terça-feira, 31 de maio de 2011

O que querem os professores paraibanos?

Você pode pensar que os professores da rede estadual, em greve há um mês, desejam gordos salários, privilégios incríveis, redução de suas responsabilidades. Mas, saiba que a greve é apenas para o governo da Paraíba cumprir a lei e pagar o piso da categoria. Para 30 horas, R$890 Reais.

Ao invés do diálogo, no entanto, o governo optou por seqüestrar ou assaltar, como dizem os professores, o salário. Cortou gratificações e descontou os dias parados. Aí começou uma ilegalidade, os salários pagos em maio são referentes ao mês anterior, portanto, antes da greve. Não poderia haver os descontos.

Sem o dinheiro da feira houve desespero entre os pais e mães de família, que foram ao Palácio da Redenção. Outra vez, o governo opta por se afastar do diálogo e parte para a violência. As cenas são grotescas. Professoras e professores levando pancadas em pleno palácio do governo. Nada justifica essa selvageria.

O Palácio, antes de ser do governo, é do povo. O controle excessivo, a não circulação das pessoas por ali já é uma aberração, em dias normais. Em dias de greve impedir a entrada de trabalhadores e sindicalistas é um absurdo.

E essa gente que hoje usa gov.com é celebridade? Que leseira! Tolice! Muitos, até ontem, não tinham um pau para dar em um cachorro. Agora, até o telefone dessa turma é segredo de Estado. Que munganga!

Houvesse atitudes desarrazoadas dos grevistas, representantes do governo tinham de chamar o sindicato e pacificarem, juntos, a situação. Ser governo não é impor sua autoridade, mas, antes, é submeter-se às necessidades do povo. E humildemente, argumentar, convencer, e não descer a pancada.

Ainda assim, os professores aceitaram sair do palácio que, repito, lhes pertence. Não pertence à RC ou qualquer outro que por ali passar.

E o que quer o sindicato? Segundo Paulo Tavares, do comando da greve e diretor do SINTEP-PB, a categoria quer:
- O pagamento do piso – 890 reais.
- A devolução dos salários que lhes foram tirados ilegalmente;
- O retorno, até dezembro, do pagamento das gratificações. Note-se que o Sindicato dar prazo até dezembro/2011. Não é para hoje.
- E o pagamento linear dos salários para toda a categoria, sem diferenças para os que estão fora da sala de aula.

De acordo com o sindicalista, Paulo Tavares, com a negociação, categoria volta ao trabalho e repõe os dias parados, sem prejuízos para os alunos.

Lutando por salários de R$890 reais não apenas professores devem se mobilizar. Mas, toda a sociedade deveria apoiar esse movimento.

Mesmo que se cumpra a lei e o piso seja pago, estamos falando de um salário ínfimo, que não serve para os formadores do futuro da sociedade.

As crianças, os jovens, mestres e demais funcionários da rede estadual já pagam um preço alto por integrarem uma rede estadual degradada por condições terríveis, a começar pela merenda (podre e fedorenta) servida, e já denunciada, que se tornou vergonha nacional.

Esse movimento, portanto, é de todos nós. Ficar contra ele, só para os que não têm consciência do seu dever de cidadão e cidadã.
Bater em professor e professora, seja em qual circunstância for, é a barbárie.

Nenhum comentário:

Postar um comentário