segunda-feira, 25 de julho de 2011

O que se pede é o democrático benefício da dúvida


A jornalista Sandra Medeiros( HOMENS DE PRETO)enviou importante comentário sobre a última postagem. Como o blog apresenta instabilidade estamos publicando o texto de Sandra, jornalista de primeirissimo time, que lança importante tese. Segue o comentário:

No último artigo postado em seu blog , a jornalista Lídia Moura faz uma pertinente e corajosa avaliação sobre intenção do Deputado Estadual Toinho do Sopão postular a candidatura de prefeito da capital paraibana. Tal declaração gerou protestos de todos os lados, de politicos, jornalistas, aspones, dirigente de partido.

Com uma expressiva votação de 57 mil votos (o mais votado do Estado), Toinho causou espécie na tal " elite paraibana", que de pronto rechaçou a pretensão do deputado, considerando-a descabida, fora de questão. Há que se perguntar a razão de tão veementes protestos contra tamanha "ousadia".

Afinal, Toinho é um homem simples, do povo, sem dinheiro, redutos eleitorias, com baixa escolaridade. Mas espera um momento...e o ex-presidente Lula veio de classe social? Não são situações similares? Sei que muitos irão torcer o nariz e vociferar: "mas eles são muito diferentes, o Lula veio da força sindical, tinha liderança, carisma"! Contudo, guardadas as devidas proporções, Toinho, exercendo um mandato legítimo tem o mesmo direito que os demais de postular o cargo de prefeito. Por que não conceder a ele também o democrático benefício da dúvida?

Sandra Medeiros

sexta-feira, 22 de julho de 2011

Toinho para prefeito. E a elite surtou.

A elite paraibana pirou. Foi um alvoroço. De madama a aspirante a rico todos inconformados com a ousadia de um homem simples. É bem verdade que muitos desses não têm um pau para dar em um cachorro, mas são amigos do poder e tudo pode se ajeitar em uma hora dessas.

Quem sabe não são escalados para um arrumadinho que resulte em uns trocados? Quem sabe não são chamados numa dessas reformas, que sempre acontecem, e descolam um cargo legal, com bom salário e, sobretudo, prestigio nas rodas, nem tem altas, mas rodas sociais.

Teve protesto. Mangação em programa de TV, depoimentos via imprensa, Reprimenda de dirigente sabujo, ingerências, jornalista escalado para desancar o ousado.

E o que fez demais esse homem simples?
- Disse que é candidato a prefeito de sua cidade, a capital da Paraíba.
A elite, então, surtou.
- Prefeito?
-Jamais!

Foi a resposta para Toinho do Sopão, deputado estadual mais votado do estado, com seus 57 mil votos, sem dinheiro, sem esquemas, sem padrinhos políticos.

Ele serve para deputado, para integrar bancada, para votar nos projetos e interesses do governo. Na eleição todo mundo queria tirar retrato com ele. Mas, para ser candidato a prefeito, nem vem.

E veio até o prefeito para dizer que ele tinha de ter programa, empatia popular.
- Como assim? E Toinho não tem não?
Ah! Tem sim e tem até independência. Afinal, não é funcionário de nenhum coletivo.

Na sequencia falou o vice-governador, que não se sabe se é PSDB ou PSD. Não é do partido de Toinho, mas, dizem, é o dono da legenda no Estado. Deu pito em Toinho e em quem defende a candidatura deste.

Vieram também alguns coleguinhas e interpretaram como bem quiseram quando Toinho disse que podia ser melhor que Lula. Aí deu a gota. A turma não perdoou. Melhor que Lula, isso não. Pois, acho que pode sim. Vejamos:

Toinho veio das camadas populares. Tem pouco estudo. Defende o povo humilde. Parece com Lula, pois não?

E como pode ser melhor?
Não pode permitir mensalão em seu governo e alegar que não sabia;
Não deve lotear o governo, sem observar critérios técnicos que resultou em situações como a que se vê hoje no Ministério dos Transportes;

Não pode escalar uma turma que desmoralizou instituições como os Correios;
Não pode arranjar negócios para o filho ficar milionário da noite para o dia;
Não pode distribuir passaporte diplomático para toda a família e tentar manter mesmo após o término de seu mandato;

Não pode usar as instituições públicas contra os adversários;
Não pode atentar contra os adversários usando dossiês fajutos;
Não pode se juntar com o que há de pior na política brasileira apenas para garantir o poder;

Não pode ter um Zé que ainda hoje opera no submundo de um projeto que é para 50 anos;
Não pode ter em sua vota Valdomiros, Zés, Delúbios, Silvinhos, Marcos Valérios etc
Não pode usar companheiros para transportar dólares em cuecas;
Não pode acreditar que, pelo poder, tudo pode.

