Você pode pensar que os professores da rede estadual, em greve há um mês, desejam gordos salários, privilégios incríveis, redução de suas responsabilidades. Mas, saiba que a greve é apenas para o governo da Paraíba cumprir a lei e pagar o piso da categoria. Para 30 horas, R$890 Reais.
Ao invés do diálogo, no entanto, o governo optou por seqüestrar ou assaltar, como dizem os professores, o salário. Cortou gratificações e descontou os dias parados. Aí começou uma ilegalidade, os salários pagos em maio são referentes ao mês anterior, portanto, antes da greve. Não poderia haver os descontos.
Sem o dinheiro da feira houve desespero entre os pais e mães de família, que foram ao Palácio da Redenção. Outra vez, o governo opta por se afastar do diálogo e parte para a violência. As cenas são grotescas. Professoras e professores levando pancadas em pleno palácio do governo. Nada justifica essa selvageria.
O Palácio, antes de ser do governo, é do povo. O controle excessivo, a não circulação das pessoas por ali já é uma aberração, em dias normais. Em dias de greve impedir a entrada de trabalhadores e sindicalistas é um absurdo.
E essa gente que hoje usa gov.com é celebridade? Que leseira! Tolice! Muitos, até ontem, não tinham um pau para dar em um cachorro. Agora, até o telefone dessa turma é segredo de Estado. Que munganga!
Houvesse atitudes desarrazoadas dos grevistas, representantes do governo tinham de chamar o sindicato e pacificarem, juntos, a situação. Ser governo não é impor sua autoridade, mas, antes, é submeter-se às necessidades do povo. E humildemente, argumentar, convencer, e não descer a pancada.
Ainda assim, os professores aceitaram sair do palácio que, repito, lhes pertence. Não pertence à RC ou qualquer outro que por ali passar.
E o que quer o sindicato? Segundo Paulo Tavares, do comando da greve e diretor do SINTEP-PB, a categoria quer:
- O pagamento do piso – 890 reais.
- A devolução dos salários que lhes foram tirados ilegalmente;
- O retorno, até dezembro, do pagamento das gratificações. Note-se que o Sindicato dar prazo até dezembro/2011. Não é para hoje.
- E o pagamento linear dos salários para toda a categoria, sem diferenças para os que estão fora da sala de aula.
De acordo com o sindicalista, Paulo Tavares, com a negociação, categoria volta ao trabalho e repõe os dias parados, sem prejuízos para os alunos.
Lutando por salários de R$890 reais não apenas professores devem se mobilizar. Mas, toda a sociedade deveria apoiar esse movimento.
Mesmo que se cumpra a lei e o piso seja pago, estamos falando de um salário ínfimo, que não serve para os formadores do futuro da sociedade.
As crianças, os jovens, mestres e demais funcionários da rede estadual já pagam um preço alto por integrarem uma rede estadual degradada por condições terríveis, a começar pela merenda (podre e fedorenta) servida, e já denunciada, que se tornou vergonha nacional.
Esse movimento, portanto, é de todos nós. Ficar contra ele, só para os que não têm consciência do seu dever de cidadão e cidadã.
Bater em professor e professora, seja em qual circunstância for, é a barbárie.
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