sexta-feira, 25 de março de 2011

O desfecho da festa dar a largada para 2014.

A luta do Senador Cássio pelo mandato, conquistado com mais de 1 milhão de votos, foi comovente. E nem o adversário mais feroz poderá deixar de reconhecer isto.
Não era justo o desfecho forçado da festa: o terceiro colocado assumindo o lugar do primeiro. Por mais diferenças que haja, a coisa sagrada, para todos os que fazem política, é que a palavra final é a vontade do povo. As eleições servem para definir brigas. Adversários se digladiam e no final o povo escolhe. É assim que é.


Cássio teve um milhão de votos em meio à adversidade. Por isso, talvez seja um dos poucos políticos, na Paraíba, que pode afirmar que tem votos. Não tinha a prefeitura de Campina, nem a de João Pessoa, havia perdido o mandato de governador e tinha um candidato a governo fraco, que em baixa, precisou de todo o seu esforço para decolar. Foi preciso, inclusive, a indicação do vice na chapa, senão a coisa não andava. E mesmo assim, não fosse uma campanha desastrosa do adversário, a derrota era quase certa. Mas, o mandato de Cássio, todos sabiam, era difícil de tirar. Foram aos tribunais, mas nem todas as manobras adiantaram.

Cássio amadureceu, embora ainda carregue alguns ranços. Precisa acabar com essa mania de escalar uns e outros para mandar recados (principalmente o fogo amigo), de articular, desmoralizar, tirar do caminho, via imprensa.


Mas, consegue fazer referências aos adversários sem espumar. Respeita a investidura dos cargos. Prova é que dia desses anunciou respeitosamente, via twitter, que ia encontrar (evento da AACD) o PREFEITO Veneziano. Aprendeu também a lidar com o coletivo Ricardo Coutinho (que, aliás, tem feito um esforço para mudar de nome e parte da imprensa obediente já incorporou a designação mais simpática – coletivo girassol). Para ganhar tempo e afastar a ira, Cássio repete que não será candidato a governador. Veremos.

A ida de Cássio para o Senado é importante. Eu dizia isso bem antes das eleições. É importante pela qualidade de seu discurso e de sua articulação. Político jovem, com amigos na casa, com paciência para debater com os adversários, costuma dizer que até a máfia consegue fazer e honrar acordos. Fará bom papel.

Um amigo que é diretor do Senado Federal vibrou com a chegada de Cássio. Considera que o novo senador eleva o nível, já que nessa legislatura há atuações sofríveis. Há uns que não sabem sequer o papel da Casa, avalie o seu próprio.

E Campina terá dois senadores. A rainha da Borborema continua definindo os destinos da Paraíba. Deu 65% dos seus votos para um governador, que nem conhece, pois queria derrotar quem tirou o mandato do seu governador.

Precisa agora recuperar o mandato de governador. E com certeza, em 2014, fará isso. Já começa com dois candidatos de peso. Veneziano e Cássio.

Uma obra prima
O voto de Gilmar Mendes foi uma aula de Direito Constitucional e de como deve se comportar um juiz da máxima corte. Considerado o maior especialista do país e um dos maiores do mundo na matéria, Gilmar apelou para o excelente livro de G.Zagrebelsky em que é avaliado o momento do apelo ao povo, que deve decidir entre Cristo e Barrabás parecendo, só parece, delinear-se um procedimento democrático. O autor, e também Gilmar, avança sobre as contradições nossas de cada dia. Gilmar teve a coragem de dizer não à “opinião pública” a bem da coletividade e da democracia, de fato.


Um ministro como Gilmar Mendes é um luxo. Parte da mídia tentou desmoralizá-lo como é típico no nosso “complexo de vira-latas”, mas ele resistiu.

É pena que na corte, como em nossa sociedade, haja os vaidosos, os pseudo-éticos, mas que filha e genro cobram milhões para atuar em ações que vai julgar. Tem também os que conhecem pouco ou quase nada e há até os que julgam por classe social. Assim, é que às vezes resulta como protestou Santo Agostinho:
“ Verdade e mais verdade!” Incessantemente me falavam dela, mas não existia neles!”.

O humor de Deus E para quem pensa que Deus não tem humor. Cássio saiu para jantar, foi ao Francisco, ótimo restaurante de Brasília, lá chegando estava Wilson Santiago. O Supremo tinha acabado de decidir pela não aplicabilidade da Lei para as eleições de 2010;


Em tempo: Nenhuma linha vou perder com os que ousam nos apontar (a nós que defendíamos pelo respeito à Constituição) como se fossemos contra a tal Lei Ficha Limpa. Minha amiga, Gisa Veiga, já disse tudo. Leiam:

www.politicapb.com.br
Ficha Limpa, sim. Cavilação, não. Gisa Veiga

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