
anteriores devem ser concluídas. Também nos ensinam que o Poder Público tem
continuidade, nos moldes das leis, tanto assim que o orçamento municipal de
2013 é aprovado em 2012, mesmo sem antes sabermos que irá governar.
Outros e outras farão sim! Diferente do governo anterior, com
outras prioridades talvez, mas também farão. E estão submetidos às normas
legais, com limitações e deveres desde o primeiro instante. Pelo resto da vida
terão de provar que usaram bem o dinheiro público. Esta regra vale para todos
os governos, de todas as cidades do nosso país.
Aconselharia, se pudesse, para que se recolham um pouco.
Passar o bastão e ir cuidar de outros projetos. Talvez, até mesmo a tarefa como
opositores seja importante para a cidade. Mas, não podem continuar tentando ditar
as regras sobre a administração de Campina Grande.
E convenhamos!, acusar a população de sabotagem, como no caso
do lixo onde se afirma até que a própria sociedade joga lixo pelas ruas para
culpar o gestor, é demais. Por favor!
Não pode o gestor que sai continuar sofrendo, inconformado,
relembrando todas as suas tarefas cumpridas. Sim, o resultado de qualquer
gestão é apenas o de missão cumprida, às vezes bem, às vezes não.
Não pode continuar com tanta raiva que não possa se dirigir
aos que ganharam a eleição com respeito. Ou deixar de desejar sorte. É sorte
para a sua cidade, a sua gente. Ou não?
Se pudesse aconselhar o gestor que sai, apontaria para que
corrija o que precisa. Que não deixe dívidas, que pague tudo o que deve aos
servidores, prestadores de serviços, comissionados, todos, enfim, com quem fez
um contrato de trabalho, ainda que tenha sido para assessorias políticas. Esta
é uma nódoa que não se perdoa.
Aconselharia o prefeito a elencar todas as tarefas que falta
concluir e que são importantes para a cidade. Vale até um pedido pessoal para o
novo gestor dar continuidade a esse trabalho, pedindo humildemente.
Aconselharia a repensar parte da patota que anda em sua volta para que o seu
futuro político não fique comprometido.
Conheço muitas pessoas e forças política que simpatizam com
Veneziano, mas não estarão com ele se a turma que o “blinda” for a mesma. Há um
longo caminho a percorrer. E a sociedade,
o jogo político não comportam mais a falta de respeito, a ausência de debates
para os rumos do projeto, a análise de nomes.
Não atender telefones, nem falar com os
aliados. Isto, definitivamente, não terá vez no futuro chamado 2014.
Todo governo tem acertos e erros. É cuidar para que os erros
não sejam maiores, e graves, que os acertos. É cuidar para que no final a raiva
não se transforme em vingança contra o povo.
Gestores que saem (todos eles) têm de provar, agora e no
futuro, que não roubaram (creio em Veneziano), nem deixaram roubar. E que poderá voltar quando quiser e pedir
votos à mesma população que já o escolheu.
A eleição é um teste. A população campinense com o seu
sagrado direito de escolha, apenas disse não para a tentativa de um grupo também
somar 20 anos, ou mais, à frente da Prefeitura de Campina Grande.
Terminou um governo. Começa outro. Apenas isto. Os homens e
as mulheres que compõem cada governo têm de trabalhar em benefício do povo.
Nada mais, nada menos.