E quanto a ser melhor que o governador, isso é moleza. Duvido que Toinho derrube fiteiro, bata em professor, contrate ONG suspeita que copia nome de entidade séria para enganar a todos nos serviços de saúde. Duvido que aniquile com agente de saúde. Demita por questões políticas e, em seguida, contrate os seus; tire de policiais direitos adquiridos. Atente contra a tradição democrática da defensoria pública etc etc.

Observando esses e outros critérios éticos, creio que Toinho do Sopão, e qualquer outro cidadão, pode sim ser candidato. E a escolha deve ser feita pelo povo, que, certamente, sabe o que é melhor para a sua cidade, o seu estado e o seu país.

O preconceito grita, mas de música a prefeito, o povo tem o direito de decidir. E, cá entre nós, é bom demais vê essa elite besta, que pensa ser sofisticada, tendo de engolir uma candidatura popular fora do seu controle.

Quero ouvir Toinho, falando bem ou mal. Dizendo o que eu gosto ou o que detesto. A partir daí, que se estabeleça o debate, como deve ser, para que o povo, e apenas ele, possa escolher.

sexta-feira, 8 de julho de 2011

Marina Silva quer um partido para "chamar de seu".

A ex-senadora e ex-candidata a presidência da república, Marina Silva, deixou o Partido Verde no comecinho do casamento. E na saída, como é comum nos divórcios, disse um monte e concluiu que “O resultado mais grave da perversão do sistema político é o afastamento das pessoas da Política com P maiúsculo, pela qual cada um pode ser parte das decisões públicas por meio de suas opiniões, sua palavra, suas propostas, seu voto bem informado e consciente”.

Ao acusar a todos e todas de terem se afastado da Política com P maiúsculo a ex-senadora comete um erro. Arvora-se no direito de rotular todo o mundo, sem exceções, a partir do modelo que encontrou no PV, partido que não conheço, não posso julgar, mas que tenho certeza tem erros e acertos, como todos nós que fazemos política.

A ex-candidata, que encontrou ampara para o sue projeto no PV preferiu afirmar que “a experiência no PV serviu para sentir até que ponto o sistema político brasileiro está empedernido e sem capacidade de abrir-se para sua própria renovação”. Que horror! Essa mulher não tirou nada de positivo desse partido. Não acredito!

Feito esse reparo, vamos ao que interesse. Marina, com o monte de votos que obteve, achou que o PV poderia ser seu. E aí esbarrou no pragmatismo dos que, com muita dificuldade, construíram o PV. Assim, não houve jeito. Marina sai e, claro, vai fazer outro partido, agora um partido para chamar de seu. E isso é, como diria o slogan de Marina, a cara do Brasil.

Há quem acredite que isso tudo é parte de um plano maior, gestado no Planalto, que, de um lado forjou, para a direita, o PDS(ops!,é PSD), e agora, para a esquerda, o partido de Marina, o PV do B, que começa como um movimento, o Verde e a cidadania. Bom tema.

No fim, é tudo a mesma coisa. Marina vai fundar novo partido, participar do mesmo sistema, fazer a mesma política, brigar pelos mesmos espaços, usar os mesmos agentes, incluindo, deputados eleitos pelo PV que correrão para o partido novo, sem a menor cerimônia. E sim, usará muita grana para realizar tudo isso. Nesse quesito, aliás, ela tem sorte, o seu mecenas, Guilherme Leal, o dono da Natura, tem muitaaaaa grana.O declarado é de 2,1 bilhões de dólares.

É isso aí! Como não quero ser injusta e chata como a Marina foi à sua saída, fica o registro. Ela é muito boa, o seu discurso é bom para a sociedade, o partido que ela vai criar é bom para a democracia (quanto mais, melhor) e eu, inclusive, votaria nela.