sábado, 14 de janeiro de 2012

Herói

Tenho um herói. Um homem que admiro por sua imensa capacidade de amar e perdoar.
Ele passou 26 anos preso, sofreu torturas, abusos, foi separado de sua família, não viu os filhos crescerem. Mesmo com enorme capacidade intelectual e com conhecimento acadêmico foi obrigado a quebrar pedras enquanto o seu povo era perseguido, morto, mutilado por uma minoria branca, que impôs um regime fétido chamado aparthaid.

O meu herói é negro. Lindo. Tem um sorriso de criança, dança, comemora. Jamais permitiu que o ódio atrapalhasse o seu raciocínio.

Na prisão aprendeu a língua do opressor para entender o raciocínio do inimigo.
Quando saiu da prisão, em 1990, virou presidente do seu país (1994-1999), a África do Sul. Mas, jamais perseguiu um branco. Ao contrário, promoveu a paz, juntou o seu povo. Discordou e enfrentou os companheiros que defendiam a guerra. Ganhou o Nobel da Paz, dividindo o prêmio com o representante dos que o oprimiram.

Evitou mais conflitos, mas teve firmeza contra os brancos que teimavam em defender uma paz de mentira, sem enfrentar os crimes cometidos em função de uma dominação estúpida.
Ao terminar o seu mandato de presidente não foi à reeleição. Entendia que sua missão estava cumprida e o poder não lhe seduzia. Repetia que se o seu partido/organização, o CNA, não fora capaz de preparar um sucessor, perder a eleição seria uma consequência natural.
Seguiu em frente. E vive com aquela sabedoria própria dos seres especiais. Leva uma vida simples aos 94 anos, com uma lucidez de quem compreende exatamente o que é filosofia. Um herói da humanidade.

Relembro fatos esparsos e que nem de longe comtemplam a grandeza de NELSON Rolihlahla MANDELA, para pedir uma reflexão ao colega jornalista Luís Torres, que nesta semana comparou esse guerreiro, na acepção maior da palavra, a um vereador de João Pessoa, que tem lutado incansavelmente para ser aceito na seita (um tal coletivo) que governa, e multo mal, a linda cidade de João Pessoa.

O moço citado por Luís tem uma história acanhadinha. Ainda não conseguiu mostrar a que veio nem mesmo a uma cidade, que dirá a um país, ao mundo, à humanidade, como fez Mandela, que diria: Nunca, nunca e nunca de novo, prezado.

Controla-te Luís, por favor! Nós que fazemos jornalismo temos muita responsabilidade. Tudo fica registrado. O que escrevemos hoje, em geral, vira história amanhã. Não podemos esculhambar a história, as memórias, trajetórias como as de Mandela.
Eu mesma vivo mandando torpedos para os raivosos pedindo que se mirem no exemplo de Mandela e deixem de lado a raiva, mas daí a reduzir esse herói da humanidade e compará-lo a quem vive tentando sobreviver na corda bamba de um espaço de poder para lá de paroquial... Tenhamos paciência!

Quero acreditar que Bala Barbosa tenha razão. A explicação é simples. Luís Torres entende muito de Bruno F, mas nada de Nelson Mandela.

E aproveitando uma crença de Mandela, mando uma sugestão ao nobre vereador, que pode propor ações e defender condutas de governo para melhorar a vida das pessoas. Segue:
“A educação é a mais poderosa arma pela qual se pode mudar o mundo” . Com merenda podre, fedorenta e fechamento de escolas não chegaremos lá.

A propósito, o prefeito de João Pessoa já lê Mandela. Citou em sua carta renúncia (à reeleição). Falta seguir o exemplo, na gestão, pelo menos.

